Papa em Alessano: Livrar-se dos sinais do poder, para dar espaço ao poder dos sinais
O Papa Francisco deixou o Vaticano na
manhã do dia 20, para fazer uma Visita Pastoral à região da Puglia, no sul da
Itália. Durante a sua breve viagem em território nacional, o Santo Padre esteve
em Alessano, Diocese de Ugento, e em Molfetta, Diocese de Bari.
O objetivo desta sua primeira visita à
Puglia é celebrar o 25° aniversário de morte de Dom Tonino Bello, cuja Causa de
Beatificação está em andamento. Dom Antonino nasceu em Alessano, no dia 18 de
março de 1935, e faleceu em Molfetta, em 20 de abril de 1993, onde desempenhou
sua missão episcopal.
Na cidade de Alessano, o Papa visitou
o túmulo do Servo de Deus, Dom Tonino, onde cumprimentou os seus familiares. A
seguir, na praça diante do Cemitério, o Papa pronunciou seu discurso aos fiéis
da localidade citando e refletindo sobre algumas palavras de agradecimento de
Dom Tonino: “Obrigado, minha terra, pequena e pobre, que me fez nascer pobre,
como você, mas, precisamente por isso, de você recebi a riqueza incomparável de
entender os pobres e, hoje, poder servi-los”. A este respeito, Francisco disse:
“Entender
os pobres foi para ele uma verdadeira riqueza. E com razão, pois os pobres são
a riqueza da Igreja. O Evangelho, de fato, apresenta-nos, muitas vezes, uma
vida incômoda, porque quem segue a Jesus ama os pobres e os humildes. Foi o que
fez Dom Tonino: não buscou privilégios e uma vida cômoda, mas viveu ao lado dos
pobres, sob o exemplo de Jesus que “era rico, mas se fez pobre”.
O Servo de Deus preocupava-se com a
indiferença, com a falta de trabalho, e colocava, acima de tudo, a dignidade do
homem. Ele semeava a paz, a melhor maneira de prevenir a violência e todo tipo
de guerra; colocava-se a serviço dos mais necessitados e promovia a justiça
social. E o Papa explicou:
“Queridos
irmãos e irmãs, esta vocação de paz pertence à sua terra, a esta maravilhosa
terra de fronteira “finis-terre”,
que Dom Tonino chamava “terra-janela”, porque o Sul da Itália se abre ao Sul do
mundo, onde os pobres são bem mais numerosos e os ricos mais ricos. De fato,
vocês são uma “janela aberta” para a pobreza do mundo, mas também uma “janela
de esperança”, para que o Mediterrâneo, bacia histórica de civilização, não
seja palco de guerra, mas arca de paz acolhedora”.
Nesta terra, disse o Papa, desabrochou
a vocação de Dom Tonino, que ele a chamava “evocação” de Deus, capaz de
transformar nossas vidas frágeis. Vocação, para Dom Tonino, “é uma chamada a
ser fiéis, não apenas devotos, mas verdadeiros apaixonados por Deus”. Com este
desejo, o Servo de Deus recomendava aos seus sacerdotes e fiéis uma Igreja
aberta para o mundo, não mundana. Aqui, Francisco ressaltou outra qualidade de
Dom Tonino:
“O
nome de Dom Tonino representa a sua salutar alergia pelos títulos e honras. Seu
desejo era privar-se de qualquer coisa por Jesus, que se despojou totalmente na
cruz; era livrar-se dos “sinais do poder” para dar espaço ao “poder dos
sinais”. Dom Tonino exortava os fiéis a “serem contempla-ativos, ou seja,
partir da contemplação para desembocar no dinamismo, na ação; deter-se diante
do sacrário e partir para a missão evangélica”.
O Santo Padre concluiu seu discurso
invocando a Mãe do Senhor, a fim de nos ajudar a ser sempre Igreja
contemplativa, apaixonada por Deus e pelo homem.
Por fim, convidou os presentes a
imitar o Servo de Deus, Dom Tonino, deixando-nos guiar pelo seu jovem ardor
cristão.
Batismo é renascimento e
segundo aniversário, diz Papa
No 18 de abril, o Santo Padre, Papa
Francisco fez a tradicional catequese para os fiéis. A temática foi sobre sinal da fé cristã, que deu início a uma nova série, desta
vez sobre o Batismo.
Para o Papa o batismo é um renascimento, um “segundo aniversário”. O
Sumo Pontífice explicou o significado da celebração, começando pelo rito
de acolhimento. “Antes de tudo, pergunta-se o nome do candidato, porque o nome
indica a identidade de uma pessoa, nos tira do anonimato. Deus chama cada um
pelo nome, amando-nos singularmente, na concretude da nossa história. O Batismo
acende a vocação pessoal a viver como cristãos, que se desenvolverá durante toda
a vida. E implica uma resposta pessoal e não emprestada, com um ‘copiar e
colar’. ”
O Santo Padre ressaltou que a fé não se compra: “é um dom que vem do alto, não se pode comprar,
mas sim pedir. ‘Senhor, dá-me o dom da fé’, é uma bela oração”,
disse o Papa.
Ele também ressalta que a formação dos
catecúmenos e a preparação dos pais são importantes para suscitar e despertar
uma fé sincera, pois se os catecúmenos adultos manifestam em primeira pessoa
aquilo que desejam receber como dom da Igreja, as crianças são apresentadas
pelos pais, com os padrinhos.
Expressão disto tudo é o sinal da cruz
que o celebrante e os pais traçam sobre a testa das crianças, que manifesta o
sigilo de Cristo sobre aquele que está para Lhe pertencer e significa a graça
da redenção.
Marca
“A cruz é o distintivo que manifesta
quem somos”, explicou o Papa: o nosso falar, pensar, olhar e agir está sob o
sinal da cruz, isto é, do amor de Jesus até o fim. As crianças são marcadas na
testa e os catecúmenos adultos são marcados também nos sentidos. Torna-se
cristão à medida em que a cruz se imprime em nós como uma marca ‘pascal’,
tornando visível, inclusive exteriormente, o modo cristão de enfrentar a vida”,
explicou o Papa.
Banco Mundial
Ao final da Audiência Geral, o Papa
Francisco recordou que sábado próximo, em Washington, têm início as reuniões de primavera do Banco Mundial.
“Encorajo os esforços que, mediante a
inclusão financeira, tentam promover a vida dos mais pobres, favorecendo um
autêntico desenvolvimento integral e respeitoso da dignidade humana.”
PAPA AOS BISPOS DA NIGÉRIA: que a nigéria encontre concordia e paz
Imediatamente após a oração mariana do Regina Coeli, o Papa
Francisco voltou a rezar pela Nigéria, devastada pela violência. Depois de ter
recebido em audiência nestes dias os bispos do país africano, em visita ad
Limina, o Papa recordou o massacre ocorrido na última terça-feira na aldeia de
Mbalom, no Estado de Benue, quando um grupo de homens armados assassinou dois
sacerdotes e pelo menos 16 fiéis após a celebração da Santa Missa.
“Na semana passada, a comunidade
cristã na Nigéria foi novamente atingida com o assassinato de um grupo de
fiéis, entre os quais dois sacerdotes: confiamos ao Deus da misericórdia esses
irmãos para que ajudem aquelas comunidades tão provadas a reencontrar a
concórdia e a paz”.
Na madrugada de terça-feira, 24 de
abril, dois sacerdotes e pelo menos 16 fiéis foram assassinados em uma operação
armada após a celebração da missa na paróquia de Santo Inácio de Ukpor-Mbalom,
na aldeia de Mbalom, pertencente à diocese de Makurdi, no Estado de Benue. Essa
região faz parte do chamado Cinturão do Meio, a parte central do país que
divide o norte com a preponderância muçulmana, do sul amplamente habitada pelos
cristãos.
Depois de atacar a igreja, os bandidos
entraram na aldeia e destruíram mais de 60 casas e celeiros. Os habitantes
fugiram para as aldeias vizinhas, na esperança de encontrar um refúgio seguro.
Os autores do massacre são os pastores
nômades muçulmanos do grupo étnico Fulani que cada vez mais tentam se apropriar
das terras férteis cultivadas pelos camponeses de fé cristã. A violência não
depende apenas de motivos religiosos, mas também da vontade de controlar os
recursos hídricos.
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Maio de 2018
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval NevesResponsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa – SP
Site da Paróquia: http://www.pnslourdes.com.br