SANTO AGOSTINHO E A CATEQUESE
Santo Agostinho foi um dos Padres
da Igreja da idade de Ouro. Devido à sua grande influência na catequese merece
uma referência especial. Além de ter deixado uma teoria e uma prática
catequética, a sua doutrina influenciou muito os conteúdos da fé como, por
exemplo o que se refere ao pecado original.
A teoria catequética
Desta sua teoria sublinho, em
primeiro lugar, a importância que ele dá à narração. Apresentou a história da
salvação, a partir do Génesis, pondo em destaque os momentos mais fortes na
história do povo de Deus.
Jesus Cristo aparece como o grande
acontecimento da humanidade, para o qual converge o Antigo Testamento e do qual
parte o Novo Testamento.
Agostinho tinha um desejo: que
quem escuta a Palavra de Deus acredite; e quem acredita tenha esperança; e quem
tem esperança pratique a caridade, o amor. Temos aqui as três virtudes
teologais como as atitudes básicas do seguidor de Jesus Cristo: ser forte na
fé, firme na esperança e ativo na caridade.
A catequese devia estar
relacionada com a vida, de forma que os crentes, vivendo na cidade terrena, se
sentissem cidadãos da cidade futura, o Paraíso. E isto porque no baptismo
morremos com Cristo para ressuscitar com Ele na vida eterna. Na sua teoria
catequética, Agostinho deu importância ao testemunho da alegria que o catequista
deve dar aos catequizandos, sendo a encarnação viva da Boa Nova que anuncia e
explica.
A prática catequética
Agostinho entendia a catequese
para vários grupos de pessoas. Note-se que estamos no século IV e ainda não se
tinha divulgado o batismo das crianças. Era ainda o tempo do catecumenato, que
irá decaindo com a paz de Constantino.
A catequese era, primeiramente,
para os catecúmenos. Agostinho expõe a verdade acerca de Deus Pai, do Verbo
Incarnado que morreu e ressuscitou, e do Espírito Santo. Fala também da Igreja,
Santa como Maria e pecadora nos seus filhos. Fala do pecado, na salvação e na
ressurreição dos mortos. Entregava-se no final o Símbolo dos Apóstolos.
A catequese era também para os
"eleitos", os que se estavam já a preparar para o Batismo. Esta
incidia nos deveres morais do cristão: "Nós semeamos a semente da palavra
e vós dais o fruto da fé", vivendo um vida nova. A catequese era também
para os neófitos, isto é, os que mergulhavam nas águas baptismais e renasceram
como homens novos em Cristo Pascal. Tratava-se de uma catequese mistagógica,
isto é, de iniciação aos mistérios que receberam na noite pascal. Era,
sobretudo, uma catequese acerca da Eucaristia como mistério de fé. Finalmente,
a catequese tinha como destinatários todos os fiéis. Nunca era demais
aprofundar as razões da nossa fé e da nossa esperança.
O catequista desanimado
Santo Agostinho, ao escrever o
"De catechhizandis rudibus" fê-lo como sendo a resposta a um diácono
de Cartago, catequista desanimado, encarregado de ensinar a doutrina a
principiantes pagãos que, embora rudes, estavam desejosos de conhecer o
essencial do cristianismo. Esta sua obra permaneceu até aos dias de hoje.
Para terminar, fique uma das suas
intuições: é preciso que o catequista contagie os catequizandos com a
sua alegria; e que estes, por sua vez, com a sua adesão à fé, animem os seus
catequistas. Ambos são ouvintes da Boa Nova.
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Julho de 2018
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval NevesResponsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa – SP
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