Santa Maria! Mãe e sua autoridade espiritual
Ele, “Jesus, lhes era submisso” (Lc
2,51).
Maria é anunciada por São Gabriel a ser a Mãe de Deus e isto
se deu por ser Jesus uma das três pessoas da Trindade, ou seja Ele é o Deus
Redentor dos Homens, o Deus Filho. E Maria é Mãe d´Ele anunciada por Isabel,
prima judia, que lhe disse: “A que devo a honra de receber a Mãe do meu
Senhor?” (Lc 1,43). Por esta mariologia, no início do cristianismo, que a
Patrologia latina e grega vai nos historificar que os santos chamaram-na de
“Onipotência Suplicante”, isto é, a Mãe do Deus Uno na essência e Trino nas
pessoas ontológicas e ela pode tudo com as suas súplicas diretamente entregues
a seu Filho no trono celeste. Por isto foi reconhecida pelos cristãos
primitivos como TEOTHOKOS, que quer dizer: Mãe de Deus (Gal 4,4).
Poucos entendem o dogma dela sobre o título de Imaculada.
Isto é, a mãe de Deus Filho Redentor foi concebida no seio de sua mãe (Santa
Ana, que por idade e estado estava estéril) sem o pecado original, mesmo que
todos os homens herdaram de Adão e Eva o pecado original. Maria foi preservada
por graça e ação salvadora do pecado original a priori, por causa do sacrifício
de Jesus na Cruz. Mas, vale lembrar que Deus antecipou para Ela a redenção e para
Deus que é atemporal, metafísico, eterno e incognoscível o tempo não é
obstáculo.
Este dogma, da Imaculada - foi proclamado, seis séculos depois
de sua primeira defesa contra a Mariologia Dominicana Medieval, pelo Papa Pio
IX, em 1854, solenemente. E, confirmado pela própria Virgem em Lourdes, quatro
anos depois, quando disse à menina Bernadete: “Eu sou a Imaculada Conceição”,
em 1858. Maria foi livre do pecado para que Jesus também o fosse; isto é, ela
foi livre das cadeias do pecado original, da morte e de Satanás, para poder
vencê-los e libertar a humanidade escrava. Diz-se: "Pode o puro, Jesus, vir
dum ser impuro? "(Jo 14:4).
Em sua Constituição Apostólica Ineffabilis Deus (8 de
dezembro de 1854), que definiu oficialmente a Imaculada Conceição como dogma, o
Papa Pio IX recorreu principalmente para a afirmação de Gênesis( 3:15), onde
Deus disse: "Eu Porei inimizade entre ti e a mulher, entre sua
descendência e a dela", assim, segundo esta profecia, seria necessário uma
mulher sem pecado, para dar à luz o Cristo, que reconciliaria o homem com Deus.
O verso "Tu és toda formosa, meu amor, não há mancha em ti", no
Cântico dos Cânticos (4,7) é usado para defender a Imaculada Conceição. Conclui-se que por obediência Jesus
foi submisso a Maria e a José porque o criador se fez sujeito à sua criatura “E
Ele lhes era submisso” (Lc 2,51). Também no céu Maria continua Mãe de Jesus, a
quem Ele tem a alegria de “obedecer”. Sendo Mãe de Deus, o Rei, Ela foi
humilde, simples, silenciosa, sofredora. Maria só apareceu nas horas difíceis:
Os humildes sempre são ocultos e Ela sempre foi, é e será a “cheia de graça”
(Lc 1,30 e 28).
Finalizando com uma Teologia Especulativa, em 1252 quando
Santo Tomás contava apenas 27 anos de idade, ainda no início de sua atividade
acadêmica em Paris, ele escreveu o seguinte: "Ao
terceiro, respondo dizendo que se consegue a pureza pelo afastamento do
contrário: por isso, pode haver alguma criatura que, entre as realidades
criadas, nenhum seja mais pura do que ela, se não houver nela nenhum contágio
do pecado; e tal foi a pureza da Virgem Santa, que foi imune do pecado original
e do atual." (I Sent., d. 44, q. 1, a. 3).
Ela foi consagrada inteiramente a Deus e Maria sempre quis
ser Virgem. Mas, Deus precisou dela para ser a Mãe de seu Filho unigênito. Como
para Deus tudo é possível, Ele a preservou Virgem perpetuamente e este dogma
mariano a Igreja ensina: Ela é “Virgem antes do parto, Virgem no parto e Virgem
após o parto”. É uma glória que Deus quis lhe dar. É um dogma ex-Cathedra de fé
proferido pelo Sagrado Magistério. Este é um milagre, que não pode ser
entendido pelo método empírico da ciência. (Concílio de Cápua, Itália, ano 381). “Ninguém teria Cristo, o verbo, como
Sumo Mediador e Redentor se Ele não tivesse preservado do Pecado Original (dado
o Bem Supremo-preservação da culpa) ao menos alguém do Pecado Original”
(Neoplatonismo Agostiniano do Beato João Duns Scotus –O.F.M).
Prof. Adilson L.P. Oliveira
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa – SP
Site da Paróquia: http://www.pnslourdes.com.br