Jornal Online A VOZ DE LOURDES – Julho de 2013
IGREJA E JUVENTUDE: NOVA RELAÇÃO – NOVA INTERAÇÃO
A juventude se caracteriza por uma força revitalizadora e transformadora na Igreja, pois possui uma facilidade de despojamento de preconceitos. Por isso, a Igreja deveria aproveitar essas potencialidades de revitalizar e renovar da força juvenil.
Lembramos os inúmeros êxitos que a Igreja conquistou com a interação com a juventude no campo da evangelização e da missão. Destacamos a “Ação Católica” que se desenvolveu em cinco organizações destinadas aos mais jovens: a Juventude Agrária Católica (JAC), a Juventude Estudantil Católica (JEC), a Juventude Operária Católica (JOC), a Juventude Universitária Católica (JUC) e a Juventude Independente Católica (JIC).
Hoje, lembramos com uma certa nostalgia dessa boa relação que se rompeu. Nao podemos afirmar que apenas foram os jovens que se distanciaram da Igreja, porém, a própria Igreja deixou de investir na relação e na interação com a juventude.
Penso que um dos maiores desafios da relação Igreja e juventude seria a comunicação, pois a massa jovem se encontra muito bem inserida e adaptada numa “seara midiática”, e não posso negar a concorrência com os meios de comunicação evangélicos.
Enquanto Igreja, deveríamos mudar nossa forma de se relacionar com a juventude. Não podemos pensar numa relação de ensino, porém, de aprendizado, de admiração e valorização a partir de suas ideias e ações renovadoras.
Nessa perspectiva, somos muito mais que convidados – somos desafiados a propormo-nos um novo diálogo e uma nova relação que leve em consideração os novos anseios e exigências da juventude moderna e midiática.
A partir da década dos anos 60, a juventude vem tomando a palavra e se posicionando em diversas áreas do sociedade: social, política, econômica e religiosa. Nossa juventude não está disposta a abrir mão da posição e da relação que conquistou até agora: manifestações e protestos em cartazes, caminhadas e gritos pelas ruas em várias capitais do Brasil – buscando o direito de participação e de prestação de contas dos orgãos socias e até religiosos, reivindicando e decidindo conjuntamente.
Podemos começar a construir essa relação e interação da Igreja com a juventude a partir da criação de um diálogo e uma comunicação com as gerações anteriores, superando esse narcisismo e essa idolatria do prazer e da eterna juventude tão propagada na cultura atual.
Frei Laércio da Cruz Rodrigues, OAR.