“DE
NOVO O MENSALÃO”
No dia 18 de setembro de
2013, nós, brasileiros, tivemos a inacreditável notícia de que haveria um novo
julgamento do mensalão.
O conhecimento dessa
resolução trás de volta, à memória de todos nós, os fatos vergonhosos que, de
modo sucinto, descrevo a seguir:
O mensalão
foi
um escandaloso esquema arquitetado para comprar o apoio de deputados federais e
líderes partidários.
Essa “compra” era
feita através de uma mensalidade ou mesada paga aos
deputados e líderes partidários para
votarem a favor dos projetos de interesse do Poder Executivo.
O esquema tornou-se público
após uma entrevista concedida por Roberto Jefferson que apontou o então
ministro da Casa Civil, José Dirceu, como o
mentor do esquema.
Os réus, em busca de
desculpas que justificassem à nação tanta pouca-vergonha, argumentavam
que os pagamentos a políticos visavam quitar dívidas eleitorais e financiar
campanhas da base aliada ao governo federal. O presidente
da época, Luiz Inácio Lula da Silva, manifestou-se declarando que se sentia traído
por tais práticas inaceitáveis, além de indignado pelas revelações que chocavam
o país sobre as quais ele não tinha qualquer conhecimento (!).
Assim, sete
anos após a eclosão das denúncias, teve início o maior julgamento da história
da corrupção política no país e que nos levou a repensar o conceito de
“quadrilha” que, até então, ao menos em minha humilde concepção, fazia menção
apenas a bandos de criminosos comuns armados que assaltavam bancos e coisas
assim.
Ao
final do julgamento tivemos um saldo de 25
condenados, 12 absolvidos e ninguém aceitou investigar o Lula. De qualquer modo,
a nação estava feliz. Era a vitória da democracia.
No entanto, no mês passado, sob um recurso
denominado “embargo dos infrigentes” o Supremo Tribunal Federal decidiu, por seis votos a cinco, por um novo
julgamento do mensalão.
Foi como um balde de água gelada em nossas cabeças.
Nos sentimos frustrados, ofendidos e desvalidos. Para muitos de nós, que até se permitiram
sonhar com prisões espetaculares dos réus mais famosos, esse resultado foi, talvez, a confirmação de
que a lei não é para todos e que, de fato, há algumas pessoas intocáveis.
Assim
sendo, penso que se, após o final do novo julgamento, esse resultado se
mantiver, este triste episódio de nossa história política estará mostrando aos
cidadãos brasileiros honestos (e desonestos) que vale a pena ser político e
“enfiar a mão” no dinheiro público para uso próprio.
Portanto,
se assim de fato for, terei, tristemente, que concordar com o falecido Oscar
Niemayer quando disse que: “Brasília nunca deveria ter sido projetada em forma
de avião, mas sim de camburão”.
Vanusa dos Reis Coêlho Rodrigues
vanusa.coelho.rodrigues@gmail.com
(*) Graduada em Ciências Contábeis e Letras/Inglês. Especialista em Neuroaprendizagem e em Psicopedagogia Clínica e Institucional. É Personal Coach e Practitioner em Programação Neurolinguística. Possui MBA em Recursos Humanos; certificação em Mediação PEI e Curso de aperfeiçoamento em TODA e TDAH.
Jornal Online “A Voz de Lourdes” - Outubro 2013
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
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Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa - SP
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