SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE NOSSA SENHORA
Maria é Imaculada por graça divina, porque
somente a graça divina poderia lhe conceder este privilégio, em vista de uma
graça que favorecesse toda a humanidade: a encarnação de Jesus, o Filho de
Deus.
Esta é a grande graça divina derramada em toda a terra. Ela é a mulher
escolhida, que não ouve a voz da serpente, mas se empenha em ouvir diariamente
a voz divina, condição indispensável para esmagar a forças do mal.
É Deus quem
a faz imaculada, para que toda humanidade pudesse participar da bênção do Espírito
de Deus, e cada ser humano pudesse ser iluminado e conduzido pelo Espírito
divino.
O
diálogo de Maria com o anjo, dizem os exegetas, revela Maria como uma jovem
hebréia conhecedora da linguagem bíblica.
De fato, o diálogo entre o anjo e
Maria está recheado de referências bíblicas, bem compreendidas por Maria. Sinal
claro que se dedicava à escuta da Palavra de Deus e que tinha o costume de
meditá-la no seu coração, como Lucas refere-se no seu encontro com os pastores
(Lc 2,19).
Mas, é importante destacar, como acontece em toda vocação bíblica,
que a iniciativa parte de Deus. Não é Maria que escolhe a vocação de ser Mãe do
Salvador, mas Deus. Em sua iniciativa, Deus envia o anjo Gabriel, é Deus quem
procura Maria, para que seu projeto divino aconteça na terra. Maria, ao
aceitar, entra na dinâmica da iniciativa divina e responde afirmativamente: “ecce ancilla Domini” — “eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim
segundo a tua Palavra!”.
A
medida que o diálogo da Anunciação vai se desenvolvendo, Maria é denominada com
três “nomes”. É chamada, inicialmente, com o nome que recebera de seus pais:
“Maria” — “o nome da Virgem era Maria”—.
Deus age na humanidade e chama seus eleitos pelo nome humano, isto é, em sua
história pessoal. Logo em seguida, lhe é chamada com nome profético: “aquela que encontrou graça diante de Deus”.
No contexto bíblico, todo nome profético tem consigo uma missão divina; no caso
de Maria, ser no mundo sinal do amor divino, gerar a vida divina no mundo
(maternidade).
Porque agraciada por Deus, Maria se torna para toda a humanidade
o local do amor divino; nela se concentra todo amor divino pela humanidade. Por
fim, o terceiro nome é dado por ela mesma: “serva” — “eis aqui a serva do Senhor”— Repleta
da graça divina, mas serva do Senhor.
Aqui está o sentido cristão da existência
humana: acolher a graça divina para se tornar servidor da bondade divina, no
meio da humanidade. Tudo é graça, tudo é dom de Deus; a retribuição humana só
pode ser feita através do serviço (cf. 1Tm 4,14).
Assim, descobrimos o esquema
da vida de Maria: graça e serviço. Tudo que recebe de Deus transforma em
serviço. Quanto mais imaculados ficarmos, quer dizer, quanto mais vivermos
longe do pecado, mais assumiremos o esquema de vida de Maria que consistia em
acolher a graça divina, para transformá-la em serviço fraterno.
(Serginho Valle)
Jornal Online “A Voz de Lourdes” - Dezembro 2013
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa - SP
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