Após um mês intenso de trabalho com a
realização de nossa quermesse, damos início ao segundo semestre de 2018 em
nossa paróquia. Este mês se apresenta bem mais tranquilo com relação às
atividades paroquiais. Sendo assim gostaria de refletir sobre a importância da
comunidade paroquial para voltarmos em agosto com os ânimos renovados e
comprometidos.
Hoje se fala muito em comunidade. Comunidade
escolar, comunidade familiar, comunidade paroquial e até comunidades virtuais,
espalhadas pelas redes de computadores. Fala-se muito, mas na realidade vivemos
num mundo cada vez mais anônimo, com pessoas isoladas pela competição e
fechadas no individualismo. Os meios de comunicação, que deveriam aproximar as
pessoas, acabam distanciando. O individualismo tende a criar uma sociedade de
consumistas, na qual estão em jogo os interesses pessoais.
O ser humano só consegue tomar consciência do
mundo e dos outros, através do amor e da partilha que se dá na vida em
comunidade. É ali que ele vai desenvolver seus dons e suas capacidades. As
comunidades cristãs são comprometidas com a fé e ligadas pelos laços de fraternidade.
Viver em comunidade, nesta perspectiva, é lutar pela paz e pela justiça no
mundo.
Não basta estarmos juntos, um ao lado do outro
na mesma casa. É preciso que tenhamos objetivos comuns, metas definidas,
prioridades básicas que favoreçam a superação do individualismo. Faz-se
necessário vivenciar relações interpessoais. A comunidade cristã tem um elo que
une e fortalece os seus membros, é a mística do serviço e da oração em
comunidade.
Na comunidade, cada um tem a responsabilidade
de ajudar e sustentar a fé dos irmãos; dá e recebe, perdoa e é perdoado,
acompanha e jamais está só, oferece seus carismas e ministérios para o bem
de todos e beneficia-se com os de seus irmãos; compartilha. Viver em comunidade
é sair do anonimato para deixar-se conhecer, deixar-se cativar, colocando seus
dons e talentos a serviço. Só quem ama realmente, entende o que significa a
vida em comunidade.
Por outro lado, é na comunidade que acontecem
também as inevitáveis tensões e conflitos. A comunidade é o lugar do crescimento,
mas também é o lugar dos desafios constantes. Acontece que nem sempre as
pessoas estão maduras e preparadas para compartilhar e viver em harmonia e
doação evangélica. A irradiação do amor supõe a superação do egoísmo. O encanto
da vivência comunitária supõe uma grande capacidade de amar. Saber viver em
comunidade é uma missão que se aprende a cada dia. É preciso superar limites e
ir além dos interesses pessoais, olhar mais para o “nós” e menos para o “eu”.
Ainda predominam entre nós e em nossas
Igrejas, as formas religiosas individualistas de massas, nas quais não se
valorizam as relações interpessoais e fraternas. Busca-se Deus de forma egoísta
e interesseira. Não há partilha de vida. Cada um pensa em si mesmo. Porém, não
podemos nos esquecer que o núcleo do cristianismo é o amor e a partilha. Tal
amor exige a vivência comunitária e as relações fraternas. Ao mesmo tempo não
podemos perder de vista o apostolado e a solidariedade com os mais pobres.
Aprendamos a viver em comunidade e
aproveitemos esse mês de julho para descansar, pois tivemos um mês muito
intenso com os finais de semana de quermesse. Obrigado a todas as equipes e a
todos aqueles que se envolveram na realização desse importante trabalho. Que
nossa Senhora de Lourdes interceda junto a seu Filho Jesus por todos nós. Amém!
Frei Alcimar Fioresi, OAR.
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Julho de 2018
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval NevesResponsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa – SP
Site da Paróquia: http://www.pnslourdes.com.br