Perguntas dos bispos sintetizam questões que interessam a todos os
brasileiros
Guilherme Boulos (PSOL), Fernando Haddad (PT),
Álvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), Henrique Meirelles (MDB), Marina Silva
(Rede) e Geraldo Alckmim (PSDB), ao final do debate realizado nesta quinta-feira,
20 de setembro, em Aparecida (SP), foram cumprimentados pelo cardeal Sergio da
Rocha, presidente da CNBB, por dom Leonardo Steiner, secretário-geral e por
todos os outros bispos que participaram do evento. Os presidenciáveis elogiaram
a iniciativa da Conferência e responderam a todas questões colocadas. O debate
foi realizado na forma de um programa de TV e no último bloco, sete bispos
tiveram a ocasião de apresentar grandes questões da vida do brasileiro:
superação da violência, gastos públicos com educação e saúde, desigualdade
social, defesa da vida, diálogo e polarização política, defesa dos indígenas e
povos tradicionais, agricultura familiar e agronegócio.
Candidato
x candidato
Os dois blocos do programa dedicados a perguntas feitas de um candidato
para o outro foram marcados por algumas acusações e sinais de convergência de
propostas. Ciro Gomes demonstrou ter proximidade com o quase todos os outros
candidatos. Fernando Haddad lembrou os feitos dos governos Lula, enquanto
Álvaro Dias o acusou de ter um discurso de ficção, sem realidade. Henrique
Meirelles insistiu em sua competência para lidar com crises econômicas e Marina
apresentou várias alternativas para que o País saia da esteira de governos do
PT, do PSDB e do MDB para experimentar algo novo na política.
Guilherme Boulos falou de sua experiência em movimentos sociais pela
moradia e propôs um Brasil que faça revisão sobre qual é a verdadeira
polarização que existe, aquela provocada pela injustiça social simbolizada pela
existência de meia dúzia de bilionários e milhões de pobres. O candidato Geral
Alckmin acusou o PT de colocar o Brasil na situação atual e prometeu corrigir
várias situações para que o País volte a crescer. Todos, exceto o candidato
Meirelles, fizeram críticas ao governo atual.
Jornalistas
católicos
Um dos blocos foi ocupado por um time de jornalistas que trabalha nas
emissoras que participaram da produção e transmissão do debate: Rede Aparecida,
Rede Vida, Rede Século 21, TV Evangelizar, TV Nazaré, TV Horizonte e TV
Imaculada. Eles fizeram perguntas aos candidatos com temas variados: refugiados
e migrantes, desemprego, urbanização, feminicídio, segurança pública, reforma
política e trabalho infantil.
Os candidatos responderam de forma geral. Haddad disse que é preciso
combater a intolerância e que é filho de migrantes; o candidato do MDB prometeu
criar 10 milhões de emprego; Álvaro Dias falou de defesa das fronteiras; Ciro
concordou com Boulos e disse que os grandes centros das cidades devem ser
ocupados; Marina promete creches; Alckmin criticou excesso de partidos e Boulos
disse que vai criar lista suja de empresas que exploram trabalho infantil.
Outros
bispos
O cardeal Odilo Scherer, fez a primeira pergunta geral para todos os
candidatos sobre democracia e corrupção, e além dele, também estava em
Aparecida dom João Inácio Muller, bispo de Lorena.
Avaliação
Cardeal Sergio da Rocha, que fez a abertura do debate, considerou: “penso
que podemos ressaltar que foi atingido, muito bem, o objetivo que foi proposto:
conhecer melhor os candidatos, mas a partir de questões que o povo brasileiro
sente e que a própria CNBB está expressando“. Ele ainda ressaltou a
simbologia do lugar. Aparecida é um centro de peregrinação católica que atrai
milhões de pessoas, durante todo o ano. E ainda que não seja uma cidade de
fácil acesso com transporte aéreo, os candidatos fizeram questão de estarem
presentes.
“Os bispos, atentos à realidade brasileira, trouxeram questões que
não são somente de interesse estritamente da Igreja, mas de toda a população“,
disse.
O presidente da CNBB também lembrou que a participação dos jornalistas
católicos ajudou a apresentar aos candidatos várias realidades importantes que merecem
uma palavra de cada um deles e que “expressa o diálogo dos candidatos com a
própria Igreja. Claro que é um diálogo aberto, como se queria, um diálogo com o
conjunto da população brasileira, mas particularmente voltado para os cristãos
católicos, aqueles que participam da vida da nossa Igreja, e que têm suas
preocupações, suas questões“.
Dom Sergio conclui: “Eu creio que os bispos conseguiram interpretar
muito bem os grandes anseios, as grandes preocupações do povo brasileiro e que
precisam estar no programa de governo de quem vai ser eleito“.
(Fotos: A12.com)
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Outubro de 2018
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