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ENSINAMENTOS DO PAPA FRANCISCO
1. A importância de sonhar
Não é
possível uma família sem o sonho. Numa família, quando se perde a capacidade de
sonhar, os filhos não crescem, o amor não cresce; a vida debilita-se e
apaga-se. Por isso, recomendo-vos que à noite, ao fazer o exame de consciência,
vos ponhais também esta pergunta: Hoje sonhei com o futuro dos meus filhos? Hoje
sonhei com o amor do meu esposo, da minha esposa? Hoje sonhei com os meus pais,
os meus avós que fizeram a vida avançar até mim? […] Não percais esta
capacidade de sonhar. E, na vida dos cônjuges, quantas dificuldades se
resolvem, se conservarmos um espaço para o sonho, se nos detivermos a pensar no
cônjuge e sonharmos com a bondade, com as coisas boas que tem. Por isso, é
muito importante recuperar o amor através do sonho de cada dia. Nunca deixeis
de ser namorados!
(Encontro das Famílias, Manila,
Filipinas, 15 de janeiro de 2015)
2. A
família nos ensina a abertura ao outro
As
relações baseadas no amor fiel, até à morte, como o matrimônio, a paternidade,
o ser filho ou irmão, aprendem-se e vivem-se no núcleo familiar. Quando estas
relações formam o tecido básico de uma sociedade humana, conferem-lhe coesão e
consistência. Portanto, não é possível fazer parte de um povo, sentir-se
próximo, cuidar de quem está mais distante e infeliz, se no coração do homem
estiverem fragmentadas estas relações fundamentais, que lhe dão segurança na
abertura ao outro. […] Perante uma visão materialista do mundo, a família não
reduz o homem ao estéril utilitarismo, mas oferece-lhe um canal para a
realização dos seus desejos mais profundos.
(Mensagem por ocasião do I
Congresso Latino-Americano de Pastoral Familiar, 5 de agosto de 2014)
3. Sem
família não há humanidade
A família
é importante, é necessária para a sobrevivência da humanidade. Se não existe a
família, a sobrevivência cultural da humanidade corre perigo. É a base, nos
apeteça ou não: a família.
(Entrevista na Rádio Catedral,
Rio de Janeiro, 27 de julho de 2013)
4. Ideologias
que destroem a família
Existem
colonizações ideológicas que procuram destruir a família. Não nascem do sonho,
da oração, do encontro com Deus, da missão que Deus nos dá. Provêm de fora; por
isso, digo que são colonizações. […] E assim como os nossos povos, num
determinado momento da sua história, chegaram à maturidade de dizer não a
qualquer colonização política, assim também como família devemos ser muito
sagazes, muito hábeis, muito fortes, para dizer não a qualquer tentativa de
colonização ideológica da família. […] A família está ameaçada também pelos
crescentes esforços de alguns em redefinir a própria instituição do matrimônio
mediante o relativismo, a cultura do efêmero, a falta de abertura à vida.
(Encontro das Famílias, Manila,
Filipinas, 15 de janeiro de 2015)
5. A
crise da família
A família
atravessa uma crise cultural profunda, como todas as comunidades e vínculos
sociais. No caso da família, a fragilidade dos vínculos reveste-se de especial
gravidade, porque se trata da célula básica da sociedade, o espaço onde se
aprende a conviver na diferença e a pertencer aos outros e onde os pais
transmitem a fé aos seus filhos. O matrimônio tende a ser visto como mera forma
de gratificação afetiva, que se pode constituir de qualquer maneira e
modificar-se de acordo com a sensibilidade de cada um. Mas a contribuição
indispensável do matrimônio à sociedade supera o nível da afetividade e o das necessidades
ocasionais do casal.
(Exortação apostólica Evangelii Gaudium, n. 66, 24 de
novembro de 2013)
6. Cada
filho é um milagre
Um filho
muda a vida! Todos nós vimos — homens, mulheres, que quando chega um filho a
vida muda, é outra coisa. Um filho é um milagre que muda a vida. Vós, meninas e
meninos, sois precisamente isto: cada um de vós é fruto único do amor, vindes
do amor e cresceis no amor. Sois únicos, mas não sozinhos! E o fato de terdes
irmãos e irmãs vos faz bem: os filhos e as filhas de uma família numerosa são
mais capazes de comunhão fraterna desde a primeira infância. Num mundo muitas
vezes marcado pelo egoísmo, a família numerosa é uma escola de solidariedade e
de partilha; e destas atitudes beneficia toda a sociedade.
(Discurso à Associação Nacional
das Famílias Numerosas, Vaticano, 28 de dezembro de 2014)
7. “Perder
tempo” com os filhos
Quando
confesso um homem ou uma mulher casados, jovens, e da confissão sobressai algo
em relação ao filho ou à filha, eu pergunto: […] diga-me, o senhor brinca com
os seus filhos? — Como, Padre? — o senhor perde tempo com os seus filhos?
Brinca com os seus filhos? — Mas não, pois quando saio de casa de manhã cedo —
diz-me o homem — eles ainda dormem, e quando volto, já estão na cama. Também a
gratuidade, aquela gratuidade do pai e da mãe em relação aos filhos, é muito
importante: “perder tempo” com os filhos, brincar com os filhos. Uma sociedade
que abandona as crianças e marginaliza os idosos corta as suas raízes e ofusca
o seu porvir.
(Discurso aos participantes na
Plenária do Pontifício Conselho para a Família, Vaticano, 25 de outubro de
2013)
8. O amor
supera a dificuldade
Os filhos
dão trabalho. Nós, como filhos, demos trabalho. Às vezes, em casa, vejo alguns
dos meus colaboradores que vêm trabalhar com olheiras. Eles têm um bebê de um
mês, dois meses. Eu lhes pergunto: “Não dormiste?” Respondem: “Não, chorou a
noite toda”. Na família há dificuldades, mas essas dificuldades são superadas
com amor. O ódio não supera nenhuma dificuldade. A divisão dos corações não
supera nenhuma dificuldade. Só o amor é capaz de superar a dificuldade. Amor é
festa, o amor é a alegria, o amor é seguir em frente.
9. Nunca
deixar as pazes para depois
O
matrimônio é o caminho conjunto de um homem e de uma mulher, no qual o homem
tem o dever de ajudar a esposa a ser mais mulher, e a mulher tem o dever de
ajudar o marido a ser mais homem. Este é o dever que tendes entre vós: “Amo-te
e por isso faço-te mais mulher” – “Amo-te e por isso faço-te mais homem”. É a
reciprocidade das diferenças. Não é um caminho suave, sem conflitos, não! Não
seria humano. É uma viagem laboriosa, por vezes difícil, chegando mesmo a ser
conflituosa, mas isto é a vida! […] É normal que os esposos briguem: é normal!
Acontece sempre. Mas dou-vos um conselho: nunca deixeis terminar o dia sem
fazer a paz. Nunca.
(Homilia em missa com o rito do
matrimônio, Vaticano, 14 de setembro de 2014)
10. A
harmonia que vem de Deus
Queridas
famílias, como bem sabeis, a verdadeira alegria que se experimenta na família
não é algo superficial, não vem das coisas, das circunstâncias favoráveis… […]
Na base deste sentimento de alegria profunda está a presença de Deus, a
presença de Deus na família, está o seu amor acolhedor, misericordioso, cheio
de respeito por todos. […] Só Deus sabe criar a harmonia a partir das
diferenças. Se falta o amor de Deus, a família também perde a harmonia,
prevalecem os individualismos, se apaga a alegria. Pelo contrário, a família
que vive a alegria da fé, comunica-a espontaneamente, é sal da terra e luz do
mundo, é fermento para toda a sociedade.
(Homilia na Jornada da Família
por ocasião do Ano da Fé, Vaticano, 27 de outubro de 2013)
Fonte:
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Julho de 2019
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa – SP
Site da Paróquia: http://www.pnslourdes.com.br