Bispos enviam carta ao Papa Francisco
O
episcopado brasileiro reunido em Aparecida (SP), de 15 a 24 de abril, por ocasião
da 53ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),
enviou carta ao papa Francisco. No texto, os bispos recordam a iniciativa do
pontífice em propor a celebração do Ano da Misericórdia, reafirmando o
compromisso das dioceses do Brasil, em viver renovada experiência da
misericórdia de Deus. "Queremos manifestar-lhe nossa alegria com a
proclamação desse Jubileu. Assumiremos este Ano Santo Extraordinário em nossas Dioceses e
antevemos o júbilo com que nosso povo viverá a renovada experiência da
misericórdia de Deus", expressam. Confira a íntegra do texto:
A Sua Santidade
Papa Francisco
Santo
Padre,
A
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB está reunida em sua 53ª
assembleia geral anual, em Aparecida, sob as bênçãos e a proteção da Rainha e
Padroeira do Brasil, de 15 a
24 de abril. Nesta ocasião, temos a alegria de manifestar nossa comunhão com o
sucessor de Pedro.
Como Vossa
Santidade pode imaginar, pois muitas vezes também participou de assembleias
semelhantes, a pauta de nossos trabalhos é extensa e desafiadora. Merecerão uma
atenção especial tanto as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no
Brasil, que orientarão nossa ação pastoral nos próximos quatro anos, quanto as
eleições para os quadros dirigentes da CNBB. Nesta ocasião elegeremos, também,
nossos representantes na próxima Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, para a
qual estamos nos preparando em nossas Dioceses.
Iniciamos
esta nossa Assembleia anual tendo diante de nós a Bula Misericordiae Vultus, com
a qual Vossa Santidade proclamou o Jubileu Extraordinário da Misericórdia.
Queremos manifestar-lhe nossa alegria com a proclamação desse Jubileu.
Assumiremos este Ano Santo Extraordinário em nossas Dioceses e
antevemos o júbilo com que nosso povo viverá a renovada experiência da
misericórdia de Deus. Tanto a Bula como a Exortação Apostólica sobre o anúncio
do Evangelho no mundo atual - Evangelii
gaudium - iluminarão nossas Diretrizes. Nosso agradecimento, Santo
Padre, por esses dois presentes especiais.
Para nós,
suas palavras são um grande incentivo para nos aproximarmos mais de nosso povo,
prioritariamente daquelas pessoas que se encontram nas periferias geográficas e
existenciais. Para nossos fieis e as pessoas de boa vontade, suas palavras são
a expressão de uma certeza: Deus ama cada pessoa; Ele não se cansa de nos amar,
de nos acolher e de nos perdoar. Santo Padre, saiba que são também nossas suas
preocupações em relação à evangelização e preservação da Amazônia.
Tendo
diante de nós o imenso Brasil, que nasceu sob o sinal da Santa Cruz, pedimos
sua bênção para o nosso bom povo e, particularmente, para nossas crianças,
jovens, idosos e doentes. De nossa parte, queremos assegurar-lhe nossa oração
pelo seu árduo e importante ministério petrino - oração que se torna mais
intensa nestes dias nos quais, em nome do Senhor Jesus Cristo, nos reunimos no
Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. Deus o ilumine, conforte e
guarde!
Cardeal
Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo
de Aparecida
Presidente
da CNBB
|
Dom José
Belisário da Silva, OFM
Arcebispo
de São Luís do Maranhão
Vice
Presidente da CNBB
|
Dom
Leonardo Ulrich Steiner
Bispo
Auxiliar de Brasília
Secretário
Geral da CNBB
|
Dom Odilo Scherer - Deus, rico
em misericórdia: Ano Santo extraordinário
O longo documento divide-se, a grosso modo, em três partes. Na
primeira, o Papa Francisco aprofunda o conceito de misericórdia e explica o
porque da escolha da data de início em 8 de dezembro, Solenidade de Maria:
“para não deixar a humanidade sozinha à mercê do mal” e por coincidir com o 50º
aniversário da conclusão do Concílio Vaticano II, que derrubou as muralhas,
“que por muito tempo, mantiveram a Igreja fechada em uma cidadela
privilegiada”. “Na prática – disse o Papa – todos somos chamados a viver de
misericórdia, porque conosco, em primeiro lugar, foi usada a misericórdia”.
Na segunda parte, o Santo Padre oferece algumas sugestões práticas
para celebrar o Jubileu, como realizar uma peregrinação, não julgar e não
condenar, mas perdoar e doar, permanecendo afastado das fofocas e das palavras
movidas por ciúmes e invejas, tornando-se “instrumentos de perdão”; abrir o
coração às periferias existenciais, realizar com alegria obras de misericórdia
corporal e espiritual e incrementar nas dioceses a iniciativa de oração e
penitência “24 horas para o Senhor”, entre outros.
Por fim, na terceira parte, Francisco lança alguns apelos contra
a criminalidade e a corrupção - dirigindo-se aos membros de grupos criminosos e
aos corruptos; exorta ao diálogo inter-religioso e explica a relação entre
justiça e misericórdia. A Bula se conclui com a invocação a Maria, testemunha
da misericórdia de Deus.
Por
ocasião do Ano da Vida Consagrada, CNBB envia mensagem a religiosos
Reunidos na 53ª Assembleia Geral,
os bispos do Brasil aprovaram uma mensagem às pessoas da Vida Consagrada, por
ocasião do Ano da Vida Consagrada, proclamado pelo papa Francisco. "Estimadas
Consagradas e Consagrados, a Igreja no Brasil necessita sempre de vocês e do
ardor profético que animou as gerações que lhes antecederam, das quais vocês
são herdeiros e continuadores", diz o texto.
Como comprometimento, no
"zelo de pastores", os bispos afirmaram que continuarão a
"incentivar e a promover a Vida Consagrada".
Leia o
texto na íntegra:
Mensagem
às Pessoas da Vida Consagrada
“Enviou-os
[...] a toda cidade e lugar para
onde Ele mesmo devia ir” (Lc 10,1).
onde Ele mesmo devia ir” (Lc 10,1).
Nós,
Bispos do Brasil, reunidos na 53ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB
manifestamos a todas as Consagradas e a todos os Consagrados o nosso apreço e a
nossa comunhão, neste Ano da Vida Consagrada proclamado pelo Papa Francisco.
Expressamos
a nossa gratidão à Vida Consagrada que por primeiro proclamou o Evangelho nesta
Terra de Santa Cruz, na qual partilhou o dom da fé. Desde o início da Igreja em
nossas terras, muitos Consagrados e Consagradas foram e são pioneiros nos mais
diversos ambientes, na evangelização, na promoção humana e na vida
contemplativa, doando a própria vida para testemunhar a alegria do Evangelho e
o amor pelos pequenos e pobres. Inflamados pelo amor a Cristo, em atitude de
desprendimento e de saída, a exemplo do Mestre que “veio para servir”,
lançaram-se à missão para plantar uma Igreja servidora, em áreas difíceis, nem
sempre assumidas por todos. Reconhecemos a contribuição que a Vida Consagrada
continua dando à evangelização no Brasil, inserida nas periferias geográficas e
existenciais às quais é levada “movida pela caridade que o Espírito Santo
derrama nos seus corações” (PC, n. 1).
A alegria
que “enche o coração e a vida dos que se encontram com Jesus Cristo” (EG, n. 1)
continue envolvendo e transformando o coração de todos vocês. Essa alegria é
sinal inequívoco da fiel vivência do carisma e da missão que lhes foi concedido
como dom. Nossa palavra fraterna recorda o que nos ensinou o Concílio Vaticano
II: “quanto mais fervorosamente se unirem a Cristo por uma doação que abraça a
vida inteira, tanto mais rica será a sua vida para a Igreja e mais fecundo o
seu apostolado” (PC, n. 1).
Estimadas
Consagradas e Consagrados, a Igreja no Brasil necessita sempre de vocês e do
ardor profético que animou as gerações que lhes antecederam, das quais vocês
são herdeiros e continuadores. No testemunho de vocês compreendemos que “a Vida
Consagrada é chamada a ser uma vida discipular, apaixonada por Jesus-Caminho ao
Pai Misericordioso. [...] É chamada a ser uma vida missionária, apaixonada pelo
anúncio de Jesus-Verdade do Pai, por isso mesmo, radicalmente profética” (DAp,
n. 236).
Dirigimo-nos
a vocês com o mesmo afeto do Papa Francisco: “quero dizer-vos uma palavra e a
palavra é de alegria. Sempre onde estão os consagrados, sempre há alegria”
(Papa Francisco, Discurso no
encontro com Seminaristas, Noviços e Noviças, 6.7.2013). Como o Ano
da Vida Consagrada é destinado a toda a Igreja, exortamos a todos os membros de
nossas Igrejas particulares a redescobrirem e a valorizarem o dom da especial
consagração a Deus. “A Vida Consagrada é um dom do Pai, por meio do Espírito, à
sua Igreja, e constitui um elemento decisivo para a sua missão” (VC, n. 1, 3).
Em nosso
zelo de pastores, continuaremos a incentivar e a promover a Vida Consagrada.
Nosso sincero desejo é que o testemunho de comunhão e colaboração da Vida
Consagrada em nossas
Igrejas particulares faça desabrochar uma nova primavera
vocacional, coroada de abundantes frutos.
Que Nossa
Senhora Aparecida, serva fiel do Senhor, Mãe e modelo das Consagradas e Consagrados,
os sustente e ampare na vocação e consagração!
Aparecida, SP, 18 de Abril de
2015.
Cardeal
Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo
de Aparecida
Presidente
da CNBB
|
Dom
José Belisário da Silva, OFM
Arcebispo
de São Luís do Maranhão
Vice
Presidente da CNBB
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Dom
Leonardo Ulrich Steiner
Bispo
Auxiliar de Brasília
Secretário
Geral da CNBB
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Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa - SP
Site da Paróquia: http://www.pnslourdes.com.br