sexta-feira, 1 de novembro de 2019

SÍNODO DA AMAZÔNIA

Documento do Sínodo da Amazônia é apresentado no Vaticano


O documento emite a ideia principal de que a sociedade amazônica precisa submeter-se a uma “conversão ecológica e cultural” passando pelo combate ao “pecado ecológico”. O termo já foi mencionado pelo Pontífice em sua encíclica “Laudato Si” do ano de 2015. Durante o Sínodo, o conceito de “pecado ecológico” foi elaborado. Afirma que o desrespeito à natureza seja visto como uma nova forma de pecado, pois representa um desrespeito ao “Criador” e à sua obra: o planeta Terra e todos os seres existentes.

Ordenação de homens casados

O documento do Sínodo da Amazônia propôs um tema que está gerando polêmica: a ordenação de homens casados, em casos específicos, para suprir a falta de padres na Amazônia. Durante as três semanas do Sínodo, a falta de padres ficou evidente, gerando uma grande preocupação da maioria dos bispos da região amazônica.

A proposta de ordenar homens casados de boa reputação, os chamados “viri probati”, ganhou força ao longo dos dias. Mesmo sendo um dos parágrafos que receberam menos votos de aprovação (128 a favor e 41 contra), o número 111 do texto acabou passando. Eram precisos 120 votos.

No documento final, destaca-se mais precisamente a proposta de elevar os diáconos permanentes ao nível de padres. Os denominados diáconos são homens que possuem uma ordenação apenas em primeiro grau e têm como função realizar serviços nas comunidades. Os diáconos podem presidir celebrações, mas não missas e não possuem autorização para ouvir confissão e nem realizar a unção dos enfermos.

Mulheres na Igreja

Em 2016, a pedido de um grupo de religiosas, Francisco criou uma comissão no Vaticano para estudar o diaconato feminino. A ideia era compreender como isso funcionava no passado, pois mesmo que usassem o nome “diaconisas”, nem sempre eram o equivalente aos diáconos homens.

Essa comissão terminou seu trabalho em dezembro de 2018 sem chegar a um consenso sobre o que foi o diaconato feminino no passado. Desde então, o tema ficou sem conclusão e o Papa deixou que os teólogos trabalhassem de forma independente, sem a comissão.

Durante o Sínodo, os bispos da Amazônia pediram que esse debate fosse retomado e desejam fazer parte dele. Em apontamento, o documento concluiu que “se reconheceu o papel fundamental das mulheres religiosas e leigas na Igreja”. “Gostaríamos de compartilhar nossas experiências e reflexões com a Comissão e esperamos os seus resultados”, diz o texto.

Em resumo, no discurso de encerramento do Sínodo, Francisco prometeu reabrir a comissão sobre as mulheres diaconisas.

Indígenas
O documento do Sínodo da Amazônia orienta a ampliação na defesa dos povos indígenas da Amazônia “mediante a garantia legal e inviolável dos territórios que ocupam de forma tradicional”. Dessa forma, o Sínodo pede mais mecanismos de cooperação entre os estados, especialmente nas fronteiras.

“Em todo momento, deve-se garantir o respeito a sua autodeterminação e à sua livre decisão sobre o tipo de relações que queiram estabelecer com outros grupos”, diz o texto, acrescentando que a ameaça está especialmente na “ampliação das fronteiras extrativas de recursos naturais e no desenvolvimento de megaprojetos de infraestrutura”.

Devido a essas ameaças, os sacerdotes sinodais propõem que a Igreja crie uma nova instituição. Uma espécie de “observatório socioambiental pastoral” realizando um diagnóstico do território e de seus conflitos socioambientais para que a Igreja saiba como se posicionas diante delas.

Confira as decisões mais importantes do documento do Sínodo da Amazônia:

·   O conceito de “pecado ecológico” como uma “ação ou omissão contra Deus, contra o próximo, a comunidade e o ambiente” e o chamado à conversão e o cuidado da “casa comum”, isto é, o planeta Terra.
·   Promover uma “ecologia integral como único caminho possível”. A ideia é não separar as questões ecológicas dos problemas sociais.
·   Proposta de criação de um observatório da Igreja para denunciar problemas ambientais e sociais, promovendo a “defesa da vida” e “defendendo os direitos dos mais vulneráveis”.
· Pedido de maior mobilização da comunidade internacional para destinar recursos econômicos para a proteção da floresta e para a promoção de “um modelo de desenvolvimento justo e solidário” na Amazônia.
·  Proposta de ordenação de homens casados nas zonas remotas da Amazônia para suprir a falta de padres.
·    Reconhecimento do “papel fundamental das mulheres” nas comunidades da Amazônia. Um pedido para que líderes da região possam participar da discussão sobre a implantação do diaconato feminino.






Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Novembro de 2019
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa – SP
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