Por amor a seus filhos, Deus se comunica e se
manifesta na história concreta a fim de mostrar-se próximo a seu povo,
“conhecendo suas aflições e caminhando com eles” (Ex 13,18), “habitando em
tendas” (II Crônicas 1,4) assim como aqueles que escolhera; um Deus que “cura
suas enfermidades” (Números 21,9) e os “alimentou quando a fome os assolava”
(Salmos 78,24).
São Jerônimo (347-420) foi o grande
responsável por traduzir o Livro Sagrado que estava escrito em hebraico,
aramaico e grego para o latim, língua universal de sua época, e por isso, a
chamou de Vulgata, que significa “de divulgação popular” a fim de todo o
povo cristão pudesse ter acesso a ela.
No fundo, a Bíblia é a história de Deus que
guia seus escolhidos e os restitui sua dignidade, é um mapa que deve nos guiar
a Jesus Cristo, a Palavra viva do Pai que não mais fala através de mensageiros,
fala através da boca do próprio Filho que é o Deus-Conosco. Assim como o povo
hebreu, o caminho de entrega é árduo e passa também pelo deserto, por
desconfianças, limitações e murmurações, porém, ao fim do peregrinar,
contemplaremos a terra prometida, prefiguração da Vida Eterna pregada por
Jesus.
Esta “beleza sempre antiga e sempre nova”
(Santo Agostinho) é inesgotável, sua mensagem é de valor incomensurável e
somente possui validade em nossa vida a partir de minha abertura de coração à
sua ação fecunda e de fato, tê-la como um mapa que me encaminhe à Felicidade.
Mais que um livro de ciências ou de histórias, a Bíblia é Palavra de Deus que,
“inspirada pelo Espírito Santo” (Dei Verbum nº26), se utilizou de nossa
pequenez e insignificância para se comunicar conosco e, o conteúdo de seu
revelar-se, servir para alimentar nossa fé errante e sedenta.
Este mês de setembro, tradicionalmente
dedicado ao estudo e meditação da Palavra de Deus, tem por sentido primeiro
despertar no coração de nós católicos o interesse de conhecer seu conteúdo,
redescobrir a Bíblia como Palavra de Deus e não um mero livro de fábulas ou
belas frases que, ao acaso abro para “ver o que Deus quer de mim hoje”. A ação
transformadora da Bíblia deve impregnar meu ser e seu teor, modificar minhas
atitudes contrárias aos ensinamentos de Cristo, perfeição da Lei.
Frei
Rhuam Ferreira Rodrigues de Almeida, OAR.
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Setembro 2014
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa - SP
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