(Prof.
Adilson L. P. Oliveira)
O papel de
Maria para com a Igreja é inseparável de sua união com Cristo e
esta união de Maria com seu Filho na obra da salvação manifesta-se desde a hora da concepção virginal de Cristo
até sua morte. E, a bem-aventurada Virgem avançou em sua
peregrinação de fé, manteve fielmente sua união com o Filho até a cruz, onde
esteve em pé e sofreu intensamente junto com seu unigênito. Mais, com ânimo
materno se associou a seu sacrifício, consentindo com amor na imolação da
vítima por ela gerada. Finalmente, pelo próprio Jesus moribundo na cruz, foi
dada como mãe ao discípulo(Jo 19,26-27/L.G. item 58.).
Jesus é o Filho Único
de Maria, mas a maternidade espiritual
de Maria, sob a luz da Sagrada
Escritura(Jo 19, 26-27 e Ap 12, 17), estende-se a
todos os homens que Ele veio salvar: "Ela gerou seu Filho, do qual Deus fez “o primogênito entre uma multidão de irmãos”, como diz um texto
bíblico (Rm 8,29). Isto é, entre os fiéis, em cujo nascimento e educação Ela
coopera com amor materno.
Este dogma, Ex Cathedra, presenteou-nos o Sagrado Magistério cujo ensinamento
se encontra na Constituição
Dogmática do Concílio Vaticano II, Lumen
gentium, item 63.
No apostolado, nas
missões e nos ministérios da Igreja, há esta comunhão dos homens com Deus pela
"caridade que nunca passará" (1 Cor 13,8). E, a santidade é medida
segundo o 'grande mistério', em que a Esposa
responde com o dom do amor ao dom do Esposo.
No evangelho de Lucas
há uma Maria que nos precede a todos na santidade que é o mistério da Igreja
como "a Esposa sem mancha nem ruga".
Como nos ensina a Sagrada Escritura que
diz: para apresentar a si mesmo uma Igreja gloriosa, sem mancha nem ruga
ou qualquer outro defeito, mas santa e imaculada (Ef 5, 27). Por isso, "a dimensão marial da Igreja antecede sua
dimensão petrina".
Conforme mariologicamente confirma a Carta Apostólica de João II, Mulieris dignitatem, 7: 1. item 27.
É um dever saber do papel da Virgem Maria no
mistério de Cristo e do Espírito, mas convém considerar o lugar dela no mistério da Igreja. Pois, ela é também verdadeiramente Mãe dos membros de
Cristo, porque cooperou pela
caridade para que na Igreja nascessem os fiéis que são os membros desta Cabeça' (L.G., item 53, S. Agostinho, virg. 6 :
PL 40,399). Além, disto, após
a ascensão de seu Filho, Maria "assistiu com suas orações a
Igreja nascente”. Reunida
com os apóstolos e algumas mulheres, "vemos Maria pedindo com suas orações, o dom do Espírito, o qual, na
Anunciação, a tinha coberto com sua sombra
(Lumen gentium » item 59)".
É sempre bom recordar
que a mediação materna de Maria não é contraditória com a única e
perfeita mediação de Cristo. O Concílio, depois de ter mencionado Maria
“Medianeira”, esclareceu: “Mas isto entende-se de maneira que nada tire nem
acrescente à dignidade e eficácia do único Mediador, que é Cristo” (LG,
62). “A função maternal de Maria em relação aos homens de modo algum
ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo; antes, manifesta a sua
eficácia” (LG, 60).
Diz ainda o Concílio:
“Com efeito, todo o influxo salvador da Virgem Santíssima sobre os homens se
deve ao beneplácito divino e não a qualquer necessidade; deriva da abundância
dos méritos de Cristo, funda-se na Sua mediação e dela depende inteiramente,
haurindo aí toda a sua eficácia” (LG, 60).
Isto quer dizer que a
mediação da Mãe da Igreja por seus filhos não é uma mediação “paralela”, nem
autônoma, mas subordinada à de Cristo. Diz o Concílio: “De modo nenhum impede a
união imediata dos fiéis com Cristo, antes a favorece” (ibid.).
A mediação materna de
Maria é um grande dom do Pai à humanidade. Por isso o Concílio conclui dizendo:
“Esta função subordinada de Maria, não hesita a Igreja em proclamá-la; sente-a
constantemente e inculca-a nos fiéis…” (ibid.).
Ela brilha como sinal da esperança para o Povo de Deus em peregrinação,
é aquela que a Igreja venera
como a Mãe de seu Senhor e como sua própria Mãe e foi exaltada pelo Senhor como Rainha do universo.
Finalmente, preservada
imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre,
foi assunta em corpo e alma à glória celeste. Por sua adesão total à vontade do
Pai, à obra redentora de seu Filho, a
Virgem Maria é para a Igreja o modelo da fé e da caridade. E, pela obediência, fé, esperança e ardente
caridade, ela cooperou na obra do Salvador para a restauração da vida
sobrenatural das almas. Por este motivo ela se tornou para nós mãe na ordem da graça,
logo a Virgem coopera com Cristo no renascimento espiritual da
humanidade e este é o grande papel de Maria hoje na vida da Igreja.
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Maio de 2016
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