domingo, 4 de outubro de 2015

VATICANO E PAPA FRANCISCO

Viagem do Papa a Cuba e aos Estados Unidos - Retrospectiva


A redação do Programa Brasileiro da Rádio Vaticano acompanhou com uma programação especial esta 10ª Viagem Apostólica do Papa Francisco, de 19 a 28 de setembro, a Cuba e aos Estados Unidos.
Sábado, 19 setembro – Havana
16h50 – Cerimônia de boas-vindas a Cuba – Aeroporto José Marti
Domingo, 20 setembro – Havana
09h20 – Praça da Revolução – Santa Missa
18h10 – Catedral – Vésperas e saudação aos jovens
Segunda-feira, 21 setembro (Holguín e Santiago de Cuba)
11h - Praça da Revolução Calixto Garcia – Santa Missa
15h - Benção da cidade de Holguín
18h45 - Oração diante de Nossa Senhora do Cobre
Terça-feira, 22 setembro (Santiago de Cuba)
08h50 – Santuário da Virgem da Caridade do Cobre – Santa Missa
11h45 – Catedral N.S. da Assunção – Encontro com as famílias
17h – Chegada aos Estados Unidos
Quarta-feira, 23 de Setembro (Washington)
10h05 – Casa Branca – Cerimônia Boas-vindas
12h20 – Catedral – Encontro com os Bispos dos EUA
17h15 – Santuário Nacional da Imaculada Conceição – Santa Missa e Canonização do Beato P. Junípero Serra
Quinta-feira 24 setembro (Washington e Nova Iorque)
10h10 – Visita ao Congresso EUA
12h10 – Paróquia de S. Patrick – Encontro com os sem-teto
19h35 – Catedral de S. Patrick – Vésperas com o Clero 
Sexta-feira, 25 setembro (Nova Iorque)
09h20 – Visita à Sede das Nações Unidas
12h20 – Memorial Ground Zero – Encontro Ecumênico e Inter-religioso
16h50 – Escola N.S. Rainha dos Anjos – Encontro com crianças e famílias migrantes
18h50 – Madison Square Garden – Santa Missa
Sábado, 26 setembro (Filadélfia)
11h15 – Catedral dos Santos Pedro e Paulo em Filadélfia – Missa com os bispos, clero e religiosos.
17h15 – National Historical Park – Encontro pela liberdade religiosa
20h20 – Benjamin Franklin Parkway – Festa das Famílias
Domingo 27, setembro (Filadélfia)
10h05 – Capela do Seminário S. Carlo Borromeo – Encontro com os bispos
11h50 – Visita aos detentos – Instituto de Correção Curran-Fromhold de Filadélfia
16h50 – Santa Missa de Encerramento do Encontro Mundial das Famílias
20h50 – Aeroporto Internacional de Filadélfia – Despedida – Saudação ao Comitê organizador, voluntários e benfeitores.

EIS ABAIXO O QUE ESCOLHEMOS  DA VIAGEM MISSIONÁRIA DO PAPA A CUBA E AOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA:

Francisco em Cuba: “Quem não vive para servir, não serve para viver”

PAPA AOS JOVENS CUBANOS: "NÃO PAREM DE SONHAR"
Aos milhares de jovens que o aguardavam diante da Catedral de Havana, o Papa deixou mais uma vez de lado o discurso preparado. Sob uma garoa fina, Francisco pediu que a juventude cubana não deixasse de sonhar. “A inimizade social, destrói. Uma família se destrói pela inimizade. O mundo se destrói pela inimizade”, alertou o Pontífice, recordando que um País que não dá oportunidade aos jovens não tem futuro.

"Deus quer a santa e amada Igreja pobre", afirma Papa.
 Papa Francisco preside a Celebração das Vésperas com padres, religiosos e seminaristas na Catedral de Havana
Durante a celebração das vésperas na Catedral de Havana, neste Domingo, 20, o Santo Padre afirmou que todo batizado, sacerdote, consagrado é profeta, e exortou-os a viverem no espírito de pobreza. O Pontífice, mais uma vez, deixou o discurso preparado de lado e improvisou a partir do testemunho dos religiosos, sobretudo os que se dedicam no serviço e cuidado aos mais necessitados.

Papa: queremos ser uma Igreja que lança pontes e abate muros
Santiago de Cuba (RV) - “Somos convidados a viver a revolução da ternura, como Maria, Mãe da Caridade. A nossa revolução passa pela ternura, pela alegria que se faz proximidade.” Foi o que disse o Papa Francisco na missa celebrada na manhã desta terça-feira na Basílica do Santuário da Virgem da Caridade do Cobre, em Santiago, no seu quarto e último dia em terras cubanas.

Papa aos jornalistas: "Sou católico"
No voo entre Santiago de Cuba e Washington D.C., na tarde de terça-feira (22/09) o Papa respondeu às perguntas dos jornalistas que o acompanharam. Os temas principais foram políticos e econômicos, e Francisco chegou a brincar se é realmente católico.

Papa na Casa Branca: proteger os excluídos que batem com força às portas de casa
 Como primeiro compromisso da quarta-feira (23) nos Estados Unidos, Papa Francisco, recebido no país como chefe de Estado, chegou à Casa Branca num carro simples e foi recepcionado pelos anfitriões Barack Obama e sua esposa Michelle. Cerca de 20 mil pessoas acompanharam a cerimônia de boas-vindas no parque localizado ao sul da residência oficial do presidente. Entre os presentes, cardeais e bispos estadunidenses.


Compartilhamos algumas fotos da visita do Papa ao Congresso dos EUA. A íntegra do discurso histórico do Papa Francisco pode ser lida em português no link abaixo:

Francisco no Congresso dos EUA: discurso histórico.

Em Nova Iorque, Papa faz advertência às comodidades mundanas

Papa: "líder respeitado e amado" também nos EUA, diz Pe. Lombardi
Deus vive nas nossas cidades e nos dá um rosto, disse o Papa

Nova Iorque (RV) – “Deus vive nas nossas cidades, a Igreja vive nas nossas cidades e quer ser fermento na massa, quer misturar-se com todos, acompanhando a todos, anunciando as maravilhas d’Aquele que é Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz”.

PAPA FRANCISCO CITA THOMAS MERTON NOS EUA
"Três filhos e uma filha desta terra, quatro pessoas e quatro sonhos: Lincoln, liberdade; Martin Luther King, liberdade na pluralidade e não-exclusão; Dorothy Day, justiça e os direitos das pessoas; e Thomas Merton, a capacidade para o diálogo e abertura para Deus."

Papa na Festa das Famílias: “A família tem cidadania divina”

"Não podemos imaginar uma sociedade sadia que não dê espaço concreto à vida da família", disse o Papa - AP 

Filadélfia (RV) – Centenas de milhares de pessoas acolheram o Papa na sua chegada ao Encontro Mundial das Famílias, em Filadélfia, na noite do sábado (26/9). No palco, o espetáculo foi conduzido por grandes nomes da música dos Estados Unidos e, ao mesmo tempo, pela emoção dos testemunhos das famílias.

Papa exorta Equipes de N. S. a levar misericórdia às famílias feridas

Cidade do Vaticano (RV) No dia 10 de setembro, o Papa Francisco recebeu na Sala Clementina cerca de 400 participantes das Equipes de Nossa Senhora, presentes em Roma para seu encontro mundial. O Papa encorajou-os a colocar em prática a espiritualidade do movimento, fortificar o empenho missionário e serem instrumentos da misericórdia de Cristo em relação às pessoas que tiveram o matrimônio fracassado.

O Santo Padre sublinhou no início de seu pronunciamento que este encontro precede o Sínodo dos Bispos que vai refletir sobre os desafios das famílias, visto “as ameaças no atual contexto cultural difícil”. Neste sentido, Francisco insiste no “papel missionário das Equipes de Nossa Senhora, onde a vida conjugal se aprofunda e se aperfeiçoa graças à espiritualidade do movimento”. E os exorta “a testemunhar, anunciar e comunicar para fora, aquilo que vivem  como casais e famílias”. “Os casais e as famílias cristãs – observou o Papa - normalmente estão em melhores condições para anunciar Jesus Cristo às outras famílias, apoiando-as, fortificando-as e encorajando-as”.

Inicialmente, o Papa encorajou os casais a colocarem em prática e a viverem em profundidade a espiritualidade do movimento, destacando a importância dos “pontos concretos de compromisso” propostos, que “representam realmente uma ajuda eficaz aos casais para “progredirem com confiança na vida conjugal no caminho do Evangelho”.

Motu próprio do Papa: favorecer a rapidez dos processos e não a nulidade
Favorecer  "não a nulidade dos matrimônios, mas a rapidez dos processos" – é este o pilar das duas Cartas Motu Próprio do Papa Francisco, intituladas “MitisIudex Dominus Iesus” e “Mitiset MisericorsIesus”, divulgadas nesta terça-feira, 8 de setembro, sobre a reforma do processo canônico para as causas de declaração de nulidade no Código de Direito Canônico e no Código dos Cânones das Igrejas Orientais. As normas entrarão em vigor em 8 de Dezembro, início do Jubileu Extraordinário da misericórdia.
É a preocupação pela salvação das almas - escreve o Papa - que levou o Sucessor de Pedro "a oferecer aos bispos este documento de reforma" sobre as causas de nulidade do matrimônio. Francisco, na esteira dos seus Antecessores e dando continuidade à obra iniciada antes do Sínodo Extraordinário sobre a Família no ano passado, com a criação de uma Comissão de estudo sobre esta matéria, reitera que o matrimônio é "fundamento e origem da família cristã" e que a finalidade do documento não é favorecer a "nulidade dos matrimônios, mas a rapidez dos processos”.
E isto também porque "pelo enorme número de fiéis - escreve o Papa - que, embora desejem pacificar a sua consciência, são muitas vezes desviados das estruturas jurídicas da Igreja por causa da distância física ou moral". Portanto, "processos mais rápidos e acessíveis", tal como foi também solicitado no recente Sínodo sobre a Família, explica Francisco, para evitar que "o coração dos fiéis que aguardam o esclarecimento do próprio estado não seja por muito tempo oprimido pelas trevas da dúvida”.
As causas de nulidade continuam "a ser tratadas por via judiciária, e não administrativa" para "tutelar ao máximo a verdade do sagrado vínculo". Para a rapidez, passa-se a apenas uma única sentença em favor da nulidade executiva, e, portanto já não mais uma dupla decisão favorável. Entre as causas de nulidade está também a "falta de fé que pode levar à simulação do consenso ou o erro que determina a vontade". O Bispo diocesano é juiz na sua Igreja particular, e ele deve estabelecer um tribunal, daí a necessidade de que tanto "nas grandes dioceses como nas pequenas", o bispo não deixe completamente delegada aos secretariados da cúria a função judiciária em matéria matrimonial.
Para além do processo documental atualmente em vigor, prevê-se também um processo mais breve "nos casos em que a acusada nulidade do matrimônio é apoiada por argumentos particularmente evidentes". Para tutelar o princípio da indissolubilidade do matrimônio, perante o rito abreviado, será juiz o próprio bispo, que é "garante da unidade católica na fé  e na disciplina”.
É restaurado o apelo à sede metropolitana como "sinal distintivo da sinodalidade na Igreja". Francisco dirige-se também às Conferências Episcopais, que "devem ser, sobretudo impulsionadas pelo zelo apostólico de alcançar os fiéis dispersos" e devem respeitar "o direito de os bispos organizarem o poder judicial na própria Igreja particular”.
É reafirmada a gratuidade dos procedimentos "para que - escreve o Papa - a Igreja, mostrando-se aos fiéis como mãe generosa, numa matéria assim tão estreitamente ligada à salvação das almas, manifeste o amor gratuito de Cristo pelo qual todos fomos salvos". Permanece o recurso ao Tribunal da Sé Apostólica, ou seja da Rota Romana, "respeitando um princípio jurídico muito antigo, para deste modo ser reforçado o vínculo entre a Sé de Pedro e as Igrejas particulares”.
Na Sala de Imprensa do Vaticano, durante a apresentação dos dois documentos jurídicos, foi retomado e sublinhado o desafio da brevidade, perante causas que hoje duram mesmo dez anos. Foi também esclarecido que a reforma não será retroativa e entrará em vigor aos 8 de dezembro. Dom Pio Vito Pinto, decano da Rota Romana e presidente da Comissão Especial para a Reforma do processo matrimonial canônico, reiterou ulteriormente a centralidade do papel do bispo:
 “O Papa investe de confiança os bispos. Nunca nenhum  Papa celebrou dois Sínodos no intervalo de um ano: a reforma centra-se no bispo diocesano e pede uma abertura honesta, não apenas como alma, mas também como mente e coração para a massa dos pobres. Quando o Papa repete que a Igreja deve abrir-se aos pobres que são as periferias, ele entendeu e entende falar, como bem sabeis, também da massa dos divorciados que são uma categoria de pobres”.
O Cardeal Francesco Coccopalmerio, presidente do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos e membro da Comissão Especial, ressaltou o âmbito operacional do Motu Proprio: "Trata-se de um processo que leva à declaração da nulidade, que leva, por outras palavras, em primeiro lugar a ver se um matrimônio é nulo e, em seguida, em caso afirmativo, a declarar a nulidade. Não se trata, portanto, de um processo que conduza à anulação do matrimônio. As razões que determinam a nulidade do matrimônio são múltiplas. Notemos bem que se trata de constatar, e não de inventar a possível existência de qualquer motivo de nulidade. O processo de nulidade do matrimônio é, por outras palavras, um processo "pro rei veritate”
Por seu lado, Dom  Dimitrios Salachas, Exarca Apostólico de Atenas para os católicos gregos de rito bizantino e membro da Comissão Especial, explicando a importância da colegialidade sinodal em apoio ao bispo, quis sublinhar a espera e a beleza dos dois Motu Proprio que "mostram" como a Igreja respira com dois pulmões, porque "a legislação latina e a legislação oriental têm igual dignidade": "Uma única fé - observou ele - mas diferentes disciplinas” (BS)

Sínodo não é só comunhão de divorciados, indissolubilidade e homossexuais
Cidade do Vaticano (RV) – Ao final da viagem do Papa a Cuba e Estados Unidos, a atenção dos ‘vaticanistas’ novamente vai se voltar para os debates do Sínodo dos Bispos. Neste ano, o Sínodo, intuição do Concílio Vaticano II, completará 50 anos de criação. A assembleia de padres sinodais é, por vocação, um quadro consultivo ao qual o Papa recorre para saber como melhor orientar a Igreja.
Diante dos embates difundidos na imprensa leiga durante a assembleia extraordinária do ano passado, é preciso esclarecer que o Sínodo não é um parlamento, não existem partidos. As decisões não são executivas. O que norteia os debates dos padres sinodais é a colegialidade, afinal, a palavra “sínodo” na sua raiz quer dizer “caminhar juntos”.
É claro que não se pode negar que os pontos de vista dos padres sinodais nem sempre convergem, contudo a ação é guiada pelo Espírito Santo. Na tentativa de  evitar polarizações inócuas, a secretaria do Sínodo informa que será dada prioridade para as discussões dos “círculos menores”. Estas reuniões concentrarão os padres sinodais de acordo com o idioma. Falando a mesma língua, a Santa Sé espera que as “diferenças” sejam colocadas de lado pelo bem maior da Igreja e de seus fiéis.
No próximo mês de outubro dar-se-ão, ao longo de três semanas, as discussões do 14º Sínodo Ordinário cujo tema é: “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”. Francisco voltará, por assim dizer, ainda mais seguro de suas convicções sobre que caminho seguir após participar dos encontros com as famílias latino-americanas, em Cuba, e do mundo inteiro, na Filadélfia.
O Sínodo é livre para decidir se publicará ou não um documento final. Tradicionalmente, as reflexões do Pontífice eram publicadas em uma Exortação pós-sinodal. Contudo, Francisco, ao final da assembleia extraordinária, teceu suas considerações após duas semanas de escuta. O discurso do Papa não foi um documento em nível doutrinal, todavia, serviu de argumento base para grande parte da imprensa.
A maioria dos veículos da mídia leiga deu destaque, de modo particular, para três questões: a indissolubilidade do sacramento do matrimônio; a possibilidade de casais de segunda união participarem da Comunhão eucarística e o acolhimento dos fiéis homossexuais e sua participação plena na vida da comunidade.
Assuntos que convidam ao discernimento não somente dos padres sinodais e do Papa, mas de todo o povo de Deus. O instrumento de trabalho para o próximo Sínodo, que pode ser baixado na íntegra em português, contém as proposições que os padres sinodais recolheram em cada paróquia e sobre as quais refletiram durante muito tempo. Está dividido em três partes: A escuta dos desafios sobre a família; o discernimento da vocação familiar e a missão da família hoje.
Nesta visão macro estão contemplados os pormenores das três questões já acima citadas, ainda que em sua forma não definitiva. O esboço da primeira reitera que Deus consagra o amor dos esposos e, portanto, consagra também a indissolubilidade. Sobre a possibilidade de que os divorciados e recasados acedam aos sacramentos da Penitência e da Eucaristia, as reflexões sugerem uma definição que passa por um caminho penitencial “sob a responsabilidade do bispo diocesano”.
Por fim, os padres sinodais são uníssonos ao recordar que a Igreja ensina que “não existe fundamento algum para equiparar ou estabelecer analogias, mesmo remotas, entre uniões homossexuais e o plano de Deus sobre o matrimônio e família”. Todavia, os mesmos acordaram que independentemente da orientação sexual, a pessoa deve ser respeitada na sua dignidade e recebida com sensibilidade e delicadeza, tanto na sociedade como na Igreja.
Ler e reler, refletir e discernir estes três temas é importante. Mas não é somente isso que está em jogo. O Magistério do Papa Francisco nos indica que aquilo que realmente está em xeque é a capacidade da família – como base da Igreja e do cristianismo – em ser exemplo de amor que vence o individualismo e fonte de esperança para as gerações futuras. (RB)

 
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Outubro 2015
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa - SP
Site da Paróquia
http://www.pnslourdes.com.br