Cinco
mensagens do Papa sobre a família
Maior integração para os
católicos divorciados, maior tolerância para os homossexuais e condenação do
aborto: as principais conclusões do Sínodo da Família do Papa Francisco.
O
Papa Francisco quer maior inclusão de todos os tipos de família na Igreja,
pedindo aos bispos que os católicos divorciados sejam mais integrados na
Igreja, tendo em conta fatores “mitigantes e outras situações”. A abertura a
estas exceções não muda a regra, mas Francisco pede que o número de exceções
aumente e defende que “os efeitos de uma regra não têm necessariamente de ser
sempre os mesmos”.
Divorciados
Segundo
a doutrina católica, os divorciados que voltam a casar ou vivam maritalmente
não são autorizados a receber a comunhão durante a missa, a não ser que
consigam anular o casamento anterior. Esta é uma questão que divide os bispos
mais conservadores da Igreja, que defendem que esta regra se deve manter. O
Papa, na exortação apostólica ‘Amoris laetitia’ ou “A Alegria do Amor”, dá as
suas conclusões de três anos do Sínodo da Família e pede maior integração de
todas as famílias, adaptando a doutrina católica à nova concepção de família.
“Um
pastor não pode sentir que deve aplicar simplesmente as regras morais, como se
fossem pedras que se atiram às vidas das pessoas”, escreveu o Papa, pedindo que
fossem abertas exceções entre os divorciados católicos, mas também que se
aceitem homossexuais no seio da Igreja e que haja maior abertura para as
famílias modernas.
“Temos de evitar juízos que não tenham em conta a
complexidade das diversas situações e é necessário estar atento ao modo em que
as pessoas vivem e sofrem por causa da sua condição”, refere ainda o pontífice.
Homossexuais
Quanto
à aceitação pela Igreja de homossexuais, o Papa diz que, à semelhança de Jesus,
“que, num amor sem fronteiras, se ofereceu por todas as pessoas sem exceção”
examinou “a experiência das famílias que têm no seu seio pessoas com tendência
homossexual”, algo que diz não ser “fácil nem para os pais nem para os filhos”.
Desejo, antes de mais nada, reafirmar
que cada pessoa, independentemente da própria orientação sexual, deve ser
respeitada na sua dignidade e acolhida com respeito, procurando evitar qualquer
sinal de discriminação injusta”, afirmou, mostrando que discriminação contra
homossexuais não será aceite na Igreja.
Ao
mesmo tempo, quando se fala na possível equiparação ao matrimônio das uniões
entre pessoas homossexuais, o Papa defende que “não existe fundamento algum
para assimilar ou estabelecer analogias, nem sequer remotas, entre as uniões
homossexuais e o desígnio de Deus sobre o matrimônio e a família”. Francisco
considera, por isso, “inaceitável” que as Igrejas locais sofram pressões nesta
matéria, tal como condena que “organismos internacionais condicionem a ajuda
financeira aos países pobres à introdução de leis que instituam o matrimônio
entre pessoas do mesmo sexo”.
Aborto
O
aborto continua a ser uma prática inaceitável para a Igreja católica, assim
como a contracepção. “A mentalidade antinatalista e promovida pelas políticas mundiais
de saúde reprodutiva, não só determina uma situação em que a sucessão das
gerações deixa de estar garantida, mas corre-se o risco de levar, com o tempo,
a um empobrecimento econômico e a uma perda de esperança no futuro”, refere a
exortação conhecida esta quinta-feira.
Para
além dos avanços da biotecnologia ou da sociedade de consumo, que dissuadem as
pessoas de ter filhos “para manter a sua liberdade e estilo de vida”, os
Estados contribuem também para esta mentalidade, refere o Papa. “A Igreja
rejeita com todas as suas forças as intervenções coercitivas do Estado a favor
da contracepção, da esterilização e até mesmo do aborto”, escreve o chefe da
Igreja católica.
Educação
O
papa Francisco recomendou aos pais que evitem “uma invasão nociva” da vida
pessoal dos filhos porque, garantiu, “a obsessão não é educativa”, embora faça
“sempre falta alguma vigilância”. “A obsessão não é educativa e não se podem
controlar todas as situações pelas quais poderá passar um filho”, lembrou na
exortação apostólica “Amoris Laetitia”
Francisco
sublinhou que “a família não pode renunciar a ser um lugar de apoio, de
acompanhamento, de guia” dos filhos e recomendou que “não se deve deixar de
questionar quem oferece entretenimento e diversão, quem entra nos seus quartos
pelos ecrãs”, mas que “se um pai está obcecado em saber onde está o filho e
controlar todos os seus movimentos, apenas procura dominar o seu espaço”.
No
capítulo intitulado “Sim à educação sexual”, Francisco considerou ser “difícil
pensar a educação sexual numa época em que a sexualidade tende a banalizar-se e
a empobrecer-se”. Por outro lado, a mesma “só pode ser entendida no marco de uma
educação para o amor”.
A
educação sexual deve dar informação, mas sem esquecer que as crianças e os
jovens não atingiram uma maturidade plena. A informação deve chegar no momento
apropriado e de maneira adequada à etapa que vivem”, recomendou.
Papa: a felicidade é
Cristo, não um aplicativo no celular
Cidade do Vaticano
(RV) – Os jovens voltaram a se encontrar com o Papa Francisco no dia 24/04,
desta vez para a Santa Missa por ocasião do Jubileu dos Adolescentes.
O
cenário para este encontro foi novamente a Praça S. Pedro, depois da maratona
de confissões sábado pela manhã - ocasião em que Francisco confessou 16 moças e
rapazes.
Com
a participação de cerca de 100 mil fiéis, a homilia do Pontífice foi inspirada
no Evangelho do dia, no mandamento de Jesus aos discípulos, "amai-vos uns
aos outros como eu vos ameis".
“O
amor é a carteira de identidade do cristão, é o único ‘documento’ válido para
sermos reconhecidos como discípulos de Jesus. Se este documento perde a
validade e não for renovado, deixamos de ser testemunhas do Mestre”, disse
Francisco, que reconheceu que amar não é fácil. É exigente e requer esforço,
pois significa oferecer algo de nós mesmos: o próprio tempo, a própria amizade
e as próprias capacidades. Não é o amor das novelas. É livre, porque não
possui.
O
segredo para amar é Jesus, acrescentou o Papa, que oferece o dom maior, um dom
para a vida: Ele nos oferece uma amizade fiel, da qual nunca nos privará. A
principal ameaça que impede de crescer como se deve é ninguém se importar
conosco, é nos sentirmos deixados de lado. Ao contrário, o Senhor está sempre
conosco. Ele no espera pacientemente e aguarda o nosso «sim».
A
felicidade não é um 'app' no celular
Francisco
falou ainda do desejo de liberdade que os adolescentes sentem. Ser livre,
afirmou ele, não significa fazer aquilo que se quer, mas é o dom de poder escolher
o bem: é livre quem procura aquilo que agrada a Deus, mesmo que nos obrigue a
escolhas corajosas. Ser livre é saber dizer sim e não. “Não se contentem com a
mediocridade, ficando cômodos e sentados; não confiem em quem os distrai da
verdadeira riqueza, dizendo que a vida só é bela se possuir bens materiais. A
felicidade não tem preço, nem se comercializa; não é um ‘aplicativo’ que se
baixa no celular: nem a versão mais atualizada os ajudará a torná-los livres e
grandes no amor.”
Com
efeito, o amor é o dom livre de quem tem o coração aberto; é uma
responsabilidade que dura toda a vida; é um compromisso diário, feito também de
sonhos. "Ai dos jovens que não sabem sonhar. Se um jovem dessa idade não
sonha, já está aposentado." O amor não se realiza falando dele, mas o
colocando em prática! Para crescer no amor, o segredo também é o Senhor.
“Quando parecer difícil dizer não àquilo que é errado, ergam os olhos para a
cruz de Jesus e não larguem a sua mão que os conduz para o alto”, indicou o
Papa. Esta mão que, muitas vezes, pode ser a de um pai, de uma mãe ou de um
amigo para não nos deixar caídos. "Deus nos quer em pé, sempre."
Treinar
o amor
Mas
também para amar é preciso treinamento, disse Francisco, como os campões
esportivos, começando desde já com empenho e afinco. Como programa diário desse
treinamento, o Papa sugeriu as obras de misericórdia. “Assim, se tornarão
campeões de vida, campeões de amor, e serão reconhecidos como discípulos de
Jesus. E lhes garanto: a alegria será completa.”
Ao
final da Missa, o Papa percorreu toda a Praça S. Pedro a bordo de seu papamóvel
para saudar os fiéis.
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Maio de 2016
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa - SP
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