terça-feira, 2 de abril de 2019

NOTÍCIAS DA IGREJA: ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO

Arquidiocese tem Comissão voltada para o cuidado da liturgia da Igreja

Luciney Martins/O SÃO PAULO

A celebração do mistério da redenção está no centro da vida da Igreja, sacramento de Cristo na terra. Tal mistério é expresso por meio da liturgia, pela qual, “Cristo, nosso redentor e sumo sacerdote, continua na sua Igreja, com ela e por ela, a obra da nossa redenção”, ensina o Catecismo da Igreja Católica.

Com o objetivo de zelar pela celebração do culto divino, as Igrejas particulares contam com comissões que, conforme recomenda o Concílio Vaticano II, têm a função de “dirigir, guiada pela autoridade eclesiástica territorial, a pastoral litúrgica no território da sua competência, promover os estudos e as experiências necessárias sempre que se trate de adaptações a propor à Santa Sé”. Em São Paulo, essa missão é desempenhada pela Comissão Arquidiocesana de Liturgia (CAL).

O QUE É LITURGIA?

A palavra liturgia tem origem grega e significa “ação do povo”. Segundo destaca o Catecismo da Igreja Católica, na tradição cristã, significa que o povo de Deus toma parte na “obra de Deus”.

O Concílio Vaticano II, por meio da Constituição Sacrosanctum Concilium, recorda que a liturgia é “o exercício da função sacerdotal de Jesus Cristo”. “Nela, mediante sinais sensíveis e no modo próprio de cada qual, significa-se e realiza-se a santificação dos homens e é exercido o culto público integral pelo corpo místico de Jesus Cristo, isto é, pela cabeça e pelos membros.”

Por esse motivo, a liturgia jamais pode ser uma ação individual ou personalista, uma vez que mesmo que o ministro celebre o rito sozinho, sempre o fará como corpo de Cristo. De igual modo, a liturgia precede e supera o ser humano, pois é “dom que vem do alto” e “mistério de salvação”. Por essa razão, ela não pode ser modificada ou negligenciada.

UNIDADE

Em entrevista ao O SÃO PAULO, o Padre Helmo Cesar Faccioli, Assistente Eclesiástico da CAL, ressaltou que a liturgia possui uma unidade que foi construída ao longo de 20 séculos de existência da Igreja. “Existe, na diversidade das culturas, a unidade dos gestos, da oração. No mundo inteiro, reza-se a mesma liturgia. As mesmas leituras e orações que fazemos aqui são feitas no Japão, na China e em qualquer parte do mundo”, explicou.

Tal unidade não impede que haja adaptações, sempre com a finalidade de permitir que povos compreendam e vivenciem cada vez mais os santos mistérios. “Em algumas culturas, por exemplo, o beijo no altar é um gesto de veneração; em outras, esse gesto pode representar exatamente o oposto. Já para os asiáticos, o gesto de se inclinar é muito mais respeitoso que o beijo”, enfatizou, recordando que é sempre a autoridade da Igreja quem dá a última palavra para que tais adaptações sejam introduzidas nos formulários litúrgicos.

CONSCIÊNCIA

A liturgia cristã não pode ser confundida com uma encenação, nem seus símbolos entendidos como mera representação de uma realidade sagrada. “Na liturgia, o símbolo significa uma eficácia, é um sinal que realiza uma ação, e essa ação é sempre uma ação de Jesus Cristo. Se determinado símbolo não transmitir nada, a liturgia pode também cair no risco de fazer sem significar”, alertou Padre Helmo.

O documento conciliar ressalta a preocupação da Igreja para que os fiéis “não assistam a este mistério de fé como estranhos ou espectadores mudos, mas participem na ação sagrada, consciente, piedosa e ativamente, por meio de uma boa compreensão dos ritos e orações; sejam instruídos na Palavra de Deus”.

Nesse sentido, a formação catequética dos fiéis a respeito do sentido da liturgia é uma das missões da Comissão.

NA ARQUIDIOCESE

Além de cuidar da organização das grandes celebrações da Arquidiocese, a CAL realiza formações e animações litúrgicas em âmbito arquidiocesano, regional e setoriais, com o auxílio de especialistas.

Em 2019, os dois encontros arquidiocesanos, nos dias 23 de março e 14 de setembro, irão abordar o tema da Liturgia da Palavra, voltado para aquelas pessoas que proclamam a leituras nas celebrações. “Haverá, ainda, no dia 6 de abril, um terceiro encontro sobre música litúrgica, destinado a todos os responsáveis pelo canto litúrgico das paróquias e comunidades da Arquidiocese”, informou Padre Helmo.

No âmbito regional, também acontecem formações periódicas. No ano passado, por exemplo, houve na Região Episcopal Sé quatro encontros sobre espaço litúrgico.

ORIENTAÇÕES

Padre Helmo enfatizou que a equipe da CAL está à disposição de padres e agentes de pastoral para tirar dúvidas sobre liturgia. “A Comissão tem a disponibilidade de fazer animações locais. É só nos chamar”, disse.

A CAL também é procurada para dar orientações a respeito de eventuais reformas que afetem diretamente o espaço litúrgico dos templos. “Por exemplo, quando é apresentado para a Arquidiocese o projeto de alguma mudança no templo que altere o espaço litúrgico, geralmente somos consultados para fazermos nossas observações”, explicou o Assistente.



‘Vou confiante, com alegria, para servir na Arquidiocese de São Paulo’

Por Fernando Geronazzo

Dom José Benedito Cardoso, nomeado Bispo Auxiliar de São Paulo, recebeu a ordenação episcopal nesta sexta-feira, 15, em Itapetininga (SP)


A Catedral Nossa Senhora dos Prazeres, na Diocese de Itapetininga (SP), ficou lotada na noite desta sexta-feira, 15, para a celebração de ordenação episcopal de Dom José Benedito Cardoso, nomeado Bispo Auxiliar de São Paulo pelo Papa Francisco.

A missa foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, que foi o ordenante principal. Foram co-ordenantes: Dom Gorgônio Alves da Encarnação Neto, Bispo de Itapetininga, e Dom Edmar Peron, Bispo da de Paranaguá (PR). Também concelebraram vários bispos e inúmeros padres.

Dom José Benedito é um legítimo sucessor dos apóstolos

SERVIÇO DE AMOR

Na homilia, Dom Odilo destacou o significado da missão do bispo, sucessor dos apóstolos e pastor do rebanho de Cristo a ele confiado. “Aqueles para quem somos enviados são nossos, são dele, o povo de Deus. As ovelhas são do rebanho do Senhor, nós somos seus servidores, pastores em nome do Bom Pastor”, disse.    

O Arcebispo recordou Santo Agostinho, que afirmou que “o episcopado e o ofício de amor”. “É serviço de amor, que traz alegrias e também muitas cruzes, mas com certeza de que ele carrega a cruz conosco pela salvação dos irmãos”, acrescentou o Cardeal. 

MISSÃO APOSTÓLICA

Dom Odilo explicou que para que os bispos continuam a missão recebida pelos apóstolos de anunciar o Evangelho. “Para que esse ministério permanecesse até o fim dos tempos, os apóstolos escolheram colaboradores, aos quais, pela imposição das mãos, confere a plenitude do sacramento da Ordem e comunicaram o Espírito Santo recebido de Cristo”, afirmou. 


O Arcebispo lembrou que o episcopado é um serviço, não uma honra. “O bispo deve se distinguir mais pelo serviço prestado do que pelas honrarias recebidas. Conforme o preceito do Senhor, aquele é o maior seja como o menor, e aquele que preside como o que serve”, ressaltou.

RITO

O rito de ordenação episcopal começou logo após a proclamação do Evangelho, com a invocação do Espírito Santo, por meio do hino Veni Creator. Em seguida, foi feita a apresentação do sacerdote eleito para o episcopado e foi lido o mandato apostólico pelo qual o Papa Francisco o nomeou Bispo da Igreja.

Após a homilia, o eleito foi interrogado diante do povo quanto a sua futura missão, manifestando os seus propósitos, dentre os quais, desempenhar a missão até a morte, anunciar o Evangelho com fidelidade, conservar a tradição recebida dos apóstolos, comunhão com o colégio episcopal e obediência a Papa.

ENTREGA 

Como sinal de entrega de sua vida a Deus, Dom Cardoso se prostrou diante do altar, enquanto foi invocada por toda a assembleia a intercessão dos santos. 

O momento central do rito de ordenação episcopal é a imposição das mãos dos ordenantes sobre a cabeça do eleito, seguido dos demais bispos, como sinal de comunhão no mesmo ministério e a prece de ordenação. Esse é o mesmo gesto feito pelos apóstolos ao constituir seus primeiros sucessores. 

Assim como na ordenação dos padres, o ordenando também é ungido com o óleo do Crisma. No entanto, ao invés de ter as mãos ungidas, o novo bispo tem a sua cabeça, somo sinal de sua participação na plenitude do sacerdócio de Cristo.

SINAIS

Depois de receber das mãos de Dom Odilo o livro dos Evangelhos, Dom Cardoso recebeu as insígnias episcopais, isto é, os símbolos do exercício do ministério episcopal: o anel, sinal da fidelidade à Igreja; a mitra, símbolo da santidade da Igreja; e báculo, sinal do serviço pastoral e cuidado do rebanho.


A primeira pessoa a receber a benção de Dom José Benedito como Bispo, foi sua mãe, Clarice Ramos de Almeida, 80, que, em seguida, abençoou o filho, traçando uma cruz na sua testa.

CONFIANÇA E ALEGRIA

Ao fazer o seu primeiro discurso como Bispo, Dom Cardoso explicou que seus lema espicopal, “O senhor é meu Pastor, nada me faltará” (Sl 23), é um versículo bíblico que chamava sua a atenção desde sua infância, em Angatuba (SP). “Escolhi este lema para lembrar sempre das minhas raízes rurais e pelo significado que agora traz para o novo ofício que a Igreja me confia”, disse.

“Vou confiante, com alegria, para servir na Arquidiocese de São Paulo”, manifestou Dom José Benedito, reforçando que com Dom Odilo, os demais bispos auxiliares e presbíteros deseja compor uma fraterna comunhão. “Estarei com vocês como bispo, pastor e servidor. Que São Paulo Apóstolo seja minha fonte de inspiração para anunciar o Evangelho de Jesus Cristo na grande cidade”, concluiu, pedindo orações para que possa ser um bom bispo.

Dom José Benedito tomará posse no ofício de Bispo Auxiliar no dia 31, na Catedral da Sé. Dentre as diversas atribuições que terá na Arquidiocese ele será designado pelo Cardeal Scherer como Vigário Episcopal para a Região Lapa.





Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Abril de 2019
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa – SP
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