sábado, 2 de agosto de 2014

AGOSTO: MÊS VOCACIONAL


“O Senhor me chamou a trabalhar, a messe é grande a ceifar.
A ceifar o Senhor me chamou, Senhor, aqui estou.”


Trabalhar na messe. Por vezes me perguntei qual o significado deste convite feito por Jesus; por momentos duvidei se realmente era o Senhor quem me convidava e o questionei assim como os grandes profetas do por quê consagrar-me ao seu serviço.

As interrogações, a insegurança, a distância da família e dos amigos, as renúncias...quantas coisas nos fazem “olhar para traz como a mulher de Ló” (Gn 19,26) e por conta disto, nos paralisamos pelo medo, que ao longo de nossa existência e de nossa opção vocacional sentiremos à medida que o novo se aproxima.

Costumo comparar o medo a um quarto no qual nos enclausuramos, nele temos conforto e segurança, o sol não nos molestará e a proteção será certa, porém, este mesmo quarto nos impedirá de sentir a liberdade de caminhar e descobrir o que há além da janela.

A ceifar o Senhor me chamou!

Nossos olhos contemplam esta grande plantação que necessita de pessoas com disposição para ceifar, mas este trabalho requer coragem e audácia, porque o sol nos queima a pele e nos faz suar, as mãos podem se machucar e a fadiga pelo cansaço pode aparecer. “A messe é grande e os operários são poucos” (Lc 10,2) e a insegurança não pode manter-nos imóveis perante esta realidade e esta necessidade do Senhor de continuar a falar, curar e confortar as pessoas.

A messe a ceifar em nossa vida e em nossa opção vocacional é extensa e precisa que “nos despertemos do sono” (Ef 5,14) e reafirmemos nosso sim mesmo com as dificuldades que nos assolam. Mais do que uma resposta que brota de um coração agradecido, a vocação é iniciativa de Deus que conhece todo meu ser antes mesmo das “palavras chegarem à minha boca”(Sl 139), conhecendo Ele minhas limitações antes de serem expostas por mim.

Vocação é pôr-se a serviço assim como Elizeu se colocou à disposição de Elias imolando seu ser para que Deus fizesse nele o que bem entendesse (I Rs 19,19); é ser obediente até as últimas consequências como Estevão (At 7,57); é doar-se por inteiro como a Santíssima Virgem Maria que mesmo em meio a dor de seu Filho se fez presente (Jo 19,25).

Quando compreendemos que as dificuldades do caminho devem nos fortalecer, conseguimos mais facilmente conscientizarmos que “nem a tribulação, angustia, perseguição, fome, nudez, perigos ou espada poderão nos separar do amor de Deus” (Rm 8,35). Seguir a Cristo não nos isenta dos sofrimentos e os apóstolos e os santos não ficaram imunes, eles conseguiram vencê-los colocando em Cristo seu foco. Qual o segredo de fortalecer o sim? Reconhecer diariamente as minhas limitações e pedir a Deus para que venha em meu auxilio onde justamente sou mais fraco.

Trabalhar nesta messe onde eu e você dissemos sim deve inspirar estes sentimentos de disposição e alegria de seguir a uma Pessoa que “olhou em nossos olhos com amor e nos elegeu” (Mt 9,9). Nada pode ser maior que este chamado feito por Ele e a luz de seus olhos penetrando nos nossos não pode ser ofuscado por situações passageiras. Seu amor me seduziu, por isso, “aqui estou” (I Sm 3,5).


Frei Rhuam Ferreira Rodrigues de Almeida-OAR


Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Agosto 2014
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa - SP
Site da Paróquia: http://www.pnslourdes.com.br