Papa à FAO: falta de alimento se combate com compaixão e vontade política
Na origem
do drama da fome, o Papa apontou sobretudo a falta de compaixão, o desinteresse
de muitos e uma escassa vontade social e política no momento de responder às
obrigações internacionais. Francisco agradeceu "de coração" o
trabalho de Graziano da Silva, que deixa a direção da FAO depois de dois
mandatos.
Bianca
Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
O Papa
Francisco recebeu no final da manhã desta quinta-feira (27/06) os cerca de 500
participantes da 41ª Sessão da Conferência da Organização das Nações Unidas
para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O tema em debate é “Migrações,
agricultura e desenvolvimento rural”.
No início
do seu discurso, o Pontífice manifestou o seu agradecimento e reconhecimento ao
Diretor-Geral, José Graziano da Silva, que daqui poucas semanas concluirá o seu
serviço à frente da FAO. "Obrigado de coração por seu trabalho." O
Papa felicitou o sucessor, também presente na audiência, o chinês Qu Dongyu.
Desafio do "Fome Zero"
Em mérito ao tema da Conferência,
Francisco afirmou que o objetivo “Fome Zero” permanece ainda um grande desafio,
mesmo reconhecendo que nas últimas décadas houve um grande avanço.
O Pontífice recordou que para combater
a falta de alimento e acesso à água potável, é preciso trabalhar sobre as
causas que as provocam. E na origem deste drama, o Papa apontou sobretudo a
falta de compaixão, o desinteresse de muitos e uma escassa vontade social e
política no momento de responder às obrigações internacionais.
“A falta de alimento e de água não é
um assunto interno e exclusivo dos países mais pobres e frágeis, mas diz
respeito a cada um de nós. Todos estamos chamados a escutar o grito desesperado
de nossos irmãos.”
Como um dos meios a nosso alcance,
Francisco indicou a redução do desperdício de alimentos e de água; para isso, a
educação e a sensibilização social é um investimento a curto e longo prazos.
O problema de um é o problema de todos
O Papa reiterou a conexão que existe
entre a fragilidade ambiental, a insegurança alimentar e os movimentos
migratórios.
“O aumento do número de refugiados no
mundo durante os últimos anos nos demonstrou que o problema de um país é o
problema de toda a família humana”, afirmou Francisco.
Para isso, é necessário promover um
desenvolvimento agrícola nas regiões mais vulneráveis, fortalecendo a
resiliência e a sustentabilidade do território.
O Pontífice reforçou a legitimidade da
FAO como instituição para coordenar medidas incisivas, em parceria com outras
organizações internacionais. “O esforço conjunto de todos fará tornar realidade
as metas e os compromissos assumidos.”
O Papa concluiu reafirmando a
disponibilidade da Santa Sé em cooperar com a FAO, apoiando o esforço
internacional para a eliminação da fome no mundo e garantindo um futuro melhor
para o nosso planeta e para a humanidade inteira.
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Julho de 2019
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa – SP
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