Cardeal Scherer recebe título de Doutor Honoris Causa no Líbano
O
Arcebispo Metropolitano de São Paulo, Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, recebeu
nesta sexta-feira, 8, o título de doutor honoris causa da
Universidade Católica Saint-Esprit de Kaslik (Usek), no Líbano. A cerimônia de
concessão do título acadêmico aconteceu no Auditório da Faculdade de Música da
Usek, no campus de Jounieh.
O título
foi entregue pelo reitor a instituição, o Padre e doutor Georges Hobeika.
Também participaram do evento o Patriarca da Igreja Católica Maronita, Cardeal
Béchara Pierre Raï, o Núncio Apostólico no Líbano, Dom Joseph Spiteri, e o
Eparca Maronita no Brasil, Dom Edgar Madi.
FRATERNIDADE
ENTRE BRASIL E LÍBANO
“Alguém
poderia perguntar, e eu também me pergunto: que méritos possui o Cardeal de São
Paulo, no Brasil, para receber um prestigioso título acadêmico em uma
Universidade do Líbano? A resposta não poderia ser outra, a não ser a imensa simpatia
e generosidade das autoridades acadêmicas que assim decidiram”, afirmou Dom
Odilo, em seu pronunciamento de agradecimento.
O Cardeal
recordou que, na cidade de São Paulo existe uma grande comunidade de imigrantes
libaneses e seus descendentes, sendo considerada a maior fora do Líbano. “A
concessão, pela vossa Universidade, do título ao Arcebispo de São Paulo
expressa mais ainda a relação fraterna entre São Paulo e Beirute, entre a
Igreja do Líbano e a Igreja de São Paulo. Esta concessão também nos proporciona
a ocasião para compartilharmos ainda mais as nossas riquezas humanas e
religiosas, para o recíproco enriquecimento e ajuda”, destacou o Arcebispo.
Cardeal escreve Carta Pastoral sobre o 1º Sínodo Arquidiocesano
Por Nayá Fernandes
O Cardeal Odilo
Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, escreveu à Arquidiocese de São Paulo
uma Carta Pastoral, datada na Solenidade da Epifania do Senhor, 6 de janeiro de
2019.
Intitulada
“Sínodo arquidiocesano de São Paulo, 2018-2020 – caminho de comunhão, conversão
e renovação missionária”, a Carta é endereçada aos bispos auxiliares, padres,
diáconos, religiosos e religiosas e a todos os cristãos leigos e leigas e suas
organizações.
A Carta tem o
objetivo de rever o caminho já realizado durante o sínodo e apontar os novos
passos que devem ser dados em 2019. O texto contém muitas citações retiradas
das cartas escritas por São Paulo Apóstolo e sugestões de como organizar ações
pastorais e conhecer melhor a história das paróquias e dos seus padroeiros.
ALEGRIA
Inspirado em São
Paulo Apóstolo, que em muitas de suas cartas, saúda a comunidade, o Cardeal
demonstra grande alegria em escrever uma Carta sobre o sínodo arquidiocesano.
“É com grande
alegria que me dirijo a todos, por meio desta Carta Pastoral, para tratar do
primeiro sínodo arquidiocesano de São Paulo, “caminho de comunhão, conversão e
renovação missionária” para toda a Arquidiocese de São Paulo e para todas as
realidades que a integram e expressam. Confiados na graça de Deus, já
percorremos o primeiro ano do caminho sinodal, previsto para três anos. O
Espírito Santo há de nos assistir nas etapas que ainda temos pela frente,
sobretudo para alcançarmos as metas e propósitos do sínodo. Estamos semeando; a
seu tempo, os frutos aparecerão”, afirma o Cardeal.
CONVERSÃO
E RENOVAÇÃO MISSIONÁRIA
Dom Odilo
recorda que o chamado à conversão é um convite constante da Igreja e que o
próprio Concílio Vaticano II, há mais de 50 anos, teve esse objetivo.
“Não é de hoje
que a Igreja nos convida à conversão pessoal e também à conversão pastoral e
eclesial. O próprio Concílio Vaticano II, há mais de 50 anos, foi um grande e
solene chamado à Igreja para renovar-se na missão, estando atenta às novas
circunstâncias e realidades culturais, sociais e religiosas vividas pela
sociedade e pela própria Igreja”, escreveu Dom Odilo.
O Arcebispo
enumerou, em sua Carta, alguns desses eventos e documentos:
• As
assembleias do Sínodo dos Bispos sobre a “evangelização no mundo contemporâneo”
(1975), do qual resultou a extraordinária Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, de São
Paulo VI.
• Os
sínodos sobre a catequese (Catechesi
Tradendae, 1979) e sobre a ação missionária da Igreja (Redemptoris Missio, 1990),
de São João Paulo II.
• As
assembleias do Sínodo dos Bispos sobre a vocação e a missão dos leigos na
Igreja e no mundo contemporâneo (Christifideles
Laici, 1988), sobre a vocação sacerdotal, a vida e o ministério dos
presbíteros (Pastores Dabo Vobis,
1992), sobre a missão dos bispos (Pastores
Gregis, 2001), sobre a vocação especial dos religiosos e religiosas
(Vita Consecrata,
1996) e sobre a família (Amoris
Laetitia, 2014-2015) e também o sínodo sobre “os jovens, a fé e o
discernimento vocacional” (2018).
• O Papa
Francisco, depois do sínodo sobre a “nova evangelização para a transmissão da
fé cristã” (2012), na sua primeira Exortação Apostólica (Evangelii Gaudium, 2013),
conclamou novamente a Igreja inteira a se renovar na missão
evangelizadora.
A IGREJA
DE SÃO PAULO
Ao referir-se à
Arquidiocese, o Cardeal faz um questionamento: “Será que a preocupação com a
“nova evangelização” e a “conversão pastoral e missionária” já chegou às nossas
comunidades e conseguiu mudar alguma coisa nas bases concretas da nossa
Igreja em São Paulo? ”. E convida as comunidades a uma reflexão:
“Perguntemo-nos: o que ficou e mudou em nossas comunidades a partir da
Conferência de Aparecida, em 2007? ”
Por se tratar do
primeiro sínodo arquidiocesano, o Cardeal recordou algumas das questões
centrais que, em 2018, ajudaram as paróquias a conhecerem suas próprias
realidades e contextos em que estão inseridas.
• Quem somos
nós, como Igreja Católica?
• Qual é a nossa
missão?
• Como está
sendo realizada essa missão nas nossas comunidades?
• Como se
encontra a nossa comunidade?
“O levantamento
paroquial feito pelos Párocos e outros corresponsáveis pelas paróquias mostrou
com realismo que estão em curso mudanças aceleradas e preocupantes”, afirmou
Dom Odilo, que recordou também que, no primeiro ano do sínodo arquidiocesano,
foi feita uma ampla pesquisa de campo sobre a realidade religiosa e pastoral em
todas as 297 paróquias territoriais de nossa Arquidiocese.
Supervisionada e
apoiada tecnicamente por especialistas da PUC-SP, a pesquisa contou com cerca
de 300 voluntários treinados e bem orientados, que percorreram cada uma das
paróquias e fizeram mais de 20 mil visitas domiciliares para entrevistar
católicos e não católicos.
A carta será
distribuída nas paróquias e está disponível integralmente no site da Arquidiocese de São Paulo.
E AGORA?
No segundo ano
do sínodo, os trabalhos das assembleias sinodais nas regiões episcopais serão
abertos solenemente no dia 30 de março de 2019, com uma grande concentração
sinodal em cada Região. Também farão o mesmo caminho os vicariatos
ambientais do Povo da Rua, da Educação e Universidade e da Comunicação.
Dom Odilo
informou que a Comissão de Coordenação Geral já preparou um instrumento de
trabalho e uma metodologia própria para as assembleias sinodais nesses
âmbitos da nossa Arquidiocese.
Porém, o
Arcebispo enfatizou que as paróquias devem continuar seu caminho sinodal em
2019. “As paróquias, com todas as suas realidades e expressões, continuam a
avançar no caminho sinodal, motivadas pelo tema e o lema do sínodo e pelas
realidades já percebidas sobre a situação pastoral e religiosa das paróquias e
comunidades durante o primeiro ano do sínodo”, disse Dom Odilo
Na Carta, o
Cardeal explicou que cada paróquia deve promover uma assembleia paroquial
ampliada ainda no primeiro semestre de 2019, para expor os resultados do
levantamento paroquial feito em 2018 e da pesquisa de campo sobre a situação
religiosa e pastoral da paróquia e de toda a Arquidiocese de São Paulo.
CONHECER
A PRÓPRIA HISTÓRIA
Um dos convites
para 2019 é também o de que cada paróquia possa se empenhar em conhecer a
própria história. “Convidamos todas as paróquias e comunidades a conhecerem
melhor a si mesmas”, afirmou o Cardeal.
Além disso, Dom
Odilo ressaltou a importância de cada paróquia começar a tomar conhecimento e
consciência mais aprofundada daquilo que a pesquisa de campo e também o
levantamento paroquial revelaram sobre a situação religiosa e pastoral da
paróquia e da Arquidiocese.
“O objetivo
dessa ação, além de ser cultural, é sobretudo pedagógico e evangelizador:
conhecer a história da própria paróquia deveria levar as pessoas a sentirem-se
mais ligadas a essa história e a amar a comunidade paroquial de pertença”,
aponta a Carta.
SANTOS
PADROEIROS E OS TÍTULOS DAS PARÓQUIAS
No objetivo de
conhecer a própria história, o Cardeal explicou que a tradição de dar nomes de
santos padroeiros às paróquias ou títulos relativos à fé católica é uma prática
antiga na Igreja e possui diversos significados importantes e bonitos.
“Os títulos
paroquiais relativos a algum artigo da nossa profissão de fé equivalem a um
testemunho e proclamação pública de nossa fé”, disse Dom Odilo.
Ele exortou os
fiéis a conhecerem melhor os santos padroeiros e os títulos das paróquias, o que
pode ajudar o povo a descobrir e valorizar mais esse tesouro. “A partir dos
santos padroeiros e dos títulos paroquiais, cada paróquia pode descobrir e
valorizar mais o seu carisma próprio, partindo do testemunho do padroeiro, ou
do significado e da importância do título para a vivência cristã dos
paroquianos”, continuou Dom Odilo.
Sobre a vida dos
santos, o Cardeal disse ainda que “a melhor forma de valorizar e honrar os
santos é acolher e divulgar o testemunho de suas vidas, de seu amor a Deus e ao
próximo e sua perseverança na fé, mesmo em meio a dificuldades. Os santos não
são mitos criados pela fantasia! São pessoas históricas, que enfrentaram
dificuldades e lutas para serem fiéis a Deus e à graça do Batismo”.
http://www.osaopaulo.org.br/noticias/cardeal-escreve-carta-pastoral-sobre-o-1o-sinodo-arquidiocesano
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Março de 2019
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa – SP
Site da Paróquia: http://www.pnslourdes.com.br