sábado, 1 de novembro de 2014

PALAVRA DO PÁROCO

Lição do Tempo

Quando um pássaro está vivo, ele come as formigas, mas quando o pássaro morre, são as formigas que o comem. Tempo e circunstâncias podem mudar a qualquer minuto.

Por isso, não desvalorize ou machuque ninguém e nenhuma coisa à sua volta. Você pode ter poder hoje, mas lembra-se o tempo é muito mais poderoso que qualquer um de nós!

Saiba que uma árvore faz um milhão de fósforos, mas basta um fósforo para queimar milhões de árvores...

Portanto, seja bom! Faça o Bem!

Neste mês, em especial dia dois, nosso coração terá uma forte lembrança, cheia de saudades dos nossos entes queridos falecidos.

Hoje gostaria sim é de dizer o bem, que essas pessoas queridas deixaram em nossa vida.  O quanto importante e tudo que ganhamos com a convivência no dia a dia.

Esses nossos entes queridos, souberam cativar os corações e essa marca ficou em nossos corações, deixando bons exemplos e testemunho de amor, humildade, honestidade e paciência. Suas presenças alegres e cheias de ternura permanecem viva entre nós.

Com admiração, por tudo de bom que vocês construíram e ninguém via, vai aqui, nossa gratidão rezando:

Senhor que perdoais os pecados
e quereis a salvação de todos os homens.
Por intercessão da Virgem Maria,
de São José e de todos os Santos.
Dai a todos os que já partiram deste mundo,
Particularmente, nossos pais, irmãos, parentes
e benfeitores, a alegria da bem aventurança eterna.
Por NossoSenhor Jesus Cristo. Amém.


Frei Egisto  Cansian, OAR.


Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Novembro 2014
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa - SP
Site da Paróquia: http://www.pnslourdes.com.br

DIA 01 DE NOVEMBRO - SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS


Hoje, a Igreja não celebra a santidade de um cristão que se encontra no Céu, mas sim, de todos. Isto, para mostrar concretamente, a vocação universal de todos para a felicidade eterna.

“Todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. Todos são chamados à santidade: ‘Deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito’ “(Mt 5,48) (CIC 2013).

Sendo assim, nós passamos a compreender o início do sermão do Abade São Bernardo: “Para que louvar os santos, para que glorificá-los? Para que, enfim, esta solenidade? Que lhes importam as honras terrenas? A eles que, segundo a promessa do Filho, o Pai celeste glorifica? Os santos não precisam de nossas homenagens. Não há dúvida alguma, se veneramos os santos, o interesse é nosso, não deles”.

Sabemos que desde os primeiros séculos os cristãos praticam o culto dos santos, a começar pelos mártires, por isto hoje vivemos esta Tradição, na qual nossa Mãe Igreja convida-nos a contemplarmos os nossos “heróis” da fé, esperança e caridade. Na verdade é um convite a olharmos para o Alto, pois neste mundo escurecido pelo pecado, brilham no Céu com a luz do triunfo e esperança daqueles que viveram e morreram em Cristo, por Cristo e com Cristo, formando uma “constelação”, já que São João viu: “Era uma imensa multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 7,9).

Todos estes combatentes de Deus, merecem nossa imitação, pois foram adolescentes, jovens, homens casados, mães de família, operários, empregados, patrões, sacerdotes, pobres mendigos, profissionais, militares ou religiosos que se tornaram um sinal do que o Espírito Santo pode fazer num ser humano que se decide a viver o Evangelho que atua na Igreja e na sociedade. Portanto, a vida destes acabaram virando proposta para nós, uma vez que passaram fome, apelos carnais, perseguições, alegrias, situações de pecado, profundos arrependimentos, sede, doenças, sofrimentos por calúnia, ódio, falta de amor e injustiças; tudo isto, e mais o que constituem o cotidiano dos seguidores de Cristo que enfrentam os embates da vida sem perderem o entusiasmo pela Pátria definitiva, pois “não sois mais estrangeiros, nem migrantes; sois concidadãos dos santos, sois da Família de Deus” (Ef 2,19).

Neste dia a Mãe Igreja faz este apelo a todos nós, seus filhos: “O apelo à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade se dirige a todos os fiéis cristãos.” “A perfeição cristã só tem um limite: ser ilimitada” (CIC 2028).

Todos os santos de Deus, rogai por nós!




Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Novembro 2014
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DIA 2 DE NOVEMBRO SE COMEMORA O DIA DE FINADOS


Dom Paulo Mendes Peixoto

Arcebispo de Uberaba(MG)

Está bem presente em nossas vidas o costume de fazer memória dos entes queridos e já falecidos, tanto parentes, amigos ou conhecidos. Isto acontece através de orações, de visita aos cemitérios, a túmulos, que implica também a lembrança dos testemunhos de fé e amor vividos por eles. Acreditamos na recompensa eterna prometida pelos textos bíblicos.
Finados evoca três realidades em todos nós. A primeira é o sentimento de saudade, porque cada um marca seu tempo e as pessoas com quem convive. A segunda é a esperança, principalmente por saber que a morte não tem a última palavra na vida das pessoas. Por último o compromisso que devemos assumir em nossa caminhada ainda no tempo que passa.
O clima de finados tem uma conotação de sofrimento, de perda e de limites, que só é possível ser superada no contexto do mistério da fé. Escapa à nossa capacidade, dentro do mundo visível, o entendimento da realidade concreta da vida após a morte. A promessa de Jesus Cristo é a ressurreição, como fruto de conquista feita na vida terrena.
A morte, numa visão de fé, leva-nos a olhar para o acontecimento da cruz de Cristo, mostrando o rosto misericordioso de Deus. Não é o pecado que conta, e o amor de Deus não está baseado em nossos méritos. A verdadeira esperança não decepciona, porque está fundamentada no mistério da bondade e do amor de Deus em Jesus Cristo.
Celebrar o Dia de Finados não pode ser apenas um sentimento, um lamento, mas também atitude de compromisso com a realidade concreta da vida. É lembrar-se dos que já se foram, mas com os olhos fixados no hoje da história, valorizando e agradecendo pelo que temos e somos ainda.
A referência maior deve estar nas palavras de Jesus: “para que todos tenham vida e vida em plenitude” (Jo 10,10). Deus é defensor da vida, que deve ser administrada por nós, dando a ela o rumo certo, a morada definitiva, que só pode ser no seio eterno de Deus.




Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Novembro 2014
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O TEMPO DO ADVENTO


A palavra “advento” tem origem latina e significa “chegada”, “aproximação”, “vinda”. No Ano Litúrgico, o Advento é um tempo de preparação para a segunda maior festa cristã: o Natal do Senhor. Neste tempo, celebramos duas verdades de nossa fé: a primeira vinda (o nascimento de Jesus em Belém) e a segunda vinda de Jesus (a Parusia). Assim, a Igreja comemora a vinda do Filho de Deus entre os homens (aspecto histórico) e vive a alegre expectativa da segunda vinda d’Ele, em poder e glória, em dia e hora desconhecidos (aspecto escatológico).

Como se estrutura o Tempo do Advento

O tempo do Advento não tem um número fixo de dias e depende sempre da solenidade do Natal. Ele começa na tarde (1ª Vésperas) do primeiro domingo após a Solenidade de Cristo Rei e se desenvolve até o momento anterior à tarde (1ª Vésperas) do Natal. Ele possui quatro semanas e, por isso, quatro domingos celebrativos. O terceiro domingo do Advento é chamado de domingo da alegria (gaudete, em latim) por causa da antífona de entrada da missa (Alegrai-vos sempre no Senhor), mostrando a alegria da proximidade da celebração do Natal. O tempo do Advento se divide em duas partes. A primeira, que vai até o dia 16 de dezembro, é marcada pela espera alegre da segunda vinda de Jesus. A segunda, os dias que antecedem o Natal, se destaca pela recordação sobre o nascimento de Jesus em Belém.

As figuras Bíblicas principais do Advento

Dois personagens bíblicos ganham destaque na celebração do Advento: Maria e João Batista. Ela porque foi escolhida por Deus para ser a mãe do Salvador, e ele porque foi vocacionado a ser o precursor do Messias. Ela se torna modelo do coração que sabe acolher a Palavra e gerar Jesus. Ele se torna modelo de uma vida que sabe esperar nas promessas de Deus e agir anunciando e preparando a chegada da salvação. Em ambos se manifesta a realização da esperança messiânica judaica e o anúncio da plenitude dos tempos.

“Atentos e vigilantes”

A espiritualidade do Advento é marcada por algumas atitudes básicas: a preparação para receber o Cristo; a oração e a vivência da esperança cristã. A preparação para receber o Senhor se dá na vivência da conversão e da ascese. Precisamos ter um olhar atento sobre nós e a realidade que nos cerca e nos empenharmos para correspondermos com a ação do Espírito de Deus que quer restaurar todas as coisas. O nosso relacionamento com o nosso corpo e os nossos afetos, com nossos familiares e pessoas íntimas, nossa participação na vida eclesial e social devem estar no foco de nossa atenção. A preparação para celebrar o Natal demanda uma confissão sacramental bem feita e um propósito firme de renovação interior.

“Orai a todo momento”

Este tempo é marcado por uma vivência mais profunda da vida de oração. A leitura orante deste período nos coloca em contato com as profecias de salvação do Antigo Testamento, com a expectativa que os cristãos da Igreja primitiva tinham da Parusia e com os eventos principais que antecederam o nascimento de Jesus. A recordação dos eventos que antecederam a primeira vinda de Cristo se torna a base da preparação da Igreja para o novo Advento do Senhor. A Santa Missa e a Liturgia das Horas são os principais momentos celebrativos. Os exercícios de piedade, como a oração e a meditação dos mistérios gozosos do Rosário, a oração do Angelus Domini e a Novena de Natal podem ser um caminho feliz para a vivência da oração comunitária neste tempo.

“Para ficardes em pé diante do Filho do Homem”

Cada um de nós, apesar do pecado e do mal que nos cerca, deve desejar sempre mais a felicidade, aceitando que, em última análise, ela é o Reino dos Céus, a vivência em comunhão plena e eterna com Deus. Para isto é necessário vivermos dirigindo nossa vida para esta meta, colocando nossas forças no socorro da graça do Espírito Santo. Deus já nos criou desejando a felicidade. Contudo, por causa do pecado, vamos procurando nas criaturas aquela completude que só pode ser vivida na comunhão com o Criador. O Advento nos propõe entendermos todas as coisas na sua relação com Deus e usarmos elas como meios de estarmos com Ele, colocando nossa esperança nas realidades que não passam.

Veja mais acessando http://pnslourdes.com.br/lit_advento.htm


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AGENDA PAROQUIAL

Calendário – novembro 2014

01
SAB
Solenidade de Todos os Santos
02
DOM
31.º DOMINGO DO TEMPO COMUM- COMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIÉIS DEFUNTOS.  Mt 11,25-30: A morte é uma passagem para a vida eterna.
Finados – Missa no Cemitério da Lapa 10h00
03
SEG
Terço dos Homens às 20h00
06
QUI
Comemoração dos Falecidos da Ordem dos Agostinianos Recoletos.
07
SEX
1ª sexta-feira: Adoração ao Santíssimo a partir das 9h00 e Missa com Bênção do Santíssimo às 19h00
08
SAB
1ª Eucaristia das crianças do Colégio Madre Paula Montalt às 10h00
09
DOM
32.º D.T.C. DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DOM LATRÃO (Catedral de Roma). Festa. Jo 2,13-32: Não faças da casa de meu Pai uma casa de comércio.
12
QUA
Palestra às 19h00
13
QUI
Festa de Todos os Santos da Ordem dos Agostinianos Recoletos.
Preparação de Pais e Padrinhos para Batismo às 20h00
15
SAB
Feriado – Proclamação da República
Cinema com a Comunidade após a Missa.
16
DOM
33.º D.T.C. - Mt 25,14-30: Os talentos recebidos e restituídos.
Crisma às 10h30 com Dom Fernando Penteado.
Almoço Pró – Padroeira a partir das 12h30
20
QUI
Feriado – Dia Consciência Negra
21
SEX
Apresentação de Nossa Senhora. Memória.
22
SAB
Santa Cecília, Virgem e Mártir, Memória.
Santa Rita - Missa às 15h00
Reunião LM às 15h00
23
DOM
34.º D.T.C. NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO, Solenidade
MT 25,31-46: O último julgamento.
1ª Eucaristia Paróquia às 10h30
27
QUI
Nossa Senhora da Medalha Milagrosa - Nossa Senhora das Graças. Dia Nacional de Ação de Graças.
29
SAB
Bazar Beneficente às 08h00
30
DOM
1º  DOMINGO DO ADVENTO
Mc 13,33-37: Vigilância.



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NOTÍCIAS DA IGREJA

Papa no encerramento do Sínodo: "Esta é a Igreja, nossa mãe!"

Redação com Rádio Vaticano


No final da tarde de sábado, 18 de outubro, o Papa Francisco proferiu um discurso por ocasião do encerramento da III Assembleia Geral Extraordináriado Sínodo dos Bispos sobre os desafios pastorais da família no contexto da evangelização.

Eis a íntegra do pronunciamento:

“Queridas Eminências, Beatitudes, Excelências, irmãos e irmãs,

Com um coração pleno de reconhecimento e de gratidão, gostaria de agradecer, junto a vós, ao Senhor que nos acompanhou e nos guiou nos dias passados, com a luz do Espírito Santo!

Agradeço de coração Sua Eminência o senhor Cardeal Lorenzo Baldisseri, Secretário Geral do Sínodo, Sua Eminência Dom Fabio Fabene, Sub-Secretário, e com eles agradeço o Relator, Sua Eminência Cardeal Peter Erdö que trabalhou tanto, mesmo nos dias de luto familiar, e o Secretário Especial, Sua Eminência Dom Bruno Forte, os três Presidentes delegados, os escritores, os consultores, os tradutores e os anônimos, todos aqueles que trabalharam com verdadeira fidelidade nos bastidores e com total dedicação à Igreja, sem parar: muito obrigado de coração!

Agradeço igualmente a todos vocês, Padres Sinodais, Delegados Fraternos, Ouvintes e Assessores para vossa participação ativa e frutuosa. Levarei vocês na oração, pedindo ao Senhor para recompensar-vos com a abundância da graça dos seus dons!

Eu poderia tranquilamente dizer que – com um espírito de colegialidade e de sinodalidade – vivemos realmente uma experiência de “Sínodo”, um percurso solidário, um “caminho juntos”.

E tendo sido “um caminho” – e como em todo caminho -, houve momentos de corrida veloz, quase correndo contra o tempo prá chegar logo à meta; em outros, momentos de cansaço, quase querendo dizer basta; outros momentos de entusiasmo e de ardor. Houve momentos de profunda consolação, ouvindo os testemunhos dos pastores verdadeiros (cf. João 10 e Cann. 375, 386, 387) que levam no coração sabiamente as alegrias e as lágrimas dos seus fieis. Momentos de consolação e graça e de conforto escutando os testemunhos das famílias que participaram do Sínodo e partilharam conosco a beleza e a alegria de sua vida matrimonial. Um caminho onde o mais forte sentiu o dever de ajudar o mais fraco, onde o mais esperto se apressou em servir os outros, mesmo por meio dos debates. E sendo um caminho de homens, com as consolações houve também outros momentos de desolação, de tensão e de tentações, das quais se poderiam mencionar algumas possibilidades:

- Uma: a tentação de enrijecimento hostil, isto é, de querer fechar-se dentro do escrito (a letra) e não deixar-se surpreender por Deus, pelo Deus das surpresas (o espírito); dentro da lei, dentro da certeza daquilo que conhecemos e não daquilo que devemos ainda aprender e atingir. Desde o tempo de Jesus, é a tentação dos zelosos, dos escrupulosos, dos cuidadosos e dos assim chamados – hoje – “tradicionalistas” e também dos “intelectualistas”.

- A tentação do “bonismo” destrutivo, que em nome de uma misericórdia enganadora, enfaixa as feridas sem antes curá-las e medicá-las; que trata os sintomas contra os pecadores, os fracos, os doentes (cf. Jo 8,7), isto é, transformá-los em “fardos insuportáveis” (Lc 10,27).

- A tentação de descer da cruz, para acontentar as pessoas, e não permanecer ali, para realizar a vontade do Pai; de submeter-se ao espírito mundano ao invés de purificá-lo e submeter-se ao Espírito de Deus.

- A tentação de negligenciar o “depositumfidei”, considerando-se não custódios, mas proprietários ou donos ou, por outro lado, a tentação de negligenciar a realidade utilizando uma língua minuciosa e uma linguagem “alisadora” (polida) para dizer tantas coisas e não dizer nada”. Os chamavam “bizantinismos”, acho, estas coisas...

Queridos irmãos e irmãs, as tentações não devem nem nos assustar nem desconcertar e muito menos desencorajar, porque nenhum discípulo é maior do que seu mestre; portanto se Jesus foi tentado – ate mesmo chamado de Belzebu (cf. MT 12, 24) – os seus discípulos não devem esperar um tratamento melhor.

Pessoalmente, ficaria muito preocupado e triste se não houvesse estas tentações e estas discussões animadas; este movimento dos espíritos, como chamava Santo Inácio (EE, 6), se tudo tivesse sido de acordo ou taciturno em uma falsa e ‘quietista’ paz. Ao contrário, vi e escutei – com alegria e reconhecimento – discursos e pronunciamentos plenos de fé, de zelo pastoral e doutrinal, de sabedoria, de franqueza, de coragem: e de parresia. E senti que foi colocado diante dos próprios olhos o bem da Igreja, das famílias e a “suprema Lex”, a “salusanimarum” (cf. Can. 1752). E isto sempre – o dissemos aqui, na Sala – sem colocar nunca em discussão as verdades fundamentais do Sacramento do Matrimônio: a indissolubilidade, a unidade, a fidelidade e a ‘procriatividade’, ou seja, a abertura à vida (cf. Cann. 1055, 1056 e GaudiumetSpes 48).

E esta é a Igreja, a vinha do Senhor, a Mãe fértil e a Mestra atenciosa, que não tem medo de arregaçar as mangas para derramar o óleo e o vinho nas feridas dos homens (cf. Lc 10, 25-37); que não olha a humanidade de um castelo de vidro para julgar ou classificar as pessoas. Esta é a Igreja Una, Santa, Católica, Apostólica e formada por pecadores, necessitados da Sua misericórdia. Esta é a igreja, a verdadeira esposa de Cristo, que procura ser fiel ao seu Esposo e à sua doutrina. É a Igreja que não tem medo de comer e beber com as prostitutas (cf. Lc 15). A Igreja que tem as portas escancaradas para receber os necessitados, os arrependidos e não somente os justos ou aqueles que acreditam ser perfeitos! A Igreja que não se envergonha do irmão caído e não faz de conta de não vê-lo, ao contrário, se sente envolvida e quase obrigada a levantá-lo e a encorajá-lo e retomar o caminho e o acompanha para o encontro definitivo, com o seu Esposo, na Jerusalém celeste.

Esta é a Igreja, a nossa mãe! E quando a Igreja, na variedade dos seus carismas, se expressa em comunhão, não pode errar: é a beleza e a força do sensusfidei, daquele sentido sobrenatural da fé, que é doado pelo Espírito Santo para que, juntos, possamos todos entrar no coração do Evangelho e aprender a seguir Jesus na nossa vida, e isto não deve ser visto como motivo de confusão e de mal-estar.

Tantos comentaristas, ou pessoas que falam, imaginaram ver uma Igreja em atrito, onde uma parte está contra a outra, duvidando até mesmo do Espírito Santo, o verdadeiro promotor e garante da unidade e da harmonia na Igreja. O Espírito Santo que ao longo da história sempre conduziu a barca através dos seus Ministros, mesmo quando o mar era contrário e agitado e os Ministros infiéis e pecadores.

E, como ousei dizer isto a vocês no início do Sínodo, era necessário viver tudo isto com tranqüilidade, com paz interior, mesmo porque o Sínodo se desenvolve cum Petroet sub Petro, e a presença do Papa é garantia para todos.

Falemos um pouco do Papa, agora, na relação com os bispos (risos). Assim, a missão do Papa é a de garantir a unidade da Igreja; é o de recordar aos fiéis o seu dever em seguir fielmente o Evangelho de Cristo; é o de recordar aos pastores que o seu primeiro dever é o de nutrir o rebanho – nutrir o rebanho – que o Senhor confiou a eles e de buscar acolhê-lo – com paternidade e misericórdia e sem falso medo – as ovelhas perdidas. Errei aqui. Disse acolher: ir buscá-las.

A sua missão é a de recordar a todos que a autoridade na Igreja é serviço (Cf. Mc 9, 33-35) como explicou com clareza Papa Bento XVI, com palavras que cito textualmente: “A Igreja é chamada e se esforça em exercer este tipo de autoridade que é serviço, e o exerce não em nome próprio, mas em nome de Jesus Cristo... através ods Pastores da Igreja, de fato, Cristo apascenta o seu rebanho: é Ele que o guia, o protege, o corrige, porque o ama profundamente. Mas o Senhor Jesus, Pastor Supremo das nossas almas, quis que o Colégio Apostólico, hoje os Bispos, em comunhão com o sucessor de Pedro... participassem desta missão de cuidar do Povo de Deus, de serem educadores na fé, orientando, animando e apoiando a comunidade cristã, ou, como diz o Concílio, “cuidando, sobretudo que cada fiel seja guiado no Espírito Santo a viver segundo o Evangelho a própria vocação, a praticar uma caridade sincera e ativa e a exercitar aquela liberdade com que Cristo nos libertou “ (PresbyterorumOrdinis, 6) ... é através de nós – continua o Papa Bento – que o Senhor atinge as almas, as instrui, as protege, as guia. Santo Agostinho, no seu Comentário ao Evangelho de São João diz: “Seja, portanto, esforço de amor apascentar o rebanho do Senhor” (123,5); esta é a suprema norma de conduta dos ministros de Deus, um amor incondicional, como aquele do Bom Pastor, pleno de alegria, aberto a todos, atento aos próximos e atencioso aos distantes (cf. Santo Agostinho, Discurso 340; Discurso 46, 15), delicado para com os mais fracos, os pequenos, os simples, os pecadores, para manifestar a infinita misericórdia de Deus com as palavras encorajadoras da esperança”. (Bento XVI, Audiência Geral, Quarta-feira, 26 de maio de 2010). Fim da citação.

Portanto, a Igreja é de Cristo – é a sua esposa – e todos os bispos, em comunhão com o Sucessor de Pedro, têm a missão e o dever de custodiá-la e de servi-la, não como donos, mas como servidores. O Papa, neste contexto, não é o senhor supremo, mas sim um supremo servidor – o “servusservorum Dei”; o garante da obediência e da conformidade da Igreja à vontade de Deus, ao Evangelho de Cristo e à Tradição da Igreja, deixando de lado todo arbítrio pessoal, mesmo sendo – por vontade do próprio Cristo – o “Pastor e Doutor supremo de todos os fiéis” (Can. 749) enquanto gozando “da potestade ordinária que é suprema, é plena, imediata e universal na Igreja” (cf. Cann. 331-334).

Queridos irmãos e irmãs, agora temos ainda um ano para amadurecer, com verdadeiro discernimento espiritual, as idéias propostas e encontrar soluções concretas às tantas dificuldades e inumeráveis desafios que as famílias devem enfrentar; dar respostas aos tantos desencorajamentos que circundam e sufocam as famílias.

Um ano para trabalhar na “Relatiosynodi” que é o resumo fiel e claro de tudo aquilo que foi dito e discutido nesta sala e nos círculos menores. E é apresentado às Conferências episcopais como “Lineamenta”.

Que o senhor nos acompanhe e nos guie neste caminho, pela gloria do seu nome, com a intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria e de São José! E por favor, não esqueçam de rezar por mim! Obrigado.

(canto do Te Deum e bênção)

Muito obrigado e bom repouso agora, hein!




Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Novembro 2014
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa - SP
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NOTÍCIAS – CNBB

Papa Paulo VI foi beatificado no dia 19 de outubro de 2014
No dia 21 de junho de 1963 foi eleito pelo conclave o cardeal Giovanni BattistaMontini. Escolheu como nome papa Paulo VI, sendo o responsável por reabrir o Concílio Vaticano II, após a morte de seu antecessor, o papa João XXIII.
Após 36 anos do falecimento do papa Paulo VI, no dia 9 de maio deste ano, o papa Francisco promulgou o decreto sobre o milagre atribuído à intercessão do venerável Servo de Deus, que deixou importantes contribuições para a missão da Igreja, frutos da Assembleia Conciliar Ecumênica.
Beatificação
Após a comprovação do milagre, a Congregação para a Causa dos Santos comunicou a decisão do papa Francisco em beatificar Paulo VI, neste domingo, 19 de outubro, no encerramento da 3ª Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre a Família. A cerimônia de beatificação aconteceu na Praça de São Pedro às 10h30 (5h30 de Brasília).
O beato foi autor da encíclica sobre a defesa da vida e da família, a “Humanae Vitae”, que completou 46 anos de sua publicação.
O milagre
No período da gravidez, uma mãe da Califórnia, no início dos anos 90, teve o diagnóstico dos médicos de um grave problema no feto e, após vários testes, sugeriram que à jovem mãe abortasse. Mesmo com a orientação, a mulher decidiu não abortar, sabendo que a criança poderia nascer com comprometimentos físicos e cerebrais.
A mãe então pediu a intercessão do papa Paulo VI e a criança nasceu sem problemas. Em 2012, a Igreja reconheceu por meio da Congregação para a Causa dos Santos, que se tratava de um acontecimento realmente extraordinário e sobrenatural, ocorrido graças à intercessão de Paulo VI.

O novo beato nasceu em 26 de setembro de 1897 em Concesio (Itália) e faleceu em Castelgandolfo, no mesmo país, em agosto de 1978.


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NOTÍCIAS – ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO

Dia Nacional da Juventude 2014

O Dia Nacional da Juventude (DNJ) será celebrado oficialmente no terceiro domingo de outubro. Mas em muitos lugares, por necessidades pastorais, o DNJ será comemorado em outra data, como na Arquidiocese de São Paulo, em 16 de novembro.

Com o tema “Feitos para sermos livres, não escravos” e a iluminação bíblica “Eis o que diz o Senhor: Praticai o direito e a justiça, e livrai o oprimido das mãos do opressor” (Jr 22, 3a), a celebração quer dar continuidade ao trabalho da Campanha da Fraternidade deste ano.

Em carta enviada aos padres, diretores de escolas católicas e lideranças da Arquidiocese, o arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, e o bispo auxiliar referencial do Setor Juventude Arquidiocesano, Dom Carlos Lema Garcia, motivam as paróquias e comunidades a mobilizarem a juventude para o DNJ.

"Sendo atividade permanente do Setor Juventude da CNBB, o DNJ é um momento forte de celebração, de sentido de pertença dos jovens à Igreja e de sua visibilidade na sociedade", diz a carta.

Na Arquidiocese

O DNJ da Arquidiocese de São Paulo será celebrado no dia 16 de novembro, domingo, das 12h às 18h, no Instituto Dom Bosco (Praça Coronel Fernando Prestes, 231 – próximo à estação Tiradentes do metrô e ao lado da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora).

Programação
12h – Acolhida e Apresentações Musicais
13h – Abertura oficial - Oração e Painel temático do DNJ, com depoimentos de ações realizadas pela Igreja em prol da Dignidade da Pessoa Humana
14h – Apresentações Culturais e Artísticas; Oficinas e Relatos de experiências de evangelização da juventude
16h – Celebração Eucarística presidida pelo Cardeal Odilo Scherer e com a presença dos bispos auxiliares e padres da Arquidiocese
18h – Encerramento do evento.

Cardeal Scherer:
Síntese do relatório da Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre os desafios da Família (I)

Cardeal Odilo Pedro Sherer- Cardeal Arcebispo Metropolitano de São Paulo

Na introdução do texto de síntese da 3ª Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, sobre “os desafios pastorais da família no contexto da evangelização”, já aparece o desejo do Papa Francisco de que os participantes da Assembleia compartilhassem suas reflexões com franqueza e liberdade; e assim aconteceu até o final dos trabalhos, num clima sereno e fraterno.

Por outro lado, também já fica claro que a assembleia sinodal não tomaria nenhuma decisão, sendo de caráter consultivo, e que as reflexões seriam articuladas, depois, com a preparação da Assembleia Ordinária do Sínodo, em outubro de 2015, cujo tema será: “vocação e missão da família na Igreja, no mundo contemporâneo”. Assim, que ninguém sinta frustrações, se o Sínodo não tomou “decisões” nem modificou isso ou aquilo...

O texto de síntese final está organizado em três partes, que correspondem aos passos do método ver-julgar-agir. A primeira parte trata do contexto sociocultural, econômico e pastoral em que se encontra a família atualmente.

Embora se leia que o Sínodo olhou para “as luzes e sombras” que envolvem hoje a família, de fato, porém, o texto se ocupa bem mais das sombras do que das luzes. Isso é compreensível, se tivermos em conta que o tema da assembleia sinodal era “os desafios pastorais da família”...

No mundo, o rosto da família apresenta uma variedade muito grande, de acordo com as diversas culturas e as condições sociais, políticas, econômicas e religiosas. Mas há alguns traços comuns, que tento expor brevemente.

1. A família é uma realidade no mundo inteiro e não acabou, apesar dos muitos problemas e desafios. Continua o desejo de formar família, que está inscrito na natureza humana. Ela continua sendo a última reserva do que há de mais genuinamente humano e de verdadeira solidariedade, mesmo quando ao redor todas as seguranças entram em falência.

2. A família, quase em toda parte, está em crise; encontra-se fragilizada e até abandonada a si mesma, por vários fatores.

3. A pressão exacerbada de fatores econômicos e da cultura marcada pelo individualismo cria dificuldades enormes para a vivência de valores essenciais ao casamento e à família.

4. As instituições “casamento” e “família”, sobretudo nos povos de cultura ocidental, tiveram forte perda de apreço; isso manifesta-se na pouca duração dos casamentos formalizados, na legislação cada vez mais inconsistente no tocante à família e ao casamento, nas muitas uniões livres e sem formalização alguma; aumenta o número dos “singles”, que não constituem família.

5. A procriação tem pouco apreço e a natalidade caiu drasticamente; uma porcentagem significativa das crianças nascem sem uma família constituída que as acolha e dê amparo.

6. A afetividade humana, muitas vezes, é vivida de maneira narcisista e egocêntrica, sem o estabelecimento de vínculos estáveis e profundos, ou num projeto de vida  comum, como é o casamento e a família.

7. Está em expansão o fenômeno da expressão homossexual da afetividade, estimulado por uma crescente “cultura gay” e pela ideologia de gênero. Esse fenômeno, presente sobretudo nos povos de cultura ocidental, também está em expansão entre povos de cultura mais tradicional, como na África e na Ásia.

8. Observa-se uma grave confusão antropológica na cultura contemporânea, que tem efeitos profundos e desorientadores em relação ao casamento e à família.

9. A crise da família no âmbito cristão e religioso está relacionada também à perda da fé e do sentido sobrenatural da vida.

A realidade da família e do casamento aparecem amplamente relegadas ao âmbito da vida privada; em tal situação, cada um se arranja como pode e como gosta. Tem-se a impressão de um campo abandonado e não mais cultivado, no qual qualquer um entra para ceifar ou pegar, e onde todo tipo de erva pode crescer à vontade...

Mas a Igreja continua a afirmar que a família é obra de Deus e quer cultivar esse campo e a preservá-lo de explorações indevidas, para que continue a dar frutos bons, como é de sua natureza. De fato, a família é um bem para a pessoa e para a sociedade; pela família passa o bem da humanidade inteira, e da Igreja, em boa parte, também.



Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Novembro 2014
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa - SP
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