A
figura da mulher, de elemento secundário, passou a ser algo extremamente
importante na sociedade atual, onde ela exerce cada vez mais um papel de
protagonista, embora ainda sofra com as heranças históricas do sistema social
patriarcalista em seu dia a dia.
Com o tempo, graças às lutas promovidas, a
mulher vem conseguindo aumentar o seu espaço nas estruturas sociais,
abandonando a figura de mera dona de casa e assumindo postos de trabalho,
cargos importantes em empresas e estruturas hierárquicas menos submissas.
Nos
cargos políticos, apesar de termos superado o fato de nunca ter havido uma
presidente mulher no Brasil – e também em outros países da América Latina, tais
como Argentina e Chile –, ainda é desigual a comparação entre mulheres e homens
nos cargos executivos, legislativos e judiciários. Foi na Argentina, inclusive,
que a primeira mulher (Isabel Martínez de Perón) ocupou o cargo de presidente
no mundo, embora outras mulheres tenham ocupado cargos de chefes de Estado
anteriormente em outros locais do globo.
Nas
eleições de 2014, apenas 10% dos candidatos eleitos eram mulheres. Embora esse
número seja melhor que nas eleições anteriores, ele ainda é muito baixo. Além
disso, cinco estados (AL, ES, MT, PB e SE) não elegeram sequer uma mulher para
um dos cargos de deputados federais, e mesmo aqueles que apresentaram os
melhores índices (AP e TO) completaram apenas 38% do total de eleitos com
mulheres.
É por
essa desigualdade ainda latente, fruto de um passado que deixou marcas na
atualidade – em que a mulher era vista apenas para a reprodução e como um
complemento do homem –, que surge a necessidade de lutar pelos direitos
femininos.
É por
essa desigualdade ainda latente, fruto de um passado que deixou marcas na
atualidade – em que a mulher era vista apenas para a reprodução e como um
complemento do homem –, que surge a necessidade de lutar pelos direitos
femininos.
Mais um
entre os problemas vividos pelas mulheres na sociedade é a questão da
violência. Embora leis específicas (tais como a “Lei Maria da Penha”) e as
Delegacias da Mulher tenham sido criadas no Brasil, ainda são numerosos os
casos de agressões no ambiente domiciliar, assédio, estupro, assassinatos e
outros. Isso sem falar no monitoramento social constante sobre as atitudes e o
corpo da mulher, que são cada vez mais cercados de “regras” e posturas morais
que muitas vezes privam os direitos e as liberdades individuais.
Por
todos esses motivos, embora o papel da mulher na sociedade venha se tornando
cada vez maior e melhor, ainda existem muitos desafios a serem enfrentados. É
preciso, pois, combater a cultura machista na sociedade (e isso não significa
“combater os homens”!), melhorar o acesso das mulheres a postos de trabalho e
cargos elegíveis, promover melhores salários, efetivar o direito da mulher
sobre o seu próprio corpo e sobre a sua liberdade individual, além de efetivar
a proteção de mulheres ameaçadas em seus cotidianos.
Os
desafios são grandes, mas quanto menor for a resistência das pessoas no sentido
de questionar ou combater as pautas femininas, mais ampla e melhor será a efetivação
de uma sociedade mais igualitária. Trata-se de uma missão a ser concluída por
toda a sociedade, tanto pelas mulheres quanto pelos homens.
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Março 2015
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa - SP
Site da Paróquia: http://www.pnslourdes.com.br