Preparação ao matrimônio: é preciso ser Igreja e não só ir à Igreja
O Papa Francisco voltou a falar da preparação ao
matrimônio no discurso de inauguração do Ano Judiciário do Tribunal da Rota
Romana.
Ao ressaltar que a unidade e a fidelidade são dois
bens irrenunciáveis e constitutivos do matrimônio, o Pontífice recomendou que a
Igreja esteja próxima às famílias, para acompanhá-las no decorrer de sua
formação e desenvolvimento.
“É preciso uma tríplice preparação ao matrimônio:
remota, próxima e permanente”, disse o Papa.
“ O
casamento é um ato de fé. Se não tem fé, as pessoas vão fazer uma dramatização
do momento, que não vai continuar, porque não foi um ato de fé, mas apenas um
ato social. Muitos se casam sem conhecimento, mesmo participando da preparação.
É como se fosse algo obrigatório: tenho que fazer para me casar. ”
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JMJ
PANAMÁ: PAPA COM OS JOVENS PREPARANDO O FUTURO DA IGREJA
Nas JMJ do Panamá estiveram mais de 600 mil jovens com o Papa
Francisco.
A notícia que todos aguardavam veio no final: as próximas
Jornadas Mundiais da Juventude vão ter lugar em Lisboa.
No final das Jornadas Mundiais da Juventude 2019
ficamos a saber que a edição de 2022 será em Lisboa. O anúncio oficial foi
feito na conclusão da Missa de domingo dia 27 de janeiro no Campo São João
Paulo II, no Metro Park, na Cidade do Panamá.
Nestas Jornadas no Panamá estiveram presentes 300
portugueses de 12 dioceses e 6 congregações e movimentos (Salesianos, Caminho
Neocatecumenal, Equipas de Jovens de Nossa Senhora, Juventude Mariana
Vicentina, Schoenstatt e Focolares).
A delegação nacional integrou 30 voluntários e seis
bispos: D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa; D. Joaquim Mendes,
presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família; D. José Cordeiro, bispo
de Bragança-Miranda; D. Manuel Felício, bispo da Guarda; D. Nuno Almeida, bispo
auxiliar de Braga; e D. Virgílio Antunes, bispo de Coimbra. Muito significativa
a presença do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa e do
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina.
Foi a 26ª Viagem Internacional do Papa
Francisco, desta vez com a intenção especial das Jornadas Mundiais da
Juventude. Uma distância de 9500 quilómetros e 13 horas de voo. Participaram
mais de 600 mil jovens de 156 países acompanhados por 480 bispos. Uma
organização de mais de 20 mil voluntários do Panamá e 2445 internacionais.
Cobriram este encontro mais de 2500 jornalistas. Recordamos aqui alguns
momentos destas Jornadas do Papa Francisco com os jovens.
Jovens, “construtores
de pontes”
Foi no Campo de Santa Maria La Antígua
na Faixa Costeira da cidade do Panamá que o Papa Francisco foi acolhido na
quinta-feira dia 24 de janeiro para a XXXIV edição das Jornadas Mundiais da
Juventude.
Centenas de milhares de jovens saudaram
o Santo Padre efusivamente e escutaram com grande atenção as suas palavras. A
acolher o Papa representantes jovens dos cinco continentes.
Do continente europeu era português o
rapaz que acolheu o Santo Padre. Joaquim Goes, o seu nome.
Francisco assinalou que este grande
evento de juventude é tempo de encontro na pluralidade para que os jovens sejam
“construtores de pontes”. O Papa exortou os jovens a viverem um “sonho comum”
que a todos envolve: “um sonho chamado Jesus”:
“A cultura do encontro é apelo e convite
a termos a coragem de manter vivo um sonho comum”.
“O sonho, pelo qual Jesus deu a vida na
cruz e o Espírito Santo, no dia de Pentecostes, foi derramado e gravado a fogo
no coração de cada homem e mulher, no teu e no meu, com a esperança de aí
encontrar espaço para crescer e desenvolver-Se. Um sonho chamado Jesus, semeado
pelo Pai com a confiança que crescerá e viverá em todo o coração” – disse o
Papa.
O Papa recordou as palavras de S. Óscar
Romero: “O cristianismo é uma Pessoa que me amou tanto, que reivindica e pede o
meu amor. O cristianismo é Cristo”.
Um encontro no amor de Cristo – disse
Francisco – “um amor que não se impõe nem esmaga, um amor que não marginaliza
nem obriga a estar calado, um amor que não humilha nem subjuga. É o amor do
Senhor: amor diário, discreto e respeitador, amor feito de liberdade e para a
liberdade, amor que cura e eleva” – declarou o Papa frisando que o amor em
Cristo é “serviço” e “doação”.
Na sua intervenção inicial aos jovens
reunidos nas Jornadas Mundiais da Juventude, o Papa Francisco recordou o amor
com o qual Maria, Mãe de Jesus, disse sim: “Eis a serva do Senhor, faça-se em
Mim segundo a tua Palavra”.
Junto da Cruz para
acolher e acompanhar quem sofre
Dia 25 de janeiro, Via Sacra dos Jovens
com o Papa Francisco nas Jornadas Mundiais da Juventude no Panamá: nas várias
estações os jovens refletiram sobre os sofrimentos dos pobres, dos povos
indígenas, dos migrantes, dos mártires cristãos, a violência sobre as mulheres,
a corrupção, o terrorismo, o aborto. Rezaram pelo ecumenismo, pelos Direitos
Humanos, pela defesa do ambiente.
Francisco na sua reflexão começou por
assinalar “o caminho de Jesus para o Calvário” como sendo “um caminho de
sofrimento e solidão que continua nos nossos dias”. Um sofrimento que continua
numa sociedade onde impera a indiferença “que consome e se consome, que ignora
e se ignora na dor dos seus irmãos” – disse o Papa.
O Santo Padre reconheceu que também nós,
amigos do Senhor, nos deixamos “levar pela apatia” e pelo “imobilismo”, pois “é
fácil cair na cultura do bullying,
do assédio e da intimidação! ”
“Para Vós, Senhor, não é assim! Na cruz,
identificastes-Vos com todo o sofrimento, com quem se sente esquecido” –
declarou o Papa lembrando o “grito sufocado das crianças impedidas de nascer e
de tantas outras a quem se nega o direito a ter uma infância, uma família, uma
instrução”.
Francisco lembrou também as “mulheres
maltratadas”, os “olhos tristes dos jovens que veem ser arrebatadas as suas
esperanças de futuro por falta de instrução e trabalho digno” e aqueles que
“caem nas redes de pessoas sem escrúpulos”, os jovens que se deixam absorver
“numa espiral de morte por causa da droga, do álcool, da prostituição e do
tráfico humano”.
O Santo Padre recordou ainda os que vivem
na solidão e os que são rejeitados pela sociedade; os idosos que são
“abandonados e descartados”; “os povos nativos despojados das suas terras”; a
mãe Terra “ferida nas suas entranhas”.
Uma “sociedade que perdeu a capacidade
de chorar e comover-se à vista do sofrimento” – afirmou.
Francisco perguntou-se se somos hoje
capazes de consolar e acompanhar quem sofre, permanecendo ao pé da Cruz. A este
propósito recordou Maria, Mãe de Jesus, “mulher forte” que disse “sim” que
“apoia e acompanha, protege e abraça. É a grande guardiã da esperança” – disse
o Santo Padre.
O Papa afirmou que “também nós queremos
ser uma Igreja que apoia e acompanha, que sabe dizer: estou aqui, na vida e nas
cruzes de tantos cristos que
caminham ao nosso lado”.
E com Maria “aprendemos a dizer sim” no
apoio a quem precisa na família, não nos calando perante uma “cultura dos
maus-tratos” e do “abuso, do descrédito e agressão”. Dizer sim acolhendo os
abandonados, os que perderam a sua terra, a família ou o emprego.
“Como Maria, queremos ser Igreja que
favoreça uma cultura que saiba acolher, proteger, promover e integrar” –
declarou o Papa.
Ide e testemunhai
No dia 27 de janeiro, domingo, no
Estádio Rommel Fernández, o Papa Francisco encontrou-se com os voluntários que
organizaram e prestaram serviço nas Jornadas Mundiais da Juventude do Panamá.
O Santo Padre ouviu vários testemunhos
de jovens que colaboraram ativamente na realização deste grande encontro de
juventude. Agradeceu as palavras que lhe foram dirigidas e referiu que após
esta experiência das JMJ os jovens que participaram como voluntários já sabem o
que significa o que é uma missão e sublinhou como é importante não deixar que
“as limitações” e “as fraquezas” nos “bloqueiem e impeçam de viver a missão” a
que Deus nos chama.
Francisco assinalou, em particular, a
importância da oração na organização de um evento como as JMJ:
“Preparastes cada detalhe com alegria,
criatividade e empenho, e com muita oração. Porque, se for rezada, sente-se a
realidade em profundidade. A oração dá espessura e vitalidade a tudo o que
fazemos. Rezando, descobrimos que fazemos parte duma família maior de quanto
possamos ver e imaginar” – afirmou o Papa.
No culminar desta grande experiência de
fé, o Santo Padre declarou ser este o momento de enviar os voluntários na
missão de testemunhar a todos o que viveram:
“Ide e contai, ide e testemunhai, ide e
transmiti o que vistes e ouvistes. Tudo isto, queridos amigos, dai-o a
conhecer, não com muitas palavras, mas – como fizestes aqui – com gestos simples
do dia-a-dia, aqueles que transformam e fazem novas todas as coisas”.
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Fevereiro de 2019
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa – SP
Site da Paróquia: http://www.pnslourdes.com.br