Dia 12 de outubro
celebramos a Solenidade de Nossa Senhora da Conceição de Aparecida, padroeira e
protetora do Brasil. Todo brasileiro cristão católico reconhece Nossa Senhora
de Aparecida como mãe e intercessora.
E qual cristão brasileiro católico que
não foi em Romaria ao Santuário da Basílica de Nossa Senhora Aparecida
homenagear a Virgem Santíssima, participando da celebração da Eucaristia com
sua família, seus amigos ou sua comunidade?
No ano de 2001, o beato
João Paulo II, escreveu essa singela oração à Virgem Maria: “Tu és a Toda Bela,
que o Altíssimo vestiu com o seu poder. Tu és a Toda Santa, que Deus preparou
como sua intacta habitação de glória. Ave, Templo misterioso de Deus, ave, cheia
de graça, intercede por nós”!
Nas palavras do anjo
Gabriel, o mensageiro de Deus saúda a Virgem de Nazaré com palavras fraternas e
cordiais: “Ave, cheia de Graça, o Senhor é contigo” (Lucas 1,28). Nesta saudação, Maria é chamada de “Cheia de Graça”. Tal expressão
diz-nos quem é Maria: é aquela repleta da Presença de Deus, do favor divino, da
Santidade e do Amor do Senhor. É aquela que a gratuidade amorosa de Deus
beneficiou com uma especial Santidade, desde o primeiro momento de sua
existência.
No Prefácio da Imaculada Conceição de
Nossa Senhora, lemos: “A
fim de preparar para o vosso Filho, uma mãe que fosse digna Dele, preservastes
a Virgem Maria da mancha do pecado original, enriquecendo-a com a plenitude de
vossa graça. Nela, nos destes as primícias da Igreja, esposa de Cristo, sem
ruga e sem mancha, resplandecente beleza. Puríssima, na verdade, devia ser a
Virgem que nos daria o Salvador, o Cordeiro sem mancha que tira os nossos
pecados. Escolhida, entre todas as mulheres, modelo de santidade e advogada
nossa, ela intervém constantemente em favor de vosso povo. (Missal Dominical:
Missal da Assembleia Cristã. Paulus,1995. p. 589).
No Ofício
de Leituras do Comum de Nossa Senhora, nos degustamos de saborosas palavras
dirigidas à Virgem Maria: “Aquele a quem
adoram, o céu, a terra, o mar, o que
governa o mundo, na Virgem vem morar. A lua,
o sol e os astros o servem, sem cessar. Mas ele vem no seio da Virgem se ocultar. Feliz, ó Mãe, que
abrigas o Autor da Salvação na arca do teu seio, que vive entre nós” (Hino da Liturgia das Horas: Comum de Nossa
Senhora – Ofício das Leituras).
No
Catecismo da Igreja Católica, fruto do pensamento da Igreja, também nos
deleitamos com belíssimas afirmações marianas relacionadas à expressão “Alegra-te, cheia de graça”. Ao lermos os parágrafos §721 à §725, entendemos como a Igreja compreende a
graça divina na pessoa de Maria:
§721 – Maria, a Mãe de
Deus toda santa, sempre Virgem, é a obra prima da missão do Filho e do Espírito
na plenitude do tempo pela primeira vez no plano da salvação e porque o seu
Espírito a preparou, o Pai encontra a Morada em, que seu Filho e seu Espírito
podem habitar entre os homens. E neste sentido que a Tradição da Igreja muitas
vezes leu, com relação à Maria, os mais belos textos sobre a Sabedoria: Maria é
decantada e representada na Liturgia como o "trono da Sabedoria".
Nela começam a manifestar-se as "maravilhas de Deus" que o Espírito
vai realizar em Cristo e na Igreja.
§722 – O Espírito Santo
preparou Maria com sua graça. Convinha que fosse "cheia de graça" a
mãe daquele em quem "habita corporalmente a Plenitude da Divindade"
(Cl 2,9). Por pura graça, ela foi concebida sem pecado como a mais humilde das
criaturas; a mais capaz de acolher o Dom inefável do Todo-Poderoso. É com razão
que o anjo Gabriel a saúda como a "filha de Sião":
"Alegra-te". É a ação de graças de todo o Povo de Deus, e portanto da
Igreja, que ela faz subir ao Pai no Espírito Santo em seu cântico, enquanto traz
em si o Filho Eterno.
§723 – Em Maria, o
Espírito Santo realiza o desígnio benevolente do Pai. É pelo Espírito Santo que
a Virgem concebe e dá à luz o Filho de Deus. Sua virgindade transforma-se em
fecundidade única pelo poder do Espírito e da fé.
§724 – Em Maria, o
Espírito Santo manifesta o Filho do Pai tornado Filho da Virgem. Ela é a Sarça
ardente da Teofania definitiva: repleta do Espírito Santo, ela mostra o Verbo
na humildade de sua carne, e é aos Pobres e às primícias das nações que ela o
dá a conhecer.
§725 – Finalmente, por
Maria o Espírito Santo começa a pôr em Comunhão com Cristo os homens,
"objetos do amor benevolente de Deus", e os humildes são sempre os
primeiros a recebê-lo: os pastores, os magos, Simeão e Ana, os esposos de Caná
e os primeiros discípulos.
Concluo essa nossa reflexão mariana, convidando à
você, querida amiga, a fazermos juntos essa oração tão simples, mas ao mesmo
tempo tão nobre, que enobrece a pessoa da Virgem Maria, que de tal pessoa
aprendemos duas grandes virtudes: a do silêncio – pois, ela guardava os fatos
em seu coração e neles meditava, e a da humildade – fazei tudo que Ele vos
disser, pois a humildade nos direciona à obediência livre e amorosa às Palavras
de Jesus:
Virgem Santíssima, que fostes
concebida sem o pecado original e por isto merecestes o título de Nossa Senhora
da Imaculada Conceição e por terdes evitado todos os outros pecados, o Anjo
Gabriel vos saudou com as belas palavras: "Ave Maria, cheia de
graça"; nós vos pedimos que nos alcanceis do vosso divino Filho o auxílio
necessário para vencermos as tentações e evitarmos os pecados e, já que nós vos chamamos de Mãe, atendei-nos com carinho maternal e ajudai-nos a viver como
dignos filhos vossos. Amém!
Frei Laércio Rodrigues
da Cruz, OAR.
Jornal Online “A Voz de Lourdes” - Outubro 2013
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
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Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa - SP
Site da Paróquia: http://www.pnslourdes.com.br