Jornal Online “A Voz de Lourdes” - Maio 2013
Princesas, príncipes, bruxas e madrastas são personagens presentes nos
contos de fadas que fizeram parte da infância de muitos de nós e que estão
sendo redescobertos pelo cinema.
Prova disso são filmes como Alice no país das Maravilhas (2010), A
Garota da Capa Vermelha (2011), Branca de Neve e o Caçador (2012) e João e
Maria: Caçadores de Bruxas (2013). Esses filmes buscam inspiração em
contos de fadas conhecidos do público e tem a intenção de trazer para as salas
de cinema, não somente as crianças, mas os adultos também.
Assim sendo, por que os contos de fadas despertam tanta atenção a ponto
de, ainda hoje, conservarem o mesmo poder de atração sobre o público?
Os contos de fadas muitas vezes representam nossos desejos e angústias
e, por esse motivo, em algumas situações, funcionam como instrumento valioso em
um processo terapêutico ou em uma ação educativa, pois, desenvolve a capacidade
de fantasiar e a disposição para sonhar e simbolizar.
Os contos de fadas são como um cristal onde podemos ver refletidos
nossos problemas e propostas de soluções que só podem ser ordenados na
imaginação. Dessa forma, os contos podem esclarecer inconscientemente os
processos e conflitos interiores de forma simbólica e impessoal, para que
possamos ter a oportunidade de visualizá-los como observadores, auxiliando
dessa forma, na resolução de questões e auxiliando a promover a maturidade
emocional e cognitiva.
Assim, quando as crianças, por exemplo, ouvem relatos de personagens que
passaram por dificuldades e saíram vitoriosos, torna-se mais fácil acreditar na
própria vitória, uma vez que, o final feliz do conto de fadas pode contribuir
para a formação de uma crença positiva na vida.
Sendo assim, ao ler ou ouvir um conto a criança poderá compreender que
outras pessoas também possuem problemas, até mesmo semelhantes aos seus. E com
isso ela poderá sentir-se capacitada a resolver e enfrentar suas próprias
dificuldades, ou seja, ela não é a única a vivenciar situações de conflito.
Mas, por que essas histórias chamam a atenção tanto de adultos quanto de
crianças?
As crianças têm um impulso natural que facilita a recepção dos contos.
Mas, quando um adulto entra em contato com o conto, que faz parte do imaginário
popular e de nossa memória afetiva, desperta dentro de si a chama viva de um
mundo de fantasias onde as experiências inexplicáveis e impossíveis podem
acontecer e fazer sentido.
Vanusa dos Reis Coêlho Rodrigues
Vanusa Coêlho é graduada em Ciências Contábeis e Letras/Inglês. É Especialista
em Neuroaprendizagem e em Psicopedagogia Clínica e institucional. É Personal Coach e Practitioner em Programação
Neurolinguística. Possui MBA em Recursos Humanos; Certificação em Mediação PEI
e Curso de aperfeiçoamento em TDA/TDAH.