Papa: o progresso científico e tecnológico é para o bem da humanidade
Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre recebeu, na manhã deste sábado, na
Sala do Consistório, 83 participantes na Plenária do Pontifício Conselho para a
Cultura, que se realizou na Cúria dos Jesuítas, em Roma, deste a última
quarta-feira (15/11), sobre o tema: “Futuro da humanidade: novos desafios para
a antropologia”.
Em seu
discurso, o Papa frisou a importância deste tema, a questão antropológica, que
propõe uma maior compreensão sobre as diretrizes futuras do desenvolvimento da
ciência e da técnica.
Assim,
Francisco aprofundou os três principais assuntos, discutidos pelos
participantes na Plenária: “medicina e genética”; “neurociências” e
“aparelhagens hospitalares”.
Explicando
cada uma destas questões, o Papa disse que a “medicina e a genética” permitem
olhar dentro da estrutura mais íntima do ser humano, a ponto até de
modificá-la. Elas nos tornam capazes de debelar certas doenças, incuráveis até
há pouco tempo; mas dão também a possibilidade de determinar ou programar
algumas qualidades do ser humano.
Sobre as
“neurociências”, Francisco disse que fornecem, sempre mais, informações sobre o
funcionamento do cérebro humano. Por meio delas, as realidades fundamentais da
antropologia cristã, - como a alma, a consciência de si e a liberdade, -
aparecem agora sob uma luz inédita e podem até ser colocados, por alguns, em
séria discussão.
Enfim, os
incríveis progressos sobre as “aparelhagens autônomas e pensantes”, que, em
parte, já se tornaram componentes da nossa vida quotidiana, nos fazem refletir
sobre o que é especificamente humano e nos diferenciam das aparelhagens hospitalares.
Todos
estes desenvolvimentos científicos e técnicos, ponderou o Papa, podem levar
alguns a pensar que nos encontramos em um momento particular da história da
humanidade, quase na aurora de uma nova era e do nascimento de um novo ser
humano, superior ao que existiu até agora.
Na
verdade, explicou o Papa, trata-se de grandes e graves interrogativos e
questões que devemos enfrentar. Eles, em parte, foram antecipados pela
literatura e por filmes de ficção científica, compostos de temores e expectativas
dos homens. E acrescentou:
“Por
isso, a Igreja, que segue com atenção as alegrias e as esperanças, as angústias
e os medos dos homens do nosso tempo, pretende colocar a pessoa humana e as
questões, que lhe são concernentes, ao centro das suas reflexões”.
Aqui,
Francisco citou a frase do Salmo: “Quem é o homem mortal para que te lembres dele?
” Trata-se de uma pergunta bíblica, desde as suas primeiras páginas, que
acompanha todo o caminho do povo e da Igreja.
Este
princípio fundamental, afirmou Francisco, influenciou, por séculos, o
pensamento de grande parte da humanidade e, ainda hoje, mantém a sua validade.
Mas, ao mesmo tempo, percebemos que os grandes princípios e os conceitos
fundamentais da antropologia são, muitas vezes, colocados em discussão e exigem
um maior aprofundamento. Como agir diante de tal desafio? E o Papa explicou:
“Antes de
tudo, devemos expressar a nossa gratidão aos homens e mulheres do mundo da
ciência pelos seus esforços e compromisso em favor da humanidade. A ciência e a
tecnologia ajudaram-nos a aprofundar os confins do conhecimento da natureza e,
sobretudo, do ser humano. É preciso superar a trágica divisão entre a cultura
humana e a científica”.
A Igreja,
por sua parte, recorda o Pontífice, oferece alguns grandes princípios para
sustentar este diálogo: a centralidade da pessoa humana e a destinação
universal dos bens, que engloba os princípios do conhecimento e da tecnologia.
E constatou:
“O
progresso científico e tecnológico serve para o bem de toda a humanidade e os
seus benefícios não podem ser uma vantagem apenas para poucos. Assim, se deverá
evitar que no futuro haja novas desigualdades, que aumentem o abismo entre
ricos e pobres. Nem tudo o que é tecnicamente possível é eticamente aceitável”.
O Santo
Padre concluiu seu discurso dizendo que a ciência, como qualquer outra
atividade humana, sabe que tem que respeitar certos limites para o bem da
humanidade e precisa de um senso de responsabilidade ética. A verdadeira medida
do progresso é a que visa o bem de cada homem e de todos os homens. (MT)
(from Vatican Radio):
http://www.news.va/pt/news/papa-o-progresso-cientifico-e-tecnologico-e-para-o
Papa chega a Mianmar para visita inédita
O Santo Padre foi acolhido por um
Ministro-delegado da presidência, junto a todos os Bispos da Conferência
Episcopal. Crianças das paróquias da cidade e dos arredores, inclusive da zona
rural, ofereceram flores a Francisco.
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Dezembro de 2017
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