Para nós cristãos, o advento é um tempo de preparação, alegria e expectativa, pois contemplaremos a encarnação de Deus no seio da Virgem Maria: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14). Por tanto, devemos estar vigilantes como as “virgens prudentes” (Mt 25,13), esperando o nascimento de Jesus Cristo.
Advento é um convite à uma preparação humilde para acolher Jesus Cristo em nosso coração. Esta é proposta do tempo do advento: Ser Igreja que trabalha alegremente na vinha do Senhor. Ser batizado inserido na videira que é Cristo. Ser leigo ativo na missão evangelizadora da Igreja.
A proposta do advento nos convida a assumir uma atitude mais concreta e radical para um compromisso fraterno e assíduo na comunidade, respondendo assim ao nosso chamado de leigos batizados, pois a “fé sem obras é morta” (Tg 2,17).Portanto, a fé supõe o comprometer-se radicalmente como a evangelização na missão.
A proposta do advento para nós leigos batizados se fundamenta na seguinte tríade: Primeiro – Escuta atenta da Palavra de Deus, pois como nos diz o Apóstolo Paulo: "A fé entra pelo ouvido" (Rm 10,17). Segundo – Celebração da fração do pão, pois na Eucaristia é que fazemos memória da vida, paixão, morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo. Terceiro – Comunhão de bens, vivência alegre da solidariedade, da justiça e da misericórdia para com o outro.
O advento faz uma forte exigência ao leigo batizado e engajado na comunidade: ele jamais poderá inverter esta ordem – a de celebrar sem ouvir (isto é, sem viver) ou sem repartir (isto é, sem ser fraterno).
O advento torna-se uma oportunidade e uma possibilidade para o leigo batizado fazer uma experiência eclesial, ou então não tem sentido seu existir na Igreja. É fundamental, portanto, que cada leigo viva e conviva com a dinâmica da Escuta atenta da Palavra de Deus, com a celebração da Eucaristia e a solidariedade para com o outro, pois sem esse tripé não há leigos, e não havendo leigos, tampouco haverá Igreja. Portanto a eclesiologia nasce justamente da vivência em comunidade.
Podemos afirmar seguramente que não faz nenhum sentido ser leigo e batizado somente de nome, sem abraçar verdadeiramente a causa cristã na comunidade; não faz nenhum sentido ser leigo e batizado sem compromisso solidário com as preocupações e as necessidades da Igreja, da comunidade, das famílias e dos exclusos; não faz nenhum sentido ser um leigo e batizado fora da comunidade, pois, para ser e fazer parte da comunidade cristã deve-se estar nela e abrir-se a ela: "Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estou Eu no meio deles" (Mt 18,20).
Os leigos devem sentir-se comunidade eclesial, sentir-se Igreja. Como Igreja, devem estar abertos às necessidades dos outros, do mundo: "Fazei tudo o que Ele vos disser"(Jo 2,5), nos diz a Virgem Maria. E o que nos diz o Filho? Ele nos diz que é necessário procurar ouvir a palavra de Deus e colocá-la em prática – isto é uma busca assídua da vontade de Deus para nossa vida. E Onde começamos a fazer esta busca? No próprio Evangelho de São Mateus temos a resposta: no irmão, no próximo.
Se nós leigos quisermos ser uma resposta e uma proposta às necessidades do homem e da família de hoje, teremos que ouvir os seus apelos: "Eles não têm mais vinho" (Jo 2,3). Se não fizermos isso, corremos o risco de um anacronismo. Precisamos como batizados e leigos evangelizadores, dar uma resposta aos problemas apresentados em nossa realidade, onde há uma separação visível entre fé e vida. Somos batizados, confirmados na fé e somos Igreja.
Portanto, torna-se inquestionável o nosso chamamento à missão. Isto quer dizer que, na qualidade de seguidores de Cristo, somos convidados a sermos evangelizadores e protagonistas na construção do Reino de Deus.
Pois, o leigo protagonista é aquele que desempenha ou ocupa o primeiro lugar num acontecimento. Isto significa que ele não apenas vê com passividade o desenrolar dos fatos, principalmente no que diz respeito às necessidades e urgências vitais das famílias. Ele age com toda a sua criatividade e é uma pessoa de iniciativa dinâmica e entusiasta em prol da nova evangelização.
Fr. Laércio Da Cruz, OAR
Jornal Online “A Voz de Lourdes” - Dezembro 2013
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