A vida em comunidade é a verdadeira e única vocação agostiniana.
Ela se concretiza no fato da comunidade viver uma só alma e um
só coração dirigidos para Deus, tendo tudo em comum.
|
Deixe-me voar para Vós, meu Deus e Senhor...
|
Ser agostiniano hoje
|
||
Santo Agostinho instaura na Igreja de sua comunidade a experiência das primitivas comunidades, aquelas encontras no próprio Evangelho. É o que ele diz no início de sua Regra:
“Para isto vos reunistes em
comunidade. Vivei unidos numa só casa e tende uma só alma e coração dirigidos
para Deus”.
Agostinho concebia a vida religiosa como um grupo de amigos que
se reuniam para chegar à posse da Verdade, que é Deus. Lendo a Regra, vê-se
que, na sua concepção, cada membro tinha uma função dentro do grupo, todos,
porém,
“uma só alma e coração”.
Todos deviam ajudar-se para construir uma comunidade de vida, de
ideais, de interesse religiosos e humanos, em perfeita comunhão. Enfim, uma
verdadeira comunidade de irmãos e amigos, tendo em vista uma única meta,
caminhando na mesma direção e em íntima colaboração para a integração do
grupo.
O núcleo da concepção agostiniana da vida religiosa está na
tomada de consciência da unidade e da comunhão interior entre os irmãos. Isto
leva a ter em conta os valores, a mútua ajuda, evitando o egoísmo.
Nas Confissões, Agostinho nos fala de seu ideal, anterior à
conversão:
“Éramos muitos os amigos que
trazíamos o espírito agitado. Falávamos com aborrecimento dos dissabores
tumultuosos da vida humana. Já quase tínhamos resolvido viver sossegadamente,
retirados da multidão.
Tínhamos projetado aquele sossego
deste modo: se alguma coisa possuíssemos, junta-la-íamos para uso comum, combinando
formar de tudo um só patrimônio, de tal forma que, por amizade sincera, não
houvesse um objeto deste, outro daquele, mas se tudo se tivesse uma só
fortuna, sendo tudo de cada um e tudo de todos”(Conf., 6,14).
Após a conversão escreve a Leto que duvidava em seguir sua
vocação:
“Cada um procure amar aquela
sociedade e comunhão, como está escrito: Não existia entre eles senão uma só
alma e um só coração. Desta forma, tua alma não é tua, mas de todos os
irmãos. As almas deles são tuas, ou, melhor, suas almas com a tua, não são
almas, mas uma só alma, única, de Cristo" (Epist.
243,4).
Mais claro ainda, neste trecho:
“Não vivem em união senão aqueles nos
quais está a perfeita caridade de Cristo. Muitos irmãos vivem só
corporalmente unidos. Quem vive na unidade? Aqueles dos quais está escrito:
Tinham uma só alma e um só coração dirigidos para Deus e ninguém tinha nada
próprio, mas tudo lhes era comum” (Enarrationes in Os. 132(12).
Aí está a chave para compreender a comunidade agostiniana. Para
Agostinho a experiência de vida religiosa está penetrada por esta dimensão
comunitária. É um ponto de partida sumamente bíblico.
Para construir esta comunidade exige-se o fundamento da
caridade. Vivendo a caridade, os irmãos:
·
dedicam-se a mútuas atenções,
como filhos de Deus e irmãos de Cristo;
·
entregam sua vida e tudo o
que lhes pertence ao serviço do amor;
·
aceitam-se mutuamente;
·
sabem perdoar;
·
praticam com delicadeza a
correção fraterna e
·
ajudam-se com orações.
·
O ideal da comunidade agostiniana é realizar uma convivência em
Cristo, reproduzindo, de acordo com as exigências de cada tempo e lugar, o
que vem descrito nos Atos dos Apóstolos.
Este é o ideal, bíblico e humano, que a Santo Agostinho e a
Ordem dos Agostinianos Recoletos propõe aos jovens de hoje.
Num mundo dilacerado por separações provenientes dos mais
variados conflitos, mas que anseia pela paz e compreensão, podemos oferecer
aos jovens e homens de boa vontade a possibilidade de uma realização humana,
eclesial e religiosa, que leva em conta as mais profundas aspirações do
coração humano.
Fonte:
|
...
|
A Regra
é o documento fundacional de um instituto religioso.
A Regra
de Santo Agostinho é uma das mais antigas e mais populares de todas as regras.
Confissões
é o livro em que Agostinho "confessa"
·
seus pecados
·
seu amor por
Deus e seu louvor ao Criador.
·
O ideal
de Santo Agostinho inclui:
ninguém
ter nada próprio: tudo é comum a todos.
Os
agostinianos realizam sua convivência comunitária em Cristo.
O ideal
de Santo Agostinho é um ideal humano e bíblico.
Ele leva
em conta as mais profundas aspirações do coração humano. |
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Agosto de 2018
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval NevesResponsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa – SP
Site da Paróquia: http://www.pnslourdes.com.br