A FAMÍLIA E AS VOCAÇÕES
A vivência familiar é
componente fundamental da formação das pessoas, de modo que, o adulto que se
chega a ser, deve-se em grande parte à formação que se teve em seu lar. Deste
modo, é no âmbito familiar que primeiro se desperta para uma vocação. A
instrução dos pais, na fé, é de suma importância para que os jovens estejam
abertos ao convite de Deus: “Vem
e segue-me”.
Contudo, o mundo de hoje
é cada vez mais insensível à voz de Deus, porque se apega demasiadamente ao
“aqui e agora” fechando-se ao Eterno. Assim, nota-se cada vez menos na
sociedade, famílias que vivam profundamente a fé e estejam abertas para o
chamado de Deus. Esse é um fator que contribui para certo “desinteresse
vocacional” experimentado atualmente: há vocações, mas se poderia dar mais a
Deus.
Os primeiros
ensinamentos cristãos, o testemunho dos pais de amor à Igreja e às vocações, a
transmissão de valores, a participação assídua dos sacramentos, a inserção na
comunidade, a vida de oração em família, e assim por diante, são coisas de
direito dos filhos, pois contribuem em muito para a construção de seu caráter e
discernimento da vocação. A vivência saudável da vocação dos pais deve
favorecer que seus filhos descubram e nutram a sua própria vocação. A família é
vontade de Deus e Ele quer servir-se dela para constituir operários para a sua
colheita.
Prova disso, é que no
seio familiar se nutriram e cresceram grandes santos como São João Maria Vianney,
que desde tenra idade se mostrou diligente à instrução na fé por parte de sua
piedosa mãe; dentre os irmãos era quem mais correspondia aos seus ensinamentos.
Aliás, o próprio Deus feito homem quis crescer em estatura, sabedoria e graça
no lar de Nazaré sob a assistência de Maria e José, seus exímios pais, em vista
de sua missão.
Entretanto, a família
tem sido progressivamente influenciada de forma negativa pelo mundo, de maneira
tal que cresce a indiferença para com Deus e as práticas cristãs. Não se pode
negligenciar o quanto isso afeta as vocações. Hoje parece não fazer sentido
algum doar a vida pelo Reino de Deus, pois se olha para as privações e não para
o que se ganha. Antigamente, as famílias eram numerosas e se sentiam honrados
os pais que tinham filhos padres ou religiosos. Hoje, porém, os pais não querem
ter muitos filhos e, além disso, não querem “perdê-los” para Deus. Ademais, se
pensa nos netos que não terão caso seus filhos se consagrem ao Senhor.
Deus quis precisar de
homens e mulheres que unidos a Ele, o Bom pastor, conduzam seu rebanho à vida
eterna, pois: “Ao ver a multidão teve
compaixão dela, porque estava cansada e abatida como ovelhas sem pastor. Então
disse aos seus discípulos: ‘A colheita é grande, mas poucos os operários! Pedi,
pois, ao Senhor da colheita que envie operários para a sua colheita’” (Mt
9,36-38). Desta forma uma das tarefas primordiais da família é a oração pelas
vocações, e por que não rezar para que seus filhos sejam esses pastores?
Portanto, nas famílias
se deve cultivar uma vida de oração em conjunto e um eficaz incentivo ao
discernimento vocacional dos filhos, de modo que os jovens se perguntem, de
coração aberto, ao menos uma vez na vida: Será
que Deus me chama ao sacerdócio? Ou à vida consagrada? Ou à vida religiosa?
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Julho de 2019
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa – SP
Site da Paróquia: http://www.pnslourdes.com.br