Dia Nacional da Juventude
2014
O Dia Nacional da Juventude (DNJ)
será celebrado oficialmente no terceiro domingo de outubro. Mas em muitos
lugares, por necessidades pastorais, o DNJ será comemorado em outra data, como
na Arquidiocese de São Paulo, em 16 de novembro.
Com o tema “Feitos para sermos livres, não escravos” e a iluminação bíblica “Eis o que diz o Senhor: Praticai o direito e
a justiça, e livrai o oprimido das mãos do opressor” (Jr 22, 3a), a
celebração quer dar continuidade ao trabalho da Campanha da Fraternidade deste
ano.
Em carta enviada aos padres,
diretores de escolas católicas e lideranças da Arquidiocese, o arcebispo de São
Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, e o bispo auxiliar referencial do Setor
Juventude Arquidiocesano, Dom Carlos Lema Garcia, motivam as paróquias e
comunidades a mobilizarem a juventude para o DNJ.
"Sendo atividade permanente do
Setor Juventude da CNBB, o DNJ é um momento forte de celebração, de sentido de
pertença dos jovens à Igreja e de sua visibilidade na sociedade", diz a
carta.
Na Arquidiocese
O DNJ da Arquidiocese de São Paulo
será celebrado no dia 16 de novembro, domingo, das 12h às 18h, no Instituto Dom
Bosco (Praça Coronel Fernando Prestes, 231 – próximo à estação Tiradentes do
metrô e ao lado da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora).
Programação
12h – Acolhida e
Apresentações Musicais
13h – Abertura oficial -
Oração e Painel temático do DNJ, com depoimentos de ações realizadas pela
Igreja em prol da Dignidade da Pessoa Humana
14h – Apresentações Culturais e Artísticas; Oficinas e Relatos de experiências
de evangelização da juventude
16h – Celebração Eucarística
presidida pelo Cardeal Odilo Scherer e com a presença dos bispos auxiliares e
padres da Arquidiocese
18h – Encerramento do
evento.
Cardeal
Scherer:
Síntese do relatório da Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos
sobre os desafios da Família (I)
Cardeal Odilo Pedro Sherer- Cardeal Arcebispo Metropolitano de
São Paulo
Na introdução do texto de síntese da 3ª Assembleia Geral
Extraordinária do Sínodo dos Bispos, sobre “os desafios pastorais da família no
contexto da evangelização”, já aparece o desejo do Papa Francisco de que os
participantes da Assembleia compartilhassem suas reflexões com franqueza e
liberdade; e assim aconteceu até o final dos trabalhos, num clima sereno e
fraterno.
Por outro lado, também já fica claro que a assembleia sinodal
não tomaria nenhuma decisão, sendo de caráter consultivo, e que as reflexões
seriam articuladas, depois, com a preparação da Assembleia Ordinária do Sínodo,
em outubro de 2015, cujo tema será: “vocação e missão da família na Igreja, no
mundo contemporâneo”. Assim, que ninguém sinta frustrações, se o Sínodo não
tomou “decisões” nem modificou isso ou aquilo...
O texto de síntese final está organizado em três partes, que
correspondem aos passos do método ver-julgar-agir. A primeira parte trata do
contexto sociocultural, econômico e pastoral em que se encontra a família
atualmente.
Embora se leia que o Sínodo olhou para “as luzes e sombras” que envolvem hoje a
família, de fato, porém, o texto se ocupa bem mais das sombras do que das
luzes. Isso é compreensível, se tivermos em conta que o tema da assembleia
sinodal era “os desafios pastorais da família”...
No mundo, o rosto da família apresenta uma variedade muito
grande, de acordo com as diversas culturas e as condições sociais, políticas,
econômicas e religiosas. Mas há alguns traços comuns, que tento expor
brevemente.
1. A família é uma realidade no mundo inteiro e não acabou,
apesar dos muitos problemas e desafios. Continua o desejo de formar família,
que está inscrito na natureza humana. Ela continua sendo a última reserva do
que há de mais genuinamente humano e de verdadeira solidariedade, mesmo quando
ao redor todas as seguranças entram em falência.
2. A família, quase em toda parte, está em crise; encontra-se
fragilizada e até abandonada a si mesma, por vários fatores.
3. A pressão exacerbada de fatores econômicos e da cultura
marcada pelo individualismo cria dificuldades enormes para a vivência de
valores essenciais ao casamento e à família.
4. As instituições “casamento” e “família”, sobretudo nos povos
de cultura ocidental, tiveram forte perda de apreço; isso manifesta-se na pouca
duração dos casamentos formalizados, na legislação cada vez mais inconsistente
no tocante à família e ao casamento, nas muitas uniões livres e sem
formalização alguma; aumenta o número dos “singles”, que não constituem
família.
5. A procriação tem pouco apreço e a natalidade caiu
drasticamente; uma porcentagem significativa das crianças nascem sem uma
família constituída que as acolha e dê amparo.
6. A afetividade humana, muitas vezes, é vivida de maneira
narcisista e egocêntrica, sem o estabelecimento de vínculos estáveis e
profundos, ou num projeto de vida comum, como é o casamento e a família.
7. Está em expansão o fenômeno da expressão homossexual da
afetividade, estimulado por uma crescente “cultura gay” e pela ideologia de
gênero. Esse fenômeno, presente sobretudo nos povos de cultura ocidental,
também está em expansão entre povos de cultura mais tradicional, como na África
e na Ásia.
8. Observa-se uma grave confusão antropológica na cultura
contemporânea, que tem efeitos profundos e desorientadores em relação ao
casamento e à família.
9. A crise da família no âmbito cristão e religioso está
relacionada também à perda da fé e do sentido sobrenatural da vida.
A realidade da família e do casamento aparecem amplamente
relegadas ao âmbito da vida privada; em tal situação, cada um se arranja como
pode e como gosta. Tem-se a impressão de um campo abandonado e não mais
cultivado, no qual qualquer um entra para ceifar ou pegar, e onde todo tipo de
erva pode crescer à vontade...
Mas a Igreja continua a afirmar que a família é obra de Deus e
quer cultivar esse campo e a preservá-lo de explorações indevidas, para que
continue a dar frutos bons, como é de sua natureza. De fato, a família é um bem
para a pessoa e para a sociedade; pela família passa o bem da humanidade
inteira, e da Igreja, em boa parte, também.
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Novembro 2014
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa - SP
Site da Paróquia: http://www.pnslourdes.com.br
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