“O Senhor me chamou a
trabalhar, a messe é grande a ceifar.”
“A ceifar o Senhor me chamou, Senhor, aqui estou.”
“A ceifar o Senhor me chamou, Senhor, aqui estou.”
Trabalhar na messe. Por vezes me perguntei
qual o significado deste convite feito por Jesus; por momentos duvidei se
realmente era o Senhor quem me convidava e o questionei assim como os grandes
profetas do por quê consagrar-me ao seu serviço.
As interrogações, a insegurança, a distância
da família e dos amigos, as renúncias...quantas coisas nos fazem “olhar para
traz como a mulher de Ló” (Gn 19,26) e por conta disto, nos paralisamos
pelo medo, que ao longo de nossa existência e de nossa opção vocacional
sentiremos à medida que o novo se aproxima.
Costumo comparar o medo a um quarto no qual
nos enclausuramos, nele temos conforto e segurança, o sol não nos molestará e a
proteção será certa, porém, este mesmo quarto nos impedirá de sentir a
liberdade de caminhar e descobrir o que há além da janela.
A ceifar o Senhor me chamou!
Nossos olhos contemplam esta grande plantação
que necessita de pessoas com disposição para ceifar, mas este trabalho requer
coragem e audácia, porque o sol nos queima a pele e nos faz suar, as mãos podem
se machucar e a fadiga pelo cansaço pode aparecer. “A messe é grande e os
operários são poucos” (Lc 10,2) e a insegurança não pode manter-nos imóveis
perante esta realidade e esta necessidade do Senhor de continuar a falar, curar
e confortar as pessoas.
A messe a ceifar em nossa vida e em nossa
opção vocacional é extensa e precisa que “nos despertemos do sono” (Ef 5,14)
e reafirmemos nosso sim mesmo com as dificuldades que nos assolam. Mais do que
uma resposta que brota de um coração agradecido, a vocação é iniciativa de Deus
que conhece todo meu ser antes mesmo das “palavras chegarem à minha boca”(Sl
139), conhecendo Ele minhas limitações antes de serem expostas por mim.
Vocação é pôr-se a serviço assim como Elizeu
se colocou à disposição de Elias imolando seu ser para que Deus fizesse nele o
que bem entendesse (I Rs 19,19); é ser obediente até as últimas
consequências como Estevão (At 7,57); é doar-se por inteiro como a Santíssima
Virgem Maria que mesmo em meio a dor de seu Filho se fez presente (Jo 19,25).
Quando compreendemos que as dificuldades do
caminho devem nos fortalecer, conseguimos mais facilmente conscientizarmos que “nem
a tribulação, angustia, perseguição, fome, nudez, perigos ou espada poderão nos
separar do amor de Deus” (Rm 8,35). Seguir a Cristo não nos isenta dos
sofrimentos e os apóstolos e os santos não ficaram imunes, eles conseguiram
vencê-los colocando em Cristo seu foco. Qual o segredo de fortalecer o sim?
Reconhecer diariamente as minhas limitações e pedir a Deus para que venha em
meu auxilio onde justamente sou mais fraco.
Trabalhar nesta messe onde eu e você dissemos
sim deve inspirar estes sentimentos de disposição e alegria de seguir a uma
Pessoa que “olhou em nossos olhos com amor e nos elegeu” (Mt 9,9). Nada
pode ser maior que este chamado feito por Ele e a luz de seus olhos penetrando
nos nossos não pode ser ofuscado por situações passageiras. Seu amor me
seduziu, por isso, “aqui estou” (I Sm 3,5).
Frei Rhuam Ferreira Rodrigues de
Almeida-OAR
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Agosto 2014
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa - SP
Site da Paróquia: http://www.pnslourdes.com.br
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