quinta-feira, 1 de agosto de 2019

REFLETINDO COM SANTO AGOSTINHO

A vocação agostiniana

A vida em comunidade é a verdadeira e única vocação agostiniana.
Ela se concretiza no fato da comunidade viver uma só alma e um só coração dirigidos para Deus, tendo tudo em comum.


Deixe-me voar para Vós, meu Deus e Senhor...

SER AGOSTINIANO HOJE

Santo Agostinho instaura na Igreja de sua comunidade a experiência das primitivas comunidades, aquelas encontras no próprio Evangelho. É o que ele diz no início de sua Regra:

“Para isto vos reunistes em comunidade. Vivei unidos numa só casa e tende uma só alma e coração dirigidos para Deus”.

Agostinho concebia a vida religiosa como um grupo de amigos que se reuniam para chegar à posse da Verdade, que é Deus. Lendo a Regra, vê-se que, na sua concepção, cada membro tinha uma função dentro do grupo, todos, porém, “uma só alma e coração”.

Todos deviam ajudar-se para construir uma comunidade de vida, de ideais, de interesse religiosos e humanos, em perfeita comunhão. Enfim, uma verdadeira comunidade de irmãos e amigos, tendo em vista uma única meta, caminhando na mesma direção e em íntima colaboração para a integração do grupo.

O núcleo da concepção agostiniana da vida religiosa está na tomada de consciência da unidade e da comunhão interior entre os irmãos. Isto leva a ter em conta os valores, a mútua ajuda, evitando o egoísmo.

Nas Confissões, Agostinho nos fala de seu ideal, anterior à conversão:

“Éramos muitos os amigos que trazíamos o espírito agitado. Falávamos com aborrecimento dos dissabores tumultuosos da vida humana. Já quase tínhamos resolvido viver sossegadamente, retirados da multidão.

Tínhamos projetado aquele sossego deste modo: se alguma coisa possuíssemos, juntá-la-íamos para uso comum, combinando formar de tudo um só patrimônio, de tal forma que, por amizade sincera, não houvesse um objeto deste, outro daquele, mas se tudo se tivesse uma só fortuna, sendo tudo de cada um e tudo de todos”(Conf., 6,14).

Após a conversão escreve a Leto que duvidava em seguir sua vocação:

“Cada um procure amar aquela sociedade e comunhão, como está escrito: Não existia entre eles senão uma só alma e um só coração. Desta forma, tua alma não é tua, mas de todos os irmãos. As almas deles são tuas, ou, melhor, suas almas com a tua, não são almas, mas uma só alma, única, de Cristo" (Epist. 243,4).

Mais claro ainda, neste trecho:

“Não vivem em união senão aqueles nos quais está a perfeita caridade de Cristo. Muitos irmãos vivem só corporalmente unidos. Quem vive na unidade? Aqueles dos quais está escrito: Tinham uma só alma e um só coração dirigidos para Deus e ninguém tinha nada próprio, mas tudo lhes era comum” (Enarrationes in Os. 132(12).

Aí está a chave para compreender a comunidade agostiniana. Para Agostinho a experiência de vida religiosa está penetrada por esta dimensão comunitária. É um ponto de partida sumamente bíblico.

Para construir esta comunidade exige-se o fundamento da caridade. Vivendo a caridade, os irmãos:

  • dedicam-se a mútuas atenções, como filhos de Deus e irmãos de Cristo; 
  • entregam sua vida e tudo o que lhes pertence ao serviço do amor; 
  • aceitam-se mutuamente;
  • sabem perdoar;
  • praticam com delicadeza a correção fraterna e 
  • ajudam-se com orações.
  •  
O ideal da comunidade agostiniana é realizar uma convivência em Cristo, reproduzindo, de acordo com as exigências de cada tempo e lugar, o que vem descrito nos Atos dos Apóstolos.

Este é o ideal, bíblico e humano, que a Santo Agostinho e a Ordem dos Agostinianos Recoletos propõe aos jovens de hoje.

Num mundo dilacerado por separações provenientes dos mais variados conflitos, mas que anseia pela paz e compreensão, podemos oferecer aos jovens e homens de boa vontade a possibilidade de uma realização humana, eclesial e religiosa, que leva em conta as mais profundas aspirações do coração humano.

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Regra é o documento
fundacional de um instituto religioso.
Regra de Santo Agostinho é uma das mais antigas e mais populares de todas as regras.

Confissões é o livro em que Agostinho "confessa"
- seus pecados
- seu amor por Deus e
- seu louvor ao Criador.

O ideal de Santo Agostinho inclui: ninguém ter nada próprio: tudo é comum a todos.

Os agostinianos realizam sua convivência comunitária em Cristo.

O ideal de Santo Agostinho é um ideal humano e bíblico.
Ele leva em conta as mais profundas aspirações do coração
humano.







Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Julho de 2019
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa – SP
Site da Paróquiahttp://www.pnslourdes.com.br