Como lidar com o luto pela
morte de uma pessoa próxima?
O luto é um processo de angustia
resultado de uma perda significativa em nossa vida e tende a fazer parte de
todo fim que vivenciamos. Ao contrario do que muitos pensam e dizem, o luto não é um transtorno ou uma doença, logo não é algo a ser
curado ou evitado, mas sim compreendido, acolhido e elaborado (no contexto
daquela pessoa, daquele momento de vida e conforme grau da relação e impacto da
perda) e às vezes um auxílio profissional, como psicológico, pode ser
necessário.
É comum
as pessoas se referirem ao luto como uma situação que precisa ser resolvida,
deixada para trás e normalmente com tempo breve. Isso acontece devido à falta
de compreensão que se possui sobre o tema e sobre a pessoa envolvida no luto. E
esta falta de compreensão tende a ser uma geradora da falta de tolerância, que
tende a prejudicar diretamente a superação ou a readequação da vida da pessoa.
A não habilidade, ou a falta de manejo com o assunto morte e luto, acaba sendo,
na maioria das vezes, a maior causa de sofrimento, pois a pessoa enlutada acaba
sendo pressionada pelo meio, às vezes por ela mesma, a sair desta situação o mais
breve possível, assumindo atitudes e movimentos contrários ao que se sente e
vive naquele momento.
Existem dores e sofrimentos de perdas
mais ou menos intensos. E quanto mais próximo afetivamente formos da pessoa que
morreu, maior o luto. Assim, quando falamos de lutos mais sofridos ou mais
longos, normalmente falamos de perdas de filhos, pais e cônjuges. Pessoas estas
que normalmente ocupam lugar de base (passada ou futura) em nossa vida e por
isso a sensação de desnorteamento é intensa. A tristeza faz parte dos
sentimentos que compõem o luto e tende a trazer consigo o choro, o desanimo,
sensação de dor. Alguns pacientes comparam com uma sensação de dormência, do
corpo, dos movimentos, das sensações e até dos pensamentos.
Reações
ao luto
Não há atitude padrão para estar de
luto. Algumas pessoas se calam, se fecham em seus mundos, se afastam, enquanto
outras se tornam ativas, querem falar, chorar abertamente, estar acompanhadas.
Não devemos nos prender ou avaliar uma reação, por si só, afinal cada ser humano
tem o direito de sentir e vivenciar em sua particularidade. Podemos notar que
independente a reação, ambos os casos possuem em comum a necessidade de ter sua
dor de perda acolhida e respeitada.
Os primeiros dias tendem a ser
terríveis, sendo mais comum os choros descontrolados, atitudes agressivas ou intensas, falta de apetite e de sono...
Com o passar do tempo, (e este tempo é
particular para cada ser humano), estas reações tendem a ganhar uma
estabilidade, não falo ainda em desaparecer, mas sim devem ocorrer de forma
mais organizada. E assim a tendência é que o luto se encaixe na vida da pessoa
e fique presente por algum tempo, podendo ser meses ou anos, oscilando as intensidades
e as formas de expressões.
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Novembro de 2017
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval NevesResponsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa – SP
Site da Paróquia: http://www.pnslourdes.com.br