No dia 1º de maio celebramos
São José Operário, festa instituída em 1955 pelo Papa Pio XII. Com essa festa,
a Igreja Católica quis oferecer ao trabalhador cristão um modelo e um protetor.
Sabemos que o mundo moderno
revalorizou profundamente o trabalho humano. O trabalho passou a ser a
principal atividade do homem e da mulher. Ele se tornou a mediação dinâmica
pela qual a pessoa se liga ao mundo. Estabeleceu-se assim um intercâmbio
criador e criativo do trabalho com o próprio trabalhador ou trabalhadora. Mediante
o trabalho, o homem vai deixando sua marca no mundo. É através do trabalho que
a pessoa humana toma consciência do seu próprio poder, sua grandeza e ação
criativa. Foi a partir do trabalho socialmente organizado que os operários
passaram a tomar consciência de sua dignidade. A solidariedade uniu os
companheiros de profissão.
O trabalho dignifica o
homem. A prova de que não há uma concepção negativa do trabalho é que o próprio
Deus é apresentado como trabalhador na obra da criação: “E Deus viu tudo o que
havia feito, e tudo era muito bom”(Gn 1,31). A própria cena da criação já
destaca a importância do trabalho como missão fundamental do homem: “Deus os
abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e
submetei-a”(Gn 1,28). A atividade humana é um prolongamento da obra do Criador.
Cabe ao homem acabar aquilo que Deus lhe entregou em pleno processo criativo.
Porém, essa grandeza do trabalho está unida à sua miséria. O drama do pecado
revela as penas relacionadas com o trabalho: as lutas contra a natureza rebelde
que faz florescer cardos e espinhos.
A pregação de Jesus, através
das parábolas, revela um claro conhecimento dos trabalhos de sua época, que são
apresentados como mensagens do reino de Deus. Os próprios pregadores do Evangelho,
em seu trabalho, se comparam com agricultores, com pescadores....”A colheita é
grande, mas poucos os operários” (Mt 9,37). “Doravante serás pescador de
homens”(Lc 5,10).
São Paulo também se
apresenta como fabricante de tendas, trabalhando com suas próprias mãos para se
sustentar (At 18,3). O ensinamento dele sobre o trabalho é direto: ”Quem não
quiser trabalhar, também não deve comer”( 1 Ts 3,10).
O trabalho dignifica o
homem, brota do seu interior como uma vocação e não como um peso inevitável que
se deve suportar diariamente. A luta pela justiça é nobre, humana e
absolutamente necessária. Contudo, o desemprego constitui hoje um dos males
mais graves das sociedades subdesenvolvidas. O desemprego gera miséria, fome,
violência, desamor. Não há dúvidas que as economias modernas tendem a um
constante e acelerado aumento da produção. Mas, cabe ao pensamento cristão
colocar acima de tudo a dignidade do trabalhador, seu direito às férias,
adequado descanso, saúde e justo salário.
Concluo esta pequena reflexão
assim: o trabalho torna o homem mais homem e, portanto, mais imagem de Deus.
Trabalhar é esforçar-se por construir uma vida mais desenvolvida, mais
sintonizada com o plano de Deus. O cristão deve também aceitar a parcela da
cruz que todo trabalho apresenta como identificação com o próprio Mestre Jesus.
Sérgio
Bonadiman
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Maio 2014
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa - SP
Site da Paróquia: http://www.pnslourdes.com.br
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