Arquidiocese tem Comissão voltada para o cuidado
da liturgia da Igreja
Luciney
Martins/O SÃO PAULO
A celebração do mistério da redenção está no centro da vida da Igreja,
sacramento de Cristo na terra. Tal mistério é expresso por meio da liturgia,
pela qual, “Cristo, nosso redentor e sumo sacerdote, continua na sua Igreja,
com ela e por ela, a obra da nossa redenção”, ensina o Catecismo da Igreja
Católica.
Com o objetivo de zelar pela
celebração do culto divino, as Igrejas particulares contam com comissões que,
conforme recomenda o Concílio Vaticano II, têm a função de “dirigir, guiada
pela autoridade eclesiástica territorial, a pastoral litúrgica no território da
sua competência, promover os estudos e as experiências necessárias sempre que
se trate de adaptações a propor à Santa Sé”. Em São Paulo, essa missão é
desempenhada pela Comissão Arquidiocesana de Liturgia (CAL).
O QUE É LITURGIA?
A palavra liturgia tem origem grega e
significa “ação do povo”. Segundo destaca o Catecismo da Igreja Católica, na
tradição cristã, significa que o povo de Deus toma parte na “obra de Deus”.
O Concílio Vaticano II, por meio da
Constituição Sacrosanctum Concilium, recorda que a liturgia é “o
exercício da função sacerdotal de Jesus Cristo”. “Nela, mediante sinais
sensíveis e no modo próprio de cada qual, significa-se e realiza-se a
santificação dos homens e é exercido o culto público integral pelo corpo
místico de Jesus Cristo, isto é, pela cabeça e pelos membros.”
Por esse motivo, a liturgia jamais
pode ser uma ação individual ou personalista, uma vez que mesmo que o ministro
celebre o rito sozinho, sempre o fará como corpo de Cristo. De igual modo, a
liturgia precede e supera o ser humano, pois é “dom que vem do alto” e
“mistério de salvação”. Por essa razão, ela não pode ser modificada ou
negligenciada.
UNIDADE
Em entrevista ao O SÃO
PAULO, o Padre Helmo Cesar Faccioli, Assistente Eclesiástico da CAL,
ressaltou que a liturgia possui uma unidade que foi construída ao longo de 20
séculos de existência da Igreja. “Existe, na diversidade das culturas, a
unidade dos gestos, da oração. No mundo inteiro, reza-se a mesma liturgia. As
mesmas leituras e orações que fazemos aqui são feitas no Japão, na China e em
qualquer parte do mundo”, explicou.
Tal unidade não impede que haja
adaptações, sempre com a finalidade de permitir que povos compreendam e
vivenciem cada vez mais os santos mistérios. “Em algumas culturas, por exemplo,
o beijo no altar é um gesto de veneração; em outras, esse gesto pode
representar exatamente o oposto. Já para os asiáticos, o gesto de se inclinar é
muito mais respeitoso que o beijo”, enfatizou, recordando que é sempre a
autoridade da Igreja quem dá a última palavra para que tais adaptações sejam
introduzidas nos formulários litúrgicos.
CONSCIÊNCIA
A liturgia cristã não pode ser
confundida com uma encenação, nem seus símbolos entendidos como mera
representação de uma realidade sagrada. “Na liturgia, o símbolo significa uma
eficácia, é um sinal que realiza uma ação, e essa ação é sempre uma ação de
Jesus Cristo. Se determinado símbolo não transmitir nada, a liturgia pode
também cair no risco de fazer sem significar”, alertou Padre Helmo.
O documento conciliar ressalta a
preocupação da Igreja para que os fiéis “não assistam a este mistério de fé
como estranhos ou espectadores mudos, mas participem na ação sagrada,
consciente, piedosa e ativamente, por meio de uma boa compreensão dos ritos e
orações; sejam instruídos na Palavra de Deus”.
Nesse sentido, a formação catequética
dos fiéis a respeito do sentido da liturgia é uma das missões da Comissão.
NA ARQUIDIOCESE
Além de cuidar da organização das
grandes celebrações da Arquidiocese, a CAL realiza formações e animações
litúrgicas em âmbito arquidiocesano, regional e setoriais, com o auxílio de
especialistas.
Em 2019, os dois encontros
arquidiocesanos, nos dias 23 de março e 14 de setembro, irão abordar o tema da
Liturgia da Palavra, voltado para aquelas pessoas que proclamam a leituras nas
celebrações. “Haverá, ainda, no dia 6 de abril, um terceiro encontro sobre
música litúrgica, destinado a todos os responsáveis pelo canto litúrgico das
paróquias e comunidades da Arquidiocese”, informou Padre Helmo.
No âmbito regional, também acontecem
formações periódicas. No ano passado, por exemplo, houve na Região Episcopal Sé
quatro encontros sobre espaço litúrgico.
ORIENTAÇÕES
Padre Helmo enfatizou que a equipe da
CAL está à disposição de padres e agentes de pastoral para tirar dúvidas sobre
liturgia. “A Comissão tem a disponibilidade de fazer animações locais. É só nos
chamar”, disse.
A CAL também é procurada para dar
orientações a respeito de eventuais reformas que afetem diretamente o espaço
litúrgico dos templos. “Por exemplo, quando é apresentado para a Arquidiocese o
projeto de alguma mudança no templo que altere o espaço litúrgico, geralmente
somos consultados para fazermos nossas observações”, explicou o Assistente.
‘Vou confiante, com alegria, para servir na Arquidiocese de São Paulo’
Por Fernando Geronazzo
Dom José Benedito Cardoso, nomeado
Bispo Auxiliar de São Paulo, recebeu a ordenação episcopal nesta sexta-feira,
15, em Itapetininga (SP)
A Catedral Nossa Senhora dos Prazeres,
na Diocese de Itapetininga (SP), ficou lotada na noite desta sexta-feira, 15,
para a celebração de ordenação episcopal de Dom José Benedito Cardoso, nomeado
Bispo Auxiliar de São Paulo pelo Papa Francisco.
A missa foi presidida pelo Cardeal
Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, que foi o ordenante
principal. Foram co-ordenantes: Dom Gorgônio Alves da Encarnação Neto, Bispo de
Itapetininga, e Dom Edmar Peron, Bispo da de Paranaguá (PR). Também
concelebraram vários bispos e inúmeros padres.
Dom José Benedito é um
legítimo sucessor dos apóstolos
SERVIÇO DE AMOR
Na homilia, Dom Odilo destacou o
significado da missão do bispo, sucessor dos apóstolos e pastor do rebanho de
Cristo a ele confiado. “Aqueles para quem somos enviados são nossos, são dele,
o povo de Deus. As ovelhas são do rebanho do Senhor, nós somos seus servidores,
pastores em nome do Bom Pastor”, disse.
O Arcebispo recordou Santo Agostinho,
que afirmou que “o episcopado e o ofício de amor”. “É serviço de amor, que traz
alegrias e também muitas cruzes, mas com certeza de que ele carrega a cruz
conosco pela salvação dos irmãos”, acrescentou o Cardeal.
MISSÃO APOSTÓLICA
Dom Odilo explicou que para que os
bispos continuam a missão recebida pelos apóstolos de anunciar o Evangelho.
“Para que esse ministério permanecesse até o fim dos tempos, os apóstolos
escolheram colaboradores, aos quais, pela imposição das mãos, confere a
plenitude do sacramento da Ordem e comunicaram o Espírito Santo recebido de
Cristo”, afirmou.
O Arcebispo lembrou que o episcopado é
um serviço, não uma honra. “O bispo deve se distinguir mais pelo serviço prestado
do que pelas honrarias recebidas. Conforme o preceito do Senhor, aquele é o
maior seja como o menor, e aquele que preside como o que serve”, ressaltou.
RITO
O rito de ordenação episcopal começou
logo após a proclamação do Evangelho, com a invocação do Espírito Santo, por
meio do hino Veni
Creator. Em seguida, foi feita a apresentação do sacerdote
eleito para o episcopado e foi lido o mandato apostólico pelo qual o Papa Francisco
o nomeou Bispo da Igreja.
Após a homilia, o eleito foi
interrogado diante do povo quanto a sua futura missão, manifestando os seus
propósitos, dentre os quais, desempenhar a missão até a morte, anunciar o
Evangelho com fidelidade, conservar a tradição recebida dos apóstolos, comunhão
com o colégio episcopal e obediência a Papa.
ENTREGA
Como sinal de entrega de sua vida a
Deus, Dom Cardoso se prostrou diante do altar, enquanto foi invocada por toda a
assembleia a intercessão dos santos.
O momento central do rito de ordenação
episcopal é a imposição das mãos dos ordenantes sobre a cabeça do eleito,
seguido dos demais bispos, como sinal de comunhão no mesmo ministério e a prece
de ordenação. Esse é o mesmo gesto feito pelos apóstolos ao constituir seus
primeiros sucessores.
Assim como na ordenação dos padres, o
ordenando também é ungido com o óleo do Crisma. No entanto, ao invés de ter as
mãos ungidas, o novo bispo tem a sua cabeça, somo sinal de sua participação na
plenitude do sacerdócio de Cristo.
SINAIS
Depois de receber das mãos de Dom
Odilo o livro dos Evangelhos, Dom Cardoso recebeu as insígnias episcopais, isto
é, os símbolos do exercício do ministério episcopal: o anel, sinal da
fidelidade à Igreja; a mitra, símbolo da santidade da Igreja; e báculo, sinal
do serviço pastoral e cuidado do rebanho.
A primeira pessoa a receber a benção
de Dom José Benedito como Bispo, foi sua mãe, Clarice Ramos de Almeida, 80,
que, em seguida, abençoou o filho, traçando uma cruz na sua testa.
CONFIANÇA E ALEGRIA
Ao fazer o seu primeiro discurso como
Bispo, Dom Cardoso explicou que seus lema espicopal, “O senhor é meu Pastor,
nada me faltará” (Sl 23), é um versículo bíblico que chamava sua a atenção
desde sua infância, em Angatuba (SP). “Escolhi este lema para lembrar sempre
das minhas raízes rurais e pelo significado que agora traz para o novo ofício que
a Igreja me confia”, disse.
“Vou confiante, com alegria, para
servir na Arquidiocese de São Paulo”, manifestou Dom José Benedito, reforçando
que com Dom Odilo, os demais bispos auxiliares e presbíteros deseja compor uma
fraterna comunhão. “Estarei com vocês como bispo, pastor e servidor. Que São
Paulo Apóstolo seja minha fonte de inspiração para anunciar o Evangelho de
Jesus Cristo na grande cidade”, concluiu, pedindo orações para que possa ser um
bom bispo.
Dom José Benedito tomará posse no
ofício de Bispo Auxiliar no dia 31, na Catedral da Sé. Dentre as diversas
atribuições que terá na Arquidiocese ele será designado pelo Cardeal Scherer
como Vigário Episcopal para a Região Lapa.
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Abril de 2019
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa – SP
Site da Paróquia: http://www.pnslourdes.com.br