Segunda urgência: Igreja – Casa da iniciação à
vida cristã
80. “A fé é dom de Deus! Não se começa a ser
cristão por uma decisão ética ou uma grande ideia, mas pelo encontro com um
acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma
orientação decisiva” (DCE, 1). Por sua vez, este encontro é mediado pela ação
da Igreja, ação que se concretiza em cada tempo e lugar, de acordo com o jeito
de ser de cada povo, de cada cultura.
81. A adesão a Jesus Cristo implica sempre o
anúncio da Palavra de Deus. Cada época tem exigências próprias para que o
anúncio de Jesus Cristo se torne eficaz. Se no passado o primeiro contato das
pessoas com a Pessoa e a mensagem de Jesus Cristo se dava na família, ou mesmo
na sociedade que se confessava “cristã”, hoje não se pode mais dar a fé por
pressuposta. “Tal pressuposto, não só deixou de existir, mas frequentemente
acaba até negado. Enquanto, no passado, era possível reconhecer um tecido
cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e
aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes
setores da sociedade, devido a uma profunda crise de fé, que atingiu muitas
pessoas” (PF, 2).
82. Por isso, é necessário “desenvolver, em
nossas comunidades, um processo de iniciação à vida cristã que conduza ao
encontro pessoal com Jesus Cristo” (DGAE 2016-2019, 83).
83. A iniciação cristã “não se esgota na
preparação formal para os sacramentos do Batismo, Confirmação e Eucaristia, mas
se refere, principalmente, à adesão pessoal a Jesus Cristo. A adesão que tal
processo promove deve ser feita e refeita, fortalecida e ratificada tantas
vezes quantas o cotidiano exigir. Nossas comunidades precisam ser mistagógicas,
lugares por excelência da catequese, preparadas para favorecer que o encontro
com Jesus Cristo se faça e se refaça permanentemente” (DGAE 2016-2019, 43), e a
participação corresponsável e generosa na vida e na missão da Igreja.
84. Tornar a iniciação cristã uma
característica da ação evangelizadora e, consequentemente, das comunidades
eclesiais, implica rever atitudes, horários, estruturas e, até mesmo, o perfil
do agente evangelizador, que deverá servir como “ponte” entre o “candidato” à
fé e a comunidade que o acolhe e acompanha.
85.
Indicações Pastorais
1. Em todas as
paróquias e comunidades haja uma pastoral catequética vigorosa, com catequistas
bem formados e em número suficiente; que haja suficientes espaços para a
catequese; que nenhuma criança e adolescente de família católica fique sem a
catequese para os Sacramentos de iniciação à vida cristã.
2. Pregação
assídua e sistemática sobre os temas da fé e da moral, de maneira que a
doutrina da fé católica e os mistérios da fé cristã sejam anunciados a todos,
conhecidos e amados.
3. Atendimento
personalizado das pessoas, através da acolhida, diálogo interpessoal, reflexão
sobre a experiência de vida, no respeito à liberdade de cada pessoa.
4. Destaque para
o encontro com Jesus Cristo, a conversão, o discipulado, a comunhão e a missão.
Sendo a comunidade eclesial o lugar da educação na fé, o processo formativo não
pode se reduzir a cursos, pois exige a participação na vida da comunidade.
5. Atenção
especial para a formação dos leigos, para favorecer o interesse e a
participação de um maior número de pessoas na vida e missão da Igreja,
servindo-se, para isso, dos recursos dos meios de comunicação, das
possibilidades oferecidas pelas mídias sociais e pelas novas formas de
educação.
6. Continuar a
promover o estudo do Catecismo da Igreja Católica (ou do seu Compêndio), do
YouCat (Catecismo Jovem), pois o conhecimento doutrinal é essencial para a vida
de fé: sem saber o que se crê, não dá para saber o que viver, o que testemunhar
e o que celebrar.
7. Formação e
acompanhamento na fé do cristão adulto, com o aprofundamento e comunicação
constante da fé integral, seja no interior das paróquias e comunidades, como
também nas próprias famílias e nas instituições católicas. Também intensificar
a educação e a formação na fé das crianças, adolescentes e jovens (Escolas
Católicas, Universidades etc.), de modo que os católicos bem formados sejam
capazes de “dar as razões de sua esperança”, conhecendo e amando a sua fé.
Valorizar a participação na Liturgia, na Missa dominical e nos Sacramentos, a
fonte e o ápice da vida cristã.
8. Estímulo e
acompanhamento dos jovens em seu processo de educação na fé e na elaboração de um
projeto de vida e de vocação.
9. Formação
bíblico-teológica: as Regiões Episcopais, Setores e as Faculdades de Teologia
ofereçam cursos de formação bíblica e teológica para pessoas que estão à frente
de trabalhos pastorais e movimentos, e para as pessoas que queiram aprofundar
seus conhecimentos bíblicos e teológicos, para o serviço pastoral das
comunidades.
10. Programa de
Catequese Familiar, no qual os pais, orientados por catequistas devidamente
preparados, colabora na iniciação cristã dos seus filhos e na inserção gradual
na prática da fé e da vida eclesial.
11. Formação de
catequistas atentos à realidade, a partir da Doutrina Social da Igreja, para
que contribuam para cultivar a fé encarnada, a relação fé e vida, favorecendo a
vivência comunitária da fé, de modo que os católicos estejam preparados para
testemunhar Jesus Cristo na Cidade.
12. A elaboração
de um Catecismo arquidiocesano que sirva para o processo de iniciação a vida
cristã. Tal Catecismo arquidiocesano proporá os conteúdos fundamentais de
maneira adaptada à evangelização na grande Cidade. Na mesma linha, oferecer às
famílias, aos adolescentes e jovens um manual com orações e práticas
devocionais mais usuais dos católicos.
13. Revisar o
Diretório dos Sacramentos levando em conta as mudanças sofridas e ocorridas nas
famílias, a fim de que a nossa Arquidiocese possa se mostrar Mãe misericordiosa
e acolhedora.
14. Implantação
do Rito de Iniciação Cristã de Adultos (Rica) em todas as paróquias, em vista
de uma transmissão vital da sabedoria e da geração de um novo ser e de uma nova
Vida em Cristo.
15. Revisar e
adaptar datas de inscrição de catequese e os horários dos encontros de
catequese, a fim de favorecer a máxima participação de crianças e adolescentes.
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Agosto de 2018
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval NevesResponsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa – SP
Site da Paróquia: http://www.pnslourdes.com.br