sábado, 9 de agosto de 2014

OS PAIS, “PRIMEIROS EDUCADORES”

OS PAIS, “PRIMEIROS EDUCADORES”
Santo Agostinho


- Da mesma forma que a nós bispos compete pastorear nossa Igreja, também a vós, pais, compete governar vossa casa. Em ambos os casos, a fim de prestar contas a Deus daqueles que nos foram confiados. (In ps. 50,24).

- Deus ama a disciplina. E é perversa a inocência falsificada do pai que tolera os pecados de seus filhos. O pecado que não te desagrada no teu filho, na realidade é porque te agrada a ti. Embora não cometas o mesmo ato, é a mesma concupiscência que te move. (In ps. 50,24)

- Todo pai de família deve reconhecer, neste título, uma dívida de amor para com aqueles que lhe foram confiados. Por amor do Cristo e da vida eterna, instrua, admoeste, corrija e exorte todos os seus. Ser pai não é um é um ofício, mas sim um serviço. (In Joan. 51,13).

- Educa o teu filho. E faze isso de forma tal que, na medida do possível, a instrução vá acompanhada de pudor e liberdade. Quer dizer, procura que o teu filho sinta vergonha de te ofender sem que, por esse motivo, chegue a temer-te como se teme a um juiz... Se isto, porém, não for suficiente, não receies em lançar mão do castigo, produzindo dor nele, mas procurando a sua salvação. Muitos têm sido corrigidos por meio do amor, outros pelo temor: por temor ao castigo, eles chegaram ao amor. (Serm. 13,8).

- Melhor amar com severidade do que enganar com suavidade. (Epist. 93,2.4)

- Não consiste a felicidade em ter filhos, mas sim em ter bons filhos. (In ps. 127,15).

- Não se deve dar a todos o mesmo remédio, se bem que a todos é preciso dar o mesmo amor. Uns devem ser amados com gentileza, outros com severidade. Com um amor, que sem ser inimigo de ninguém, seja atencioso com todos. (De cat. rud. 15,25).

- O fato de dar já supõe mérito para receber. (Epist. 266,1).

- Não é a mesma coisa “ser” pai, que “cumprir as funções de pai” (Serm. 44,1; Epist. 208,2).

Oração do pai de família

Senhor, tu que fizeste com que eu te encontrasse e me concedeste o ânimo para seguir buscando-te, não me abandones ao cansaço e à desesperança.
Faze com que eu sempre te procure, e cada vez com mais ardor e dá-me a força para fazer progressos na tua procura.
Diante de ti coloco minha fortaleza e, junto com ela, a minha fraqueza. Aumenta em mim a primeira e sara-me da segunda.
Diante de ti coloco minha ciência e, junto a ela, a minha ignorância. Ali onde me abriste a porta, recebe-me, pois estou entrando. Ali onde me criaste, abre-me, pois estou batendo à tua porta.
Faze com que sempre me lembre de ti, faze que eu te compreenda, que eu te ame.
Acrescenta em mim teus favores até que eu totalmente me reforme em ti.


(De Trin. 15,28.51).


Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Agosto 2014
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa - SP
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A VIDA FAMILIAR DE AGOSTINHO E SUA MÃE MÔNICA

1.  Família e parentes
A família de Agostinho residia em Tagaste, uma pequena cidade da Numídia, no norte da Àfrica (atualmente, chama-se Souk-Ahras, na parte oriental da Argélia). Os especialistas estão de acordo que os antecedentes raciais de Agostinho eram, provavelmente uma mistura das raças predominantes no norte da África: bárbara, fenícia e latina. A família de seu pai, Patrício, possuía, provavelmente, desde o ano de 212 a.C a condição de cidadão. Anteriormente, os familiares, provavelmente, tinham sido libertados da gens Aurelia. O nome Monica (Mônica), a mãe de Agostinho, indica que era de origem bárbara. A família gozava de um bom nível social – eram honestiores, não humiliores (Possídio, vitaAugustini 1). Embora suas origens genéticas fossem norte-africanas, a cultura de sua família vinha sendo romana fazia muito tempo e sua língua materna foi, provavelmente, o latim.

Os especialistas tradicionais aceitavam a declaração do próprio Agostinho de que ele era um homem pobre, oriundo de uma família pobre (Serm. 356.13; epist. 126.7-8), porém o significado do termo “pobreza” é relativo, e a família de Agostinho era contada entre os membros mais ricos de sua cidade rural. Patrício era curialis ou magistrado de Tagaste e sua situação financeira foi um critério primordial para poder ser eleito magistrado. Além de possuir terras, a família de Patrício possuía escravas especializadas em fazer aleitamentos de crianças (conf. 1.6.7). Agostinho afirmava que sua participação nos bens familiares tinha sido igual à vigésima parte dos bens que ele administrava como bispo de Hipona (epist. 126.7). A Igreja de Tagaste contava com boa quantidade de terras, obtidas mediante legados e donativos e, uma vigésima parte dessa classe de bens podia significar riqueza para uma família de classe média numa cidade pequena. Entretanto, o ofício de conselheiro municipal podia implicar grandes dispêndios de recursos familiares, visto que se esperava que os magistrados fossem benfeitores de sua comunidade local, e tinham que cobrir quaisquer faltas nos grandes impostos exigidos pelo governo imperial. Portanto, embora a família vivesse com relativo bem-estar em seu próprio ambiente, figurando entre as famílias mais destacadas de sua comunidade, deviam ocupar níveis baixos entre a classe geral dos magistrados. Patrício era cliens (ou “protegido”) de um rico proprietário de terras da região, chamado Romaniano. Este, mais tarde, foi o benfeitor do brilhante filho de seu protegido. A disposição de Patrício para investir, além de suas possibilidades, na educação de seu filho indica sua ambição para que toda sua família progredisse.

As referências de Agostinho para com seus pais na comunidade doméstica dizem respeito aos avós que viviam com ele (Conf. 1.6.8; 1.7.11;1.8-13;1.9.15); ele nunca chegou a ver um dos avós (mus. 6.11.32). Patrício chegou a ser pater familias,enquanto sua mãe seguiu sendo matrona da domus (conf. 9.9.20). Mônica, provavelmente era ainda muito jovem por aquele tempo então, visto que Agostinho indica que ela se casou quando alcançou a idade apta para contrair matrimônio (conf. 9.9.19). Supõe-se que Patrício era mais velho que Mônica, como era costume nos casamentos de então.

A família de Patrício era pagã; a de Mônica, cristã (Conf. 1.11.17). Todos seus irmãos e irmãs que conhecemos, eram também cristãos, como o eram também seus sobrinhos e sobrinhas. O próprio Patrício chegou a ser catecúmeno cristão, quando Agostinho tinha dezesseis anos de idade (conf. 2.3.6) e  foi batizado durante sua última enfermidade no ano de 372 (Conf. 3.4.7;9.9.22).

Quando Agostinho nasceu, Mônica tinha vinte e três anos, mas ele nunca informou sobre o número ou as idades de seus irmãos e irmãs. Por isso, não podemos declarar com certeza quantos filhos teve Mônica e em que ordem (Conf. 9.9.22). Agostinho tinha um irmão conhecido, Navígio, e alguns comentaristas supõem que era o mais velho dos dois. Navígio teve filhas que chegaram a ser mulheres consagradas e residiam, segundo parece, em Hipona (Possídio, v.Aug. 26).

Agostinho nunca se casou legalmente, mas a que foi de fato sua mulher, lhe deu um filho, Adeodato. Era uma criança inteligente, o encanto de seu pai. Depois da separação de seus pais, Adeodato ficou com seu pai e foi batizado juntamente com ele em Milão no ano de 387. Adeodato ia seguindo as pegadas intelectuais de seu pai, porém, morreu um ano depois que ele e seu pai regressaram de Tagaste no ano 389. Contava dezesseis anos de idade (Conf. 9.6.14).

Agostinho manteve estreitos laços com seus parentes homens durante toda sua vida. Seu irmão Navígio esteve com ele na Itália; com ele estiveram também seus primos Lastidiano e Rústico (b. vita 1.6). isto não nos surpreende, visto que a elevação de Agostinho à fama e à fortuna o tinha colocado em condição de chegar a ser, ao mesmo tempo, um benfeitor para seus próprios parentes e achegados.

Quando Agostinho tornou-se  bispo em 395-396, dotou à Igreja de Tagaste com toda a parte que lhe correspondia de seu patrimônio familiar. Depois da sua consagração, distanciou-se de suas sobrinhas, por temor de suscitar escândalo na comunidade monástica (Possídio, v. Aug. 26), mas manteve laços mais estreitos com seus sobrinhos. Um deles, chamado também Patrício, ingressou na comunidade monástica de Agostinho; outro foi sub-diácono do bispo de Milevus. (Serm. 356.3).

2. Sua mãe, Mônica

Agostinho fala frequentemente de sua mãe como mater mea, mater mostra, e numa ocasião a menciona por seu nome (Conf. 9-13.37). Mônica, nascida no seio de uma família católica de Tagaste, “numa família crente que era um ramo sadio de tua Igreja” (Conf. 9.8.17); cf. ep. 93.17); foi criada por uma velha empregada da casa e foi “educada num ambiente de pureza e temperança” (Conf. 9.9.19), na qual a empregada cuidava também do pai e dos irmãos de Agostinho. Numa ocasião, Mônica bebia vinho furtivamente até que foi acusada por uma empregada de ser uma beberrona, momento na qual ela corrigiu este vício (9.8.19). “Chegando à plenitude da idade núbil, foi lhe dado um marido (Patrício, um pagão) ao qual serviu como a seu senhor” (Conf. 9.9.19). O marido era um modesto proprietário de Tagaste (Possídio, Vita Aug. 1.1; Serm. 356,13), autoritário e de forte temperamento, porém generoso. “Senhor, a fizeste formosa aos olhos de seu marido e uma pessoa muito amada, respeitada e admirada” (Conf. 9.9.19). Patrício gastava mais do que podia na educação de seu filho (2.3.5). Mônica vivia servindo devotamente o seu marido, suportando amavelmente suas infidelidades conjugais. Com a mesma paciência amável conquistou a sogra, que inicialmente era contra ela por causa das fofocas de outras mulheres, porém, logo chegou a apreciá-la muito (9.9.20).

Quando vivia em Tagaste, evitou as piadas e as insinuações contra outras pessoas e tão somente prestava atenção ao que pudesse originar reconciliação (9.9.21); embora fosse capaz também de ter refinadas ironias (9.9.19). Agostinho nasceu, quando ela tinha 23 anos de idade (354), e foi talvez seu primeiro filho. Mônica deu a luz também a Navígio (b.vita12) e a uma filha. A irmã de Agostinho, cujo nome não conhecemos, casou e depois ficou viúva; depois entrou num mosteiro, chegando a ser superiora de um mosteiro para mulheres (ep. 211.4; Possídio, v. Aug. 26.1). Navígio também se casou e teve filhos (Possídio, v. Aug. 26.1).

Mônica era dedicada à educação cristã de seus filhos (Conf. 9.9.22; 1.11.17). Iniciou Agostinho no catecumenato (“Fui marcado com o sinal da cruz e com o sal na boca”), mas não foi batizado (1.11.17-18; c. Acad. 6.16.26). Agostinho reteve os ensinamentos cristãos que tinha aprendido de sua mãe (Conf. 5.14.25; 6,5.8; 6.16.26).

Patrício gostou quando percebeu que Agostinho tinha chegado à maturidade sexual, porém, Mônica exortou seu filho a evitar as relações com mulheres casadas (Conf. 2.3.6-7). Entretanto, não conseguiu acertar um casamento para ele, por temor de que, impedido pelos laços matrimoniais, se desviasse as esperanças que ele tinha para conseguir êxitos acadêmicos (2.3.8). Patrício, que já então era cristão (9.9.22), morreu nos anos 371-372, e Mônica, com a ajuda de Romaniano, conseguiu que continuasse os estudos de Agostinho em Cartago (3.4.7; c. Acad. 2.2.3). Quando Agostinho se fez maniqueu e colocou em perigo outros crentes (Conf. 3,11,15; duab. an. 9.11), Mônica o expulsou de casa, embora depois de um sonho sobre a final conversão dele e confortada pelas palavras de um bispo (Conf. 3.12.21), cedeu em viver com ele e “partilhar minha mesa, vivendo sob o mesmo teto”, apesar de que, por aversão aos erros de seu filho, ela tinha inicialmente relutante a fazê-la assim (Conf. 3.11.19). Mônica demonstrou que era uma mulher de fé (9.13.36), de coragem e de fidelidade (6.1.1), de piedade e de oração (1.11.17; 3.4.8; 6.2.2).

Acusou seu filho de engano e crueldade (5.8.15) por ter fugido para Roma no ano de 383, deixando-a numa capelinha dedicada a São Cipriano e situada no porto de Cartago. Mas Mônica “seguiu por terra e por mar para estar com ele” (cura mort. 13.16) e reuniu-se com ele em Milão no ano de 385 (Conf. 6.1.1). Ali participou na defesa das Igrejas contra os arianos e na defesa de Ambrósio e, para obedecer a Ambrósio, abandonou as práticas religiosas africanas que até então se dedicava (epp. 36.14.32; 54.2.3; Conf. 6.2.2). Chegou assim a ter em grande estima a Ambrósio (6.2.2).

Mônica retirou-se a Cassicíaco com seu filho e com os amigos deste durante o inverno de 386/387 e participou nos diálogos: “O poder da mente dela regressou a mim e, me dei conta de que aquilo era o mais adequado  e o genuíno filosofar. Decidi, portanto, que quando ela tivesse tempo, participasse em nossas conversações” (Ord. 2.1.1). “Minha mãe não nos deixava: com sua maneira feminina de ser, sua fé varonil, a paz de sua idade alcançada, seu amor materno e toda sua devoção cristã” (Conf. 9.4.8). Depois do batismo de Agostinho, mãe e filho decidiram regressar à África, porém, quando os dois estavam aguardando para embarcar em Óstia, ela teve uma visão (9.1023-25); com a idade de 56 caiu enferma e morreu (9.8.17; 9.11.27-28). Embora já estisse preparada uma tumba em Tagaste junto a seu marido (9.11.28), ela pediu que fosse enterrada na Itália.

Fonte: DICCIONARIO DE SAN AGUSTIN. SAN AGUSTÍN A TRAVÉS DEL TIEMPO. Dir.: Allan FITZGERALD, O.S.A. Burgos(ES): Monte Carmelo, 2001, p. 556-558; 911-912..


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sábado, 2 de agosto de 2014

PALAVRA DO PÁROCO

Agosto: mÊS VOCACIONAL

Neste mês, somos convidados de um modo especial a rezar e refletir sobre as Vocações. Qual é a sua vocação?

Todos nós temos a vocação para a Santidade. Em que grau está? Não sei o seu grau, só sei que cada um de nós pode melhorar, amar mais...

Essa reflexão não é minha, mas com certeza nos ajudará muito durante esse mês. Pense nisso: Dê sempre o melhor... E o melhor virá! 

Às vezes as pessoas são egocêntricas, ilógicas e insensatas... Perdoe-as assim mesmo!

Se você é gentil, as pessoas podem acusá-lo de egoísta e interesseiro... Seja gentil assim mesmo!

Se você é um vencedor, terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros... Vença assim mesmo!

Se você é honesto e franco, as pessoas podem enganá-lo... Seja honesto e franco assim mesmo!

O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para outra... Construa assim mesmo!

Se você tem paz e é feliz, as pessoas podem sentir inveja... Tenha paz e seja feliz assim mesmo!

O bem que você faz hoje pode ser esquecido amanhã... Faça o bem assim mesmo!

Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante...

Dê o melhor de você assim mesmo!

E veja você que, no final das contas, é entre você e DEUS... Nunca foi entre você e eles! 


Frei Egisto Cansian, OAR.


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AGOSTO: MÊS VOCACIONAL


“O Senhor me chamou a trabalhar, a messe é grande a ceifar.
A ceifar o Senhor me chamou, Senhor, aqui estou.”


Trabalhar na messe. Por vezes me perguntei qual o significado deste convite feito por Jesus; por momentos duvidei se realmente era o Senhor quem me convidava e o questionei assim como os grandes profetas do por quê consagrar-me ao seu serviço.

As interrogações, a insegurança, a distância da família e dos amigos, as renúncias...quantas coisas nos fazem “olhar para traz como a mulher de Ló” (Gn 19,26) e por conta disto, nos paralisamos pelo medo, que ao longo de nossa existência e de nossa opção vocacional sentiremos à medida que o novo se aproxima.

Costumo comparar o medo a um quarto no qual nos enclausuramos, nele temos conforto e segurança, o sol não nos molestará e a proteção será certa, porém, este mesmo quarto nos impedirá de sentir a liberdade de caminhar e descobrir o que há além da janela.

A ceifar o Senhor me chamou!

Nossos olhos contemplam esta grande plantação que necessita de pessoas com disposição para ceifar, mas este trabalho requer coragem e audácia, porque o sol nos queima a pele e nos faz suar, as mãos podem se machucar e a fadiga pelo cansaço pode aparecer. “A messe é grande e os operários são poucos” (Lc 10,2) e a insegurança não pode manter-nos imóveis perante esta realidade e esta necessidade do Senhor de continuar a falar, curar e confortar as pessoas.

A messe a ceifar em nossa vida e em nossa opção vocacional é extensa e precisa que “nos despertemos do sono” (Ef 5,14) e reafirmemos nosso sim mesmo com as dificuldades que nos assolam. Mais do que uma resposta que brota de um coração agradecido, a vocação é iniciativa de Deus que conhece todo meu ser antes mesmo das “palavras chegarem à minha boca”(Sl 139), conhecendo Ele minhas limitações antes de serem expostas por mim.

Vocação é pôr-se a serviço assim como Elizeu se colocou à disposição de Elias imolando seu ser para que Deus fizesse nele o que bem entendesse (I Rs 19,19); é ser obediente até as últimas consequências como Estevão (At 7,57); é doar-se por inteiro como a Santíssima Virgem Maria que mesmo em meio a dor de seu Filho se fez presente (Jo 19,25).

Quando compreendemos que as dificuldades do caminho devem nos fortalecer, conseguimos mais facilmente conscientizarmos que “nem a tribulação, angustia, perseguição, fome, nudez, perigos ou espada poderão nos separar do amor de Deus” (Rm 8,35). Seguir a Cristo não nos isenta dos sofrimentos e os apóstolos e os santos não ficaram imunes, eles conseguiram vencê-los colocando em Cristo seu foco. Qual o segredo de fortalecer o sim? Reconhecer diariamente as minhas limitações e pedir a Deus para que venha em meu auxilio onde justamente sou mais fraco.

Trabalhar nesta messe onde eu e você dissemos sim deve inspirar estes sentimentos de disposição e alegria de seguir a uma Pessoa que “olhou em nossos olhos com amor e nos elegeu” (Mt 9,9). Nada pode ser maior que este chamado feito por Ele e a luz de seus olhos penetrando nos nossos não pode ser ofuscado por situações passageiras. Seu amor me seduziu, por isso, “aqui estou” (I Sm 3,5).


Frei Rhuam Ferreira Rodrigues de Almeida-OAR


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O QUE É VOCAÇÃO?

Vocação, para os cristãos católicos, é um chamado de Deus para seguir um caminho, religioso ou não, para a construção do Seu Reino. Nós temos por obrigação servir a Deus na vocação que ele nos reservou para a evangelização dos seus filhos.

Todos nós temos por vocação o chamado à santidade, no entanto, cada um deve procurar alcançar a santidade de um modo específico e no local que Deus escolheu.

O Catecismo da Igreja Católica relaciona alguns tipos de Vocação, quais sejam: Vocação da Humanidade, Vocação dos Leigos, Vocação para a Castidade, Vocação para o Amor, Vocação para o Apostolado, Vocação ao Matrimônio e Vocação Sacerdotal.

Durante o mês de Agosto cada semana a Igreja lembra, reflete e reza por uma vocação específica:

No primeiro domingo de Agosto ora-se pelas vocações dos ministérios ordenados, ou seja, sacerdotais e diaconais. Essa comemoração se deve ao fato de no dia 04 de Agosto celebrarmos o dia São João Maria Vianney, o Cura D'Ars, patrono dos párocos, padres, sacerdotes e no dia 10 de Agosto, o dia de São Lourenço, diácono e mártir, patrono dos diáconos.

No segundo domingo ora-se pelas vocações matrimoniais e pela família. Deus, que é amor e criou o homem por amor, chamou-o a amar. Criando homem e mulher, chamou-os no Matrimônio a uma íntima comunhão de vida e de amor entre si.

No terceiro domingo ora-se pelas vocações à vida consagrada: religiosas, religiosos, consagrados e consagradas nos vários institutos e comunidades de vida apostólica. Essa recordação é feita porque no dia 15 de agosto celebramos o dia da Assunção de Maria aos céus, solenidade que aqui no Brasil é transferida para o domingo seguinte. Maria, como mulher modelo de consagração a Deus dá o tom da comemoração do dia da vocação à vida consagrada.

No quarto domingo de agosto lembra-se a vocação dos leigos na Igreja por ser o dia do Catequista. O cristão leigo é aquele que auxilia no serviço da Igreja e também que dá testemunho de vida cristã no seu ambiente de trabalho, em casa, onde vive. O dia do cristão leigo voltará a ser comemorado no último domingo do ano litúrgico, domingo de Cristo Rei.

Para refletir mais sobre a vocação e as vocações acesse o site www.pnslourdes.com.br as temáticas: AGOSTO: MÊS DAS VOCAÇÕES; AS VOCAÇÕES NA IGREJA; VOCAÇÕES, DISCÍPULOS E MISSIONÁRIOS; VOCAÇÃO À LUZ DE APARECIDA; ORAÇÕES VOCACIONAIS E AGOSTINIANOS RECOLETOS.

Para encerrar, vejamos um pouco sobre a Vocação Agostiniana (*) :

Santo Agostinho instaura na Igreja a experiência das primitivas comunidades. É o que ele diz no início de sua Regra: “Para isto vos reunistes em comunidade. Vivei unidos numa só casa e tende uma só alma e coração dirigidos para Deus”.

Agostinho concebia a vida religiosa como um grupo de amigos que se reuniam para chegar à posse da verdade. Lendo a Regra, vê-se que, na sua concepção, cada membro tinha uma função dentro do grupo, todos, porém, “uma só alma e coração”.

Após a sua conversão, Agostinho escreve a Leto que duvidava em seguir sua vocação:

“Cada um procure amar aquela sociedade e comunhão, como está escrito: Não existia entre eles senão uma só alma e um só coração. Desta forma, tua alma não é tua, mas de todos os irmãos. As almas deles são tuas, ou, melhor, suas almas com a tua, não são almas, mas uma só alma, única, de Cristo" (Epist. 243,4)

Para Agostinho a experiência de vida religiosa está penetrada pela dimensão comunitária. É um ponto de partida sumamente bíblico.

Para construir esta comunidade exige-se o fundamento da caridade. Vivendo a caridade, os irmãos: dedicam-se a mútuas atenções, como filhos de Deus e irmãos de Cristo; entregam sua vida e tudo o que lhes pertence ao serviço do amor; aceitam-se mutuamente; sabem perdoar; praticam com delicadeza a correção fraterna e ajudam-se com orações.

O ideal da comunidade agostiniana é realizar uma convivência em Cristo, reproduzindo, de acordo com as exigências de cada tempo e lugar, o que vem descrito nos Atos dos Apóstolos.

Este é o ideal, bíblico e humano, que a Ordem dos Agostinianos Recoletos propõe aos jovens de hoje. Num mundo dilacerado por separações provenientes dos mais variados conflitos, mas que anseia pela paz e compreensão podemos oferecer aos jovens e homens de boa vontade a possibilidade de uma realização humana, eclesial e religiosa, que leva em conta as mais profundas aspirações. (*)  www.santarita-oar.org.br

ORAÇÃO VOCACIONAL

Senhor nosso Deus: fazei que o clamor de vossa voz chegue a muitos. Que se levantem e vivam unidos a Vós. Preparai seus corações com vossa Palavra, de modo que se disponham a evangelizar os pobres e a cuidar de vossa extensa messe. Senhor, que todos os chamados à vida agostiniana recoleta escutem vossa voz e possam cumprir vossa vontade. Amém.

SERVIÇO DE ANIMAÇÃO VOCACIONAL OAR

“Vivemos em Comunidade para transformar nosso mundo num lugar mais de acordo com os valores de Deus: Paz, Liberdade, Dignidade, Educação, Ciência e Caridade. Tudo sempre segundo os ensinamentos de Santo Agostinho, nosso Fundador, pessoa que amou a Ciência e a Caridade como valores mais importantes para o crescimento pessoal”.

VENHA SER UM AGOSTINIANO RECOLETO!

Entre em contato com o Serviço de Animação Vocacional OAR:

Província Santa Rita de Cássia
Rua São José, 743, Centro
14010-160 – Ribeirão Preto – São Paulo
Tel.: (16) 3237-7418



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AGENDA PAROQUIAL

Calendário – agosto – 2014

01
SEX
1ª sexta Adoração ao Santíssimo a partir das 9h00 e Missa com Bênção do Santíssimo às 19h00
03
DOM
18.º D.T.C. – Mt 14,13-21: “Dai-lhe vós mesmos de comer”.
04
SEG
São João Maria Vianney- Patrono dos Párocos.
Terço dos Homens às 20h00
06
QUA
TRANSFIGUIRAÇÃO DO SENHOR- Mt 17,1-9: “Eis o meu Filho muito amado”.
10
DOM
19.º D.T.C. –Mt 14,22-33: Homem de pouca fé, por que duvidaste?” - Dia dos Pais
15
SEX
Pastoral Familiar – 19h30
16
SAB
Reunião LM às 15h00
Cinema da Comunidade após a Missa
17
DOM
SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA- Lc 1,39-56: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre”.
19
TER
Santo Ezequiel Moreno- Protetor dos que sofrem do mal do câncer.
21
QUI
Preparação de Pais e Padrinhos p/ Batismo às 20h00
22
SEX
Santa Rita Missa e chá a partir das 15h00
23
SAB
Bazar Beneficente às 08h00
Sarau Agostiniano após a Missa das 18h00
24
DOM
21.º D.T.C. – Mt 16,13-20: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo”. - Encontro do RCC das 9h00 às 17h00 – Sr. Luis
25
SEG
Tríduo preparatório para a Solenidade de N.P. Santo Agostinho
26
TER
Tríduo
27
QUA
Tríduo.- Festa de Santa Mônica
28
QUI
Solenidade de Santo Agostinho às 19h00
29
SEX
Martírio de São João Batista- Mc 6,17-29: João Batista, precursor do Messias é assassinado.
30
SAB
Encontro de Noivos das 9h00 às 19h00
31
DOM
22.º D.T.C. – Mt 16,21-27: “Tome a tua cruz e siga-me”.

SANTA MÔNICA
Povos e séculos unânimes celebrem teu nome, ó Mônica!
E que o mundo inteiro, reconhecido por teu exemplo e vida,
te preste o seu louvor.
Tu, que levada pelo amor materno, pátria e cidade abandonaste,
e as tormentas do mar desafiaste, em busca de teu filho;
Tu que, à força de lágrimas, conquistaste o filho de tuas lágrimas,
e a Cristo devolveste o coração ardente do Serafim de Hipona;
Faze que os náufragos do amor perdido, os que fogem de Deus e desta vida,
sintam como Agostinho, a sede ardente do santo Amor do Cristo.

SANTO AGOSTINHO
Intérprete de Deus; também dos homens; Agostinho imortal!
Nós te invocamos, a navegar por este imenso mundo,
como tu mesmo navegaste, na busca da verdade e do supremo bem.
Sê o nosso guia e seguro timoneiro a nos apontar a rota, o destino
e da eterna Pátria a Direção.
Volta a falar-nos da felicidade eterna e do eterno descanso a quantos querem
sublimar da vida o caminhar, a fim de encontrar o ambicionado,
o feliz repouso no Senhor.
Ilumina, Agostinho, nossos passos e alenta nossa fé com tua palavra,
germinadora e plena que nos fala do gozo de entender o do mistério
de amar a Deus sem fim.

Orações / Fonte: Liturgia Agostiniana das Horas


Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Agosto 2014
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa - SP
Site da Paróquia: http://www.pnslourdes.com.br