domingo, 7 de setembro de 2014

A Bíblia: o comunicar-se de Deus com seu povo.


Por amor a seus filhos, Deus se comunica e se manifesta na história concreta a fim de mostrar-se próximo a seu povo, “conhecendo suas aflições e caminhando com eles” (Ex 13,18), “habitando em tendas” (II Crônicas 1,4) assim como aqueles que escolhera; um Deus que “cura suas enfermidades” (Números 21,9) e os “alimentou quando a fome os assolava” (Salmos 78,24).

São Jerônimo (347-420) foi o grande responsável por traduzir o Livro Sagrado que estava escrito em hebraico, aramaico e grego para o latim, língua universal de sua época, e por isso, a chamou de Vulgata, que significa “de divulgação popular” a fim de todo o povo cristão pudesse ter acesso a ela.

No fundo, a Bíblia é a história de Deus que guia seus escolhidos e os restitui sua dignidade, é um mapa que deve nos guiar a Jesus Cristo, a Palavra viva do Pai que não mais fala através de mensageiros, fala através da boca do próprio Filho que é o Deus-Conosco. Assim como o povo hebreu, o caminho de entrega é árduo e passa também pelo deserto, por desconfianças, limitações e murmurações, porém, ao fim do peregrinar, contemplaremos a terra prometida, prefiguração da Vida Eterna pregada por Jesus.

Esta “beleza sempre antiga e sempre nova” (Santo Agostinho) é inesgotável, sua mensagem é de valor incomensurável e somente possui validade em nossa vida a partir de minha abertura de coração à sua ação fecunda e de fato, tê-la como um mapa que me encaminhe à Felicidade. Mais que um livro de ciências ou de histórias, a Bíblia é Palavra de Deus que, “inspirada pelo Espírito Santo” (Dei Verbum nº26), se utilizou de nossa pequenez e insignificância para se comunicar conosco e, o conteúdo de seu revelar-se, servir para alimentar nossa fé errante e sedenta.

Este mês de setembro, tradicionalmente dedicado ao estudo e meditação da Palavra de Deus, tem por sentido primeiro despertar no coração de nós católicos o interesse de conhecer seu conteúdo, redescobrir a Bíblia como Palavra de Deus e não um mero livro de fábulas ou belas frases que, ao acaso abro para “ver o que Deus quer de mim hoje”. A ação transformadora da Bíblia deve impregnar meu ser e seu teor, modificar minhas atitudes contrárias aos ensinamentos de Cristo, perfeição da Lei.

Frei Rhuam Ferreira Rodrigues de Almeida, OAR.


Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Setembro 2014
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa - SP
Site da Paróquia: http://www.pnslourdes.com.br