TEMPO DO ADVENTO
É por excelência, um tempo de
intensa e profunda preparação para a festa do natal. É tempo de espera ativa e
dinâmica. É tempo de oração e recolhimento.
Tal preparação apresenta duas
características: A recordação da primeira vinda do Filho de Deus, na gruta de
Belém, e, o prenúncio de sua segunda vinda, na glória do Reino de justiça e
fraternidade, no fim dos tempos.
A preparação do natal começa com a oração da
tarde do sábado que antecede ao primeiro domingo do advento.
Na Liturgia, tal
oração recebe o nome de vésperas. O tempo de Advento tem uma duração de
aproximadamente quatro semanas e termina antes da oração da tarde do dia 24 de
dezembro. Os dias de 17 a 24 de dezembro constituem um tempo de preparação mais
intensa para a vinda do senhor. É a chamada novena do natal em vista da grande
solenidade do nascimento de Jesus.
A cor litúrgica durante o Advento é o roxo.
A diferença das cores na liturgia tem por intuito exprimir, até com meios
externos, a característica particular dos mistérios da fé que celebramos, bem
como o sentido da vida cristã a caminho, ao longo de todo o Ano Litúrgico.
Espiritualidade
do Advento
O tempo do advento se abre com a
alegria da proclamação de que a salvação é dada a todos (Is 2,1-5).
A própria
palavra “advento” quer dizer: viver numa atitude de esperança cristã, de prontidão
e acolhimento ao Deus-menino que vai chegar.
Somos convidados a receber o
“ilustre visitante” que chega à nossa casa e em nosso meio. É ele, o Salvador
do mundo.
A espiritualidade do advento tem como pano de fundo a alegria
messiânica. O cristão é chamado a viver em plenitude, no seu contexto
histórico, bem como no seu momento presente. Eis alguns aspectos da
espiritualidade do advento:
a)
Manter-se vigilante, numa atitude de fé e de esperança confiante.
b) Ser perseverante na oração e
nas leituras bíblicas da liturgia de cada dia. São textos especiais.
c) Atitude de abertura para
reconhecer o “Deus-menino” nos pobres e pequenos.
d) Conversão: eis a atitude nova
que nasce de um “coração pobre”, com os olhos fixos no presépio e na manjedoura
do mundo de hoje.
e) Ser profeta e testemunha da
alegria, com abertura para todas as iniciativas em defesa e promoção da vida.
f) Conhecer os personagens
bíblicos “por dentro”. Perceber suas atitudes de simplicidade e acolhimento: -
Zacarias e Isabel – João Batista – José e Maria – os pastores – os magos - os
pobres por excelência...
g) A espiritualidade do advento
nos faz caminhar até Belém, na gruta fria e na calada da noite... Centralizar o
nosso olhar nesta criança pobre e indefesa, acalentada por ovelhas e pastores,
por Maria e José, mas que é ao mesmo tempo a esperança de todos os povos.
TEMPO DO NATAL
É a festa máxima da cristandade.
Começa com a oração da tarde do dia 24 de dezembro, chamada na liturgia de
vésperas. O tempo de natal vai até o domingo depois da epifania, ou seja, até o
domingo que cai após o dia 6 de janeiro, que é a festa do batismo de Jesus.
A
espiritualidade do natal, em primeiro plano, é caracterizada pelas celebrações
das três missas natalinas: - a missa da noite; - a missa da aurora; - a missa
do dia.
A longa espera dos séculos se realizou como medida plena de “graça e
verdade”: - “Quando, porém, chegou à plenitude do tempo, enviou Deus o seu
Filho, nascido de uma mulher, nascido sob a Lei, para remir os que estavam sob
a Lei, a fim de que recebêssemos a adoção filial” (Gl 4,4-5).
O núcleo de toda
mensagem natalina é este: - “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós e nós
vimos a sua glória” (Jo 1,14). No domingos, logo após a solenidade do natal,
celebramos a festa da Sagrada família. No ano em que falta esse domingo, tal
festa é celebrada no dia 30 de dezembro.
No dia 1º de janeiro a Igreja celebra
a Solenidade de Maria, Mãe de Deus, bem como do Santo Nome de Jesus. É o dia
mundial da Paz. Canta-se o hino de louvor neste tempo de natal. A cor da
liturgia é o branco.
Espiritualidade
do Natal
A vinda
de Cristo à nossa humanidade, é sem dúvida, o ponto central de toda a história,
o evento verdadeiramente único para cada pessoa, para cada família ou
comunidade reunida em nome de Jesus: - “Pois onde dois ou três estiverem
reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18,20). Eis aqui alguns
traços da espiritualidade natalina.
a) É um “tempo novo”, anunciado
pelos profetas. É tempo de festa e alegria indescritível.
b) O libertador chegou. O nosso
Deus vem nos salvar e trazer a salvação para todos os povos.
c) Deus nasce na mais completa
miséria, no meio dos pobres. Os corações orgulhosos são depostos de seus tronos
e os humildes elevados (Lc 1,51-52).
d) Anúncio festivo: - “Eis que
vos anuncio uma grande alegria. Nasceu-vos hoje um Salvador” (Lc 2,10-11).
e) A família de Nazaré é
reconhecida pelos pastores: - “Foram então às pressas, e encontraram Maria,
José e o recém-nascido deitado na manjedoura” (Lc 2,16).
f) As nações procuram o Salvador,
representadas pelos três reis magos vindos do oriente a Jerusalém: - “Onde está
o rei dos judeus recém-nascido?” (Mt 2,2).
g) Os pobres, os desprezados, os
sofredores e marginalizados encontram neste Menino o conforto, o alento e a
esperança, pois a salvação chegou e o natal é Jesus.
A luz que
brilha nas trevas
Isaías
usa esta imagem para indicar a chegada do Salvador. É a imagem da luz. Ele
destaca que: - “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz” (Is 9,1a). É
uma nova porta que se abre. É a esperança do Messias que chega ao coração
daquele povo desanimado e oprimido pelo jugo da opressão.
Este texto é lido na
liturgia da noite de natal. Nas trevas, símbolo do caos e da morte surge de
repente a luz como símbolo de uma nova criação. O recém-nascido recebe quatro
títulos, cada um com uma qualidade específica que ultrapassa a esfera humana. –
Quais são estes quatro títulos? – “Conselheiro maravilhoso, Deus forte, Pai
eterno e Príncipe da paz” (Is 9,5b).
O menino, filho do rei, terá a sabedoria
de Salomão, a bravura e a piedade de Davi e as grandes virtudes de Moisés e dos
patriarcas. A tradição cristã, ao dar estes títulos a Cristo mostra que ele é o
verdadeiro Emanuel, o Deus conosco.
Jornal Online “A Voz de Lourdes” - Dezembro 2013
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa - SP
Site da Paróquia: http://www.pnslourdes.com.br