O NOSSO IRMÃO MAIS VELHO: JESUS CRISTO (*)
O sonho e a profecia anunciados pelos profetas e
pregados intensamente por João Batista têm um só nome: Jesus de Nazaré, nascido
da Virgem Maria.
Toda a catequese tem que se
confrontar eficazmente com o catequista modelo. Sem a experiência que os
apóstolos e as multidões fizeram no seguimento do Mestre, a catequese pode-se
debater e perder-se na superficialidade.
O caminho percorrido por Jesus junto
aos empobrecidos galileus é, para todos os educadores da fé, a meta a ser
alcançada.
1. ELE
NASCEU POBRE
O nascimento de Jesus à margem de Belém tem
um sentido desafiador para o catequista. O estábulo torna-se, para o educador
da fé no Brasil, uma lição questionadora. Ele ilumina a situação em que nascem
milhões de irmãs e irmãos nossos. A cocheira, hoje, chama-se: favela, cortiço,
barraco, acampamento dos sem-terra. Eles continuam nascendo e vivendo em
estábulos feios, sujos, imundos, quando deviam viver dignamente em suas casas.
O nascimento de Jesus numa estrebaria imunda
continua uma fria e desumana realidade. São produtos da corrupção, da exploração. Num
país acarpetado de ouro, os brasileiros continuam nascendo nas estrebarias, nas
cocheiras dos casebres da pobreza. Isto deve irritar o rosto paterno e materno
de Deus!
2. E
PÔS AO LADO DOS EXCLUÍDOS
Ele podia ter nascido num palácio. Mas nasceu
à margem da cidade, como um favelado. Assumiu a periferia do mundo e a miséria.
E as autoridades, os governantes e até seguidores de Jesus continuam
insensíveis ao choro das crianças na sujeira. A humanidade não aprendeu a lição
do presépio.
Mas Jesus assume, desde o nascimento até a
cruz, o amor aos pobres. O Reino não é semelhante a um palácio. É uma
comunidade de irmãos, cujo centro é Jesus, o pobre, o profeta, o servo. E
começa a chamar os membros do Reino. Quem serão? Os dos palácios? Não. Os
poderosos? Não. Os endemoninhados, as mulheres, os leprosos, os paralíticos, os
defeituosos, os excepcionais, os pecadores, as crianças e os pagãos. Os
excluídos da sociedade e das Igrejas.
Por causa deles Jesus vai gastar seu
tempo, saúde e vida. Somente alguém
vindo do céu podia agir desse modo. Quem, hoje, seria capaz de chamar
alcoólatras, drogados, divorciados, prostitutas, aidéticos, cancerosos, negros
e índios para formar com eles a verdadeira e única comunidade e família de
Deus? Somente quem faz de Cristo seu caminho pode agir desta forma.
3. E
FOI LEVADO AO MARTÍRIO CRUEL
Esta atitude de grande catequista do amor
levou Jesus a ser criticado, difamado e ponto de discórdia nas cidades e entre
as seitas religiosas. Os grandes não se converteram ao Reino. Rejeitaram
sistematicamente as propostas libertadoras de Jesus. Seu amor aos excluídos
escandalizou-os. E diziam: “Deus não pode agir deste jeito!” Ele devia
continuar continuar a aperfeiçoar a
severidade da lei que excluía os pobres e os galileus. Não se admitia que Deus
pudesse amar tanto e com tanta intensidade os excluídos do mundo e do
Reino. E a cruz se fez caminho de amor e libertação. O
martírio é meta para a qual se orientam os esforços dos educadores da fé, a fim
de alcançar a fraternidade em nosso país.
TEXTOS A SEREM APROFUNDADOS
Jesus anuncia o Reino: Mc
1,14-15; Jesus chama auxiliares: Mc 1,16-20; chamado: Mc 1,21-45;2,1-28; Jesus
é caluniado: Mc 3,22-30; organiza: Mc 3,31-35.
Trabalhos em grupos
Trazer imagens de Jesus
Cristo que o grupo tem em casa e apresentá-las, dando-lhes sentido.
1) Teatralizar
os sinais do Reino(Mt 11,1-6; Is 29,17-24; 35,1-10).
2) Teatralizar
como Ele catequizava as crianças(Mc 9,33-37; 10,13-16).
3) Encenar
como catequizava os jovens(Mc 10,17-31).
4) Teatralizar
as “Tentações de Jesus”(Lc 5,1-13) e as nossas tentações.
5) Encenar
como tratava as pecadoras públicas (Lc 7,36-50).
6) Recolhidos
numa sala ou igreja, os membros do grupo meditam a “Parábola do bom
samaritano”, tirando conclusões sobre quem hoje está caindo nas mãos dos
ladrões e quem os está libertando e ajudando.
7) Organizar
um momento de oração sobre “Vigilância e dedicação ao Senhor”(Lc 12,35-48).
8) Através
de símbolos correspondentes, apresentar as “Parábolas do Reino”(Mt 13,1-58).
9) Mostrando
as cruzes pesadas da mulher, da viúva, dos desempregados, presos, doentes,
cegos, sem moradia, ler Mt 16,24-28), dando o sentido da cruz e denunciando
aqueles que sobrecarregam o povo de taxas, impostos desviam o dinheiro do povo
com a corrupção.
(*) CANSI, Bernardo. Vamos
conhecer e amar a catequese. Petrópolis, RJ, Vozes, 1994, p. 22-24.
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Março 2015
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa - SP
Site da Paróquia: http://www.pnslourdes.com.br