sexta-feira, 1 de março de 2019

A PALAVRA DO PÁROCO

Queridos irmãos e irmãs: neste primeiro envio de mensagem a vocês, quero deixar aqui constante meu agradecimento a todos. Por esse motivo coloco novamente minhas primeiras palavras como novo pároco.

Acredito que aqui está em linhas gerais o que gostaríamos de realizar com vocês. Como disse nosso querido Dom Odilo, não posso fazer tudo sozinho.

Necessito da ajuda de todos para juntos seguirmos os passos de Jesus Cristo nesta nossa missão. Que o bom Deus abençoe a todos nós.

Neste momento não tenho muitas palavras senão o agradecimento a todos. Frei Lorenzo, meu formador na filosofia, sempre dizia que Deus sempre nos dá oportunidade para vivermos a graça de Deus e olhar tudo o que acontece ao nosso redor como dom de Deus, e não problema. Por isso, nesse dia eu quero agradecer a Deus por esta oportunidade.

Quero agradecer também a meus pais, juntamente com parte da minha família que está aqui presente. Ao meu provincial que não pode se fazer presente, mas que confiou em mim para essa missão.

À comunidade religiosa que faço parte que sempre me apoiou, sobretudo nessa reta final de faculdade. Eles têm me dado grande apoio nesse momento: Frei Toninho, nosso vigário paroquial, Frei Ademir, Frei Geraldo e agora Frei Sérgio Peres que compõe a nossa comunidade da Vila Hamburguesa – Paróquia de Nossa Senhora de Lourdes. Se hoje eu estou aqui, foi graças ao Frei Sérgio Peres, meu promotor vocacional que ajudou a lapidar em mim a graça da vocação à vida religiosa e sacerdotal.

Quero me dirigir também aos agentes de pastoral e paroquianos. Estamos vivendo a graça do sínodo em nossa arquidiocese. Precisamos dar continuidade e sobretudo não deixar que seus frutos passem. Já cumprimos a etapa das visitas e da assembleia paroquial. Vamos seguir em frente, pois temos uma grande oportunidade pela frente.

Para seguirmos em frente, gostaria de tratar três pontos com vocês:

1. Em primeiro lugar a oração. Não se vive uma comunidade eclesial sem oração. A oração é fundamental na vida de todo cristão, de todo batizado, sobretudo aquele que está chamado a viver no seguimento de Jesus Cristo. Por isso nossas pastorais, nossos movimentos, nossas famílias precisam tomar gosto pela oração. E vamos buscar meios para que a oração mova nossas pastorais, não somente a ação sem a oração.

2. Segundo ponto é a conversão: partindo a oração, precisamos nos converter. Muitas vezes somos movidos por nossos gostos, nossas vontades, eu mando, eu quero. A conversão diária nos coloca em comunhão e a comunhão é fruto de diálogo, de perceber também o outro, de se colocar no lugar do outro. Todos, sem exceção, precisamos de conversão.

3. Caridade. Paulo na carta aos Coríntios nos diz que podemos ter ou fazer tudo, mas sem caridade de nada adianta. Na oração, na conversão sempre deve haver a caridade que não acaba nunca.

De onde eu trago esses três pontos? Da mensagem de Virgem de Lourdes a santa Bernadete. Nossa padroeira, portanto, nos apontou o caminho. Cabe a nós seguirmos com os olhos fixos em Jesus. Em todas as nossas ações devemos sempre olhar para Jesus. Os mais antigos se lembram que aqui tinha uma cruz de madeira. Essa cruz é antes de tudo, símbolo de amor e vida de Jesus que se entregou nela por amor a cada um de nós.

Quero agradecer a nosso arcebispo, cardeal dom Odilo, por nos presentear com sua presença e presidir nossa tomada de posse. Sabemos do seu trabalho, do seu ministério e compromisso com a cidade de São Paulo e com a Igreja. Que Deus continue abençoando sua missão e que o Espírito Santo o ilumine sempre.

Obrigado a todos que prepararam essa celebração. Deus os abençoe sempre pelo carinho e atenção de todos. Todos colaboraram, por isso não quero citar nomes.

Por fim, quero pedir a vocês que continuem rezando por mim. Não se esqueçam de mim em suas orações. Para sorte ou azar de vocês, é a primeira vez que assumo uma paróquia, pois sempre trabalhei no governo provincial ou formação. Como Salomão, a única coisa que peço a Deus é sabedoria para governar e pastorear essa comunidade com as graças e bênçãos de Deus.

Quero terminar citando santo Agostinho no Sermão 340: “Desde que este encargo, do qual tenho de dar apertadas contas, me foi posto sobre os ombros, sempre me perturba a preocupação com esta dignidade. Que se há de temer neste cargo, a não ser que mais nos agrade aquilo que é arriscado para nossa honra do que aquilo que é frutuoso para vossa salvação? Aterroriza-me o que sou para vós; consola-me o que sou convosco. Pois para vós sou bispo; convosco, sou cristão. Aquele é nome do ofício recebido; este, da graça; aquele, do perigo; este, da salvação. ” Fiz a citação literal, mas ajustando melhor a parte final: Para vocês sou pároco. Com vocês sou cristão. E é isso que eu desejo: caminhar com vocês.

Muito obrigado!

Frei Marcus Vinicius Dorrigo Leite, OAR


Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Março de 2019
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O QUE É A QUARESMA?



Chamamos Quaresma o período de quarenta dias reservado a preparação da Páscoa, e indicado pela última preparação dos catecúmenos que deveriam receber nela o batismo.

DESDE QUANDO SE VIVE A QUARESMA? 

Desde o século IV se manifesta a tendência para constituí-la no tempo de penitência e de renovação para toda a Igreja, com a prática do jejum e da abstinência. Conservada com bastante vigor, menos em um princípio, nas igrejas do oriente, a prática penitencial da Quaresma vem sido cada vez maior no ocidente, mas deve se observar um espírito penitencial e de conversão.

POR QUE A QUARESMA NA IGREJA CATÓLICA

“A Igreja se une todos os anos, durante os quarenta dias da Grande Quaresma, ao Mistério de Jesus no deserto” (n. 540).

QUAL É, PORTANTO, O ESPÍRITO DA QUARESMA? 

Deve ser como um retiro coletivo de quarenta dias, durante os quais a Igreja, propondo a seus fiéis o exemplo de Cristo em seu retiro no deserto, se prepara para a celebração das solenidades pascoais, com a purificação do coração, uma prática perfeita da vida cristã e uma atitude penitencial.

O QUE É A PENITÊNCIA?

A penitência, tradução latina da palavra grega que na Bíblia significa a conversão (literalmente a mudança do espírito) do pecador, designa todo um conjunto de atos interiores e exteriores dirigidos a reparação do pecado cometido, e o estado de coisas que resulta dele para o pecador.
Literalmente mudança de vida, se diz do ato do pecador que volta para Deus depois de haver estado longe Dele, ou do incrédulo que alcança a fé.

QUE MANIFESTAÇÕES TEM A PENITÊNCIA? 

“A penitência interior do cristão pode ter expressões muito variadas. A Escritura e os Padres insistem sobre tudo em três formas: o JEJUM, a oração, a missa, que expressam a conversão com relação a si mesmo, com relação a Deus e com relação aos demais. Junto a purificação radical operada pelo Batismo ou pelo martírio, citam, como meio de obter o perdão dos pecados, os esforços realizados para reconciliar-se com o próximo, as lágrimas de penitência, a preocupação pela salvação do próximo, a intercessão dos santos e a prática da caridade “porque a caridade cobre a multidão dos pecados” (1 Pedro, 4,8.). ” (Catecismo Igreja Católica, n. 1434).

SOMOS OBRIGADOS A FAZER PENITÊNCIA? 

“Todos os fiéis, cada um a seu modo, estão obrigados pela lei divina a fazer penitência; não obstante, para que todos se unam em alguma prática comum de penitência, se fixaram uns dias de penitência para os fiéis que se dedicam de maneira especial a oração, realizam obras de piedade e de caridade e se negam a si mesmos, cumprindo com maior fidelidade suas próprias obrigações e, sobre tudo, observando o jejum e a abstinência. ” (Código de Direito Canônico, c. 1249).

QUAIS SÃO OS DIAS E TEMPOS PENITENCIAIS?

“Na Igreja universal, são dias e tempos penitenciais todas as Sextas-feiras do ano e o tempo de quaresma. ” Código de Direito Canônico, c. 1250).

QUE DEVE SE FAZER TODAS AS SEXTAS-FEIRAS DO ANO?

Em lembrança do dia em que Jesus morreu na Santa Cruz, “todas as sextas-feiras, a não ser que coincidam com uma solenidade, deve se fazer a abstinência de carne, ou de outro alimento que seja determinado pela Conferência Episcopal; jejum e abstinência se guardarão na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa. ” (Código de Direito Canônico, c. 1251).

QUANDO É A QUARESMA?

A Quaresma começa na Quarta-feira de Cinzas até a Missa da Ceia do Senhor, EXCLUSIVE. Todo este período forma uma unidade, podendo-se distinguir os seguintes elementos:

1. A Quarta-feira de Cinzas.
2. Os domingos, definidos como, I, II, III, IV e V; e o Domingo de Ramos da Paixão do Senhor.
3. A Missa Crismal.
4. As férias.

O QUE É QUARTA-FEIRA DE CINZAS?

É um princípio da Quaresma; um dia especialmente penitencial, em que manifestamos nosso desejo pessoal de CONVERSÃO a Deus.
Quando vamos aos templos em que nos impõem as cinzas, expressamos com humildade e sinceridade de coração, que desejamos nos converter e crer de verdade no Evangelho.

QUANDO TEVE ORIGEM A PRÁTICA DAS CINZAS?

A origem da imposição da cinza pertence a estrutura da penitência canônica. Começou a ser obrigatória para toda a comunidade cristã a partir do século X. A liturgia atual conserva os elementos tradicionais: imposição da cinza e jejum rigoroso.

QUANDO SE ABENÇOA E SE IMPÕEM A CINZA?

A benção e a imposição da cinza têm lugar dentro da Missa, após a homilia; embora em circunstâncias especiais, se pode fazer dentro de uma celebração da Palavra. As formas de imposição da cinza se inspiram na Escritura: Gn, 3, 19 e Mc 1, 15.

DE ONDE PROVEM A CINZA?

A cinza procede dos ramos abençoados no Domingo da Paixão do Senhor, do ano anterior, seguindo um costume que se remonta ao século XII. A forma de benção faz relação a condição pecadora de quem a recebeu.

QUAL É O SIMBOLISMO DA CINZA?

O simbolismo da cinza é o seguinte:

1. Condição fraca do homem, que caminha para a morte;
2. Situação pecadora do homem;
3. Oração e súplica ardente para que o Senhor os ajude; Ressurreição, já que o homem está destinado a participar no triunfo de Cristo;

A QUE NOS CONVIDA A IGREJA NA QUARESMA?

A Igreja persiste nos convidando a fazer deste tempo como um retiro espiritual em que o esforço de meditação e de oração deve ser sustentado por um esforço de mortificação pessoal cuja medida, a partir deste mínimo, permanece a liberdade e generosidade de cada um.

O QUE DEVE SE CONTINUAR VIVENDO NA QUARESMA?

Se vive bem a Quaresma, deverá se alcançar uma autêntica e profunda CONVERSÃO pessoal, preparando-nos, deste modo, para a maior festa do ano: o Domingo da Ressurreição do Senhor.

O QUE É A CONVERSÃO?

Converter-se é reconciliar-se com Deus, apartar-se do mal, para estabelecer a amizade com o Criador. Supõe e inclui deixar o arrependimento e a Confissão (ver o Guia da Confissão) de todos e cada um de nossos pecados. Uma vez em graça (sem consciência de pecado mortal), temos de mudar desde dentro (em atitudes) tudo aquilo que não agrada a Deus.

POR QUE SE DIZ QUE A QUARESMA É UM “TEMPO FORTE” E UM “TEMPO PENITENCIAL?

“Os tempos e os dias de penitência ao largo do ano litúrgico (o tempo de QUARESMA, cada Sexta-feira em memória da morte do Senhor) são momentos fortes da prática penitencial da Igreja. Estes tempos são particularmente apropriados para os exercícios espirituais, as liturgias penitenciais, as peregrinações como sinal de penitência, o jejum, a comunhão cristã de bens (obras caritativas e missionárias). ” (Catecismo Igreja Católica, n. 1438)

COMO CONCRETIZAR MEU DESEJO DE CONVERSÃO?

De diversas maneiras, mas sempre realizando obras de conversão, como, por exemplo:

1. Ir ao Sacramento da Reconciliação (Sacramento da Penitência ou Confissão) e fazer uma boa confissão: clara, concisa, concreta e completa.
2. Superar as divisões, perdoando e crescer em espírito fraterno.
3. Praticando as Obras de Misericórdia.

QUAIS SÃO AS OBRAS DE MISERICÓRDIA?

As Obras de Misericórdia espirituais são:

1. Ensinar ao que não sabe.
2. Dar bons conselhos ao que necessita.
3. Corrigir ao que erra.
4. Perdoar as injúrias.
5. Consolar ao triste.
6. Sofrer com paciência as adversidades e fraquezas do próximo.
7. Rogar a Deus pelos vivos e pelos mortos

As Obras de Misericórdia corporais são:

1. Visitar ao enfermo.
2. Dar de comer ao faminto.
3. Dar de beber ao sedento.
4. Socorrer ao cativo.
5. Vestir ao desnudo.
6. Dar abrigo ao peregrino.
7. Enterrar a os mortos.

QUE OBRIGAÇÕES TEM UM CATÓLICO EM QUARESMA?

Tem que cumprir com o preceito do JEJUM e a ABSTINÊNCIA, assim como a CONFISSÃÓ e COMUNHÃO anual.

EM QUE CONSISTE O JEJUM?

O JEJUM consiste em fazer uma única refeição ao dia, sendo que se pode comer algo menos que o de costume pela manhã e a noite. Não se deve comer nada entre os alimentos principais, salvo em caso de doença.

A QUEM SE OBRIGA O JEJUM? 

Se obriga a viver a lei do jejum, todos os maiores de idade. (cf. CIC, c. 1252).

O QUE É A ABSTINÊNCIA?

Se chama abstinência a proibição de comer carne (vermelha ou branca e seus derivados).

A QUEM SE OBRIGA A ABSTINÊNCIA?

A lei da abstinência se obriga aos que já tem catorze anos. (cf. CIC, c. 1252).

PODE SER MUDADA A PRÁTICA DA ABSTINÊNCIA?

“A Conferência Episcopal pode determinar com mais detalhes o modo de observar o jejum e a abstinência, assim como substituirmos em parte por outras formas de penitência, sobre tudo por obras de caridade e práticas de piedade. ” (Código de Direito Canônico, c. 1253).

O QUE IMPORTA DE VERDADE NO JEJUM E NA ABSTINÊNCIA?

Deve se cuidar no viver o jejum ou a abstinência com alguns mínimos, mas como uma maneira concreta como a que nossa Santa Mãe Igreja nos ajuda a crescer no verdadeiro espírito de penitência.

QUE ASPECTOS PASTORAIS CONVÊM RESSALTAR NA QUARESMA?

O tempo de Quaresma é um tempo litúrgico forte, em que toda a Igreja se prepara para a celebração das festas pascais. A Páscoa do Senhor, o Batismo e o convite a reconciliação, mediante o Sacramento da Penitência, são suas grandes coordenadas.



CF 2019

 

Oração da Campanha da Fraternidade 2019


Pai misericordioso e compassivo,
que governais o mundo com justiça e amor,
dai-nos um coração sábio para reconhecer a presença do vosso Reino
entre nós.

Em sua grande misericórdia, Jesus,
o Filho amado, habitando entre nós
testemunhou o vosso infinito amor
e anunciou o Evangelho da fraternidade e da paz.

Seu exemplo nos ensine a acolher
os pobres e marginalizados, nossos irmãos e irmãs
com políticas públicas justas,
e sejamos construtores de uma sociedade humana e solidária.

O divino Espírito acenda em nossa Igreja
a caridade sincera e o amor fraterno;
a honestidade e o direito resplandeçam em nossa sociedade
e sejamos verdadeiros cidadãos do “novo céu e da nova terra”
Amém!





Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Março de 2019
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
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A MULHER CRISTÃ

Sete atitudes de mulheres da Bíblia que toda cristã deveria imitar


Conheça algumas mulheres da Bíblia para se inspirar


Neste mês de março, comemoramos o Dia Internacional da Mulher. Realmente, uma data para ser comemorada, pois as mulheres têm, cada vez mais, destacando-se na sociedade, dando lhe grandes contribuições. Não é diferente no meio cristão. Hoje, pesquisas afirmam que as mulheres já são maioria nas igrejas. Elas têm sido uma grande bênção na vida da Igreja do Senhor Jesus.

Apesar do grande machismo existente nas culturas descritas na Bíblia, encontramos a menção de grandes mulheres que têm muito a nos ensinar. Em homenagem às mulheres, gostaria de destacar sete atitudes de mulheres da Bíblia que todo cristão deveria imitar.

1-) A humildade de Maria, mãe do Senhor Jesus

Maria foi escolhida dentre diversas moças para ser a mãe do Salvador. Talvez isso pudesse trazer ao coração dela certo orgulho, certa altivez. Ela, no entanto, declarou algo que todos nós precisamos declarar diariamente a Deus: “Então, disse Maria: ‘A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador, porque contemplou na humildade da sua serva. Pois, desde agora, todas as gerações me considerarão bem-aventurada’…” (Lc 1,46-48). A humildade de Maria, em colocar-se nas mãos de Deus e cooperar com o Senhor na Sua grande missão, é algo realmente fascinante, que todo crente deveria imitar.

2-) A perseverança na oração de Ana

Ana não tinha uma vida fácil. Seu marido Elcana havia se aproveitado da tradição para ter duas mulheres (1 Sm 1,2). Ainda por cima, Ana era estéril, algo considerado como uma espécie de maldição em sua época. Era desprezada pela outra esposa do marido e carregava grande tristeza no coração por causa de tudo isso (1 Sm 1,6). Mas não desistiu de seu objetivo de ter um filho e não se entregou à murmuração, antes, foi perseverante na oração e pode declarar: “Ela concebeu e, passado o devido tempo, teve um filho, a que chamou Samuel, pois dizia: Do Senhor o pedi. ” (1Sm 1,20)

3-) A coragem de Maria Madalena para superar o passado

A Bíblia diz que Maria Madalena era uma endemoninhada. Jesus expeliu dela sete demônios (Lc 8,2). Não temos muitos detalhes do passado dessa mulher, mas, certamente, não foi um passado que agradasse a Deus. Ela, no entanto, teve a coragem de superar o seu passado negro e ser uma grande serva do Senhor Jesus. Ela é mencionada sempre em companhia dos discípulos, e foi a primeira a saber e crer na ressurreição de Jesus Cristo (Mt 28:1). Foi uma mulher que mostrou uma superação inigualável, um verdadeiro retrato da transformação que Deus opera na vida das pessoas.

4-) A sabedoria de Miriam para superar as crises

O Faraó havia determinado que cada egípcio deveria matar os meninos que nascessem às hebreias (Ex 1:22). Essa ordem colocou em risco a vida de Moisés, que era ainda um bebê. Mas a estratégia da mãe de Moisés e Miriam, sua irmã, salvou a vida d’Ele. Mas não foi fácil. A menina Miriam mostrou uma sabedoria grandiosa ao seguir o menino que fora colocado num cesto no rio, convencendo a filha do faraó a entregar o menino à própria mãe, para que cuidasse dele por um tempo (Ex 2,7). Ela salvou a vida de Moisés com a sua forma sábia de lidar com as situações adversas.

5-) O temor de Deus da prostituta Raabe

Raabe é mencionada na Bíblia como sendo uma prostituta. A Bíblia não esconde o que ela era. Mas também não esconde a mudança que estava ocorrendo no coração dela. Na conversa que teve com os espiões de Israel, que ela escondeu em sua casa com o objetivo de protegê-los, ela nos mostra um grandioso temor a Deus: “Ouvindo isto, desmaiou-nos o coração, e em ninguém mais há ânimo algum, por causa da vossa presença; porque o Senhor, vosso Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo na terra.” (Js 2,11). Uma grande confissão de temor ao Senhor. Considerando que Raabe vivia em meio a um povo pagão, a declaração dela mostra quão grande foi seu temor. Tão grande foi a atitude dela diante de Deus, que ela faz parte da genealogia de Jesus Cristo (Mt 1,5)

6-) O fervor missionário da mulher samaritana

A mulher samaritana, como todos sabem, teve um grande encontro com Jesus próximo de um poço onde foi buscar água (Jo 4,9). Jesus lhe revela os erros que ela havia cometido no passado e no presente, e traz a ela uma palavra muito poderosa que impactou o coração dessa mulher. Resultado? O fervor missionário tomou conta do coração dessa mulher, que pregou as palavras de Jesus ao Seu povo, que não O conhecia: “Quanto à mulher, deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens: Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o Cristo? Saíram, pois, da cidade e vieram ter com ele.” (Jo 4,28-30)

7-) O caráter da mulher virtuosa sem nome de provérbios

Os últimos versos do livro de Provérbios são dedicados a louvar o caráter de uma mulher que não tem nome, mas que bem poderia ser algumas das grandes mulheres de Deus, que existiram e existem em nossos tempos. Essa mulher apresenta virtudes no cuidado da família, do marido, dos filhos; na forma honesta e dedicada com que trabalha; no exemplo que dá ao próximo, na forma sabia com que vive sua vida etc. Esse texto mostra um resumo das qualidades das mulheres de Deus e como elas são importantes.

Ângela Abdo
Ângela Abdo é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. Atua como curadora da Fundação Nossa Senhora da Penha e conduz workshops de planejamento estratégico e gestão de pessoas para lideranças pastorais.

Abdo é graduada em Serviço Social pela UFES e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial. Possui mestrado em Ciências Contábeis pela Fucape. Atua como consultora em pequenas, médias e grandes empresas do setor privado e público como assessora de qualidade e recursos humanos e como assistente social do CST (Centro de Solidariedade ao Trabalhador). É atual presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) do Espírito Santo e diretora, gerente e conselheira do Vitória Apart Hospital.




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SÃO JOSÉ, ESPOSO DE MARIA



Os cristãos atuais, que vivem a sério o seguimento de Jesus Cristo, experimentam a necessidade e a urgência de estudar e contemplar a figura encantadora de São José, o esposo da Virgem Maria. O conhecimento dele é uma exigência da formação inicial e continuada dos discípulos do Salvador.

A existência histórica de São José é fato comprovado, que salta aos olhos daqueles que pesquisam as Sagradas Escrituras, os documentos antigos e a tradição religiosa. Ele viveu entre nós há dois mil anos atrás, na Palestina, um pequeno país do Oriente Médio, na Ásia (Lc 1,27Mt 1,18-25). Era um homem de família. Sua história está inserida na vida do povo de Deus. Sua vocação está, profundamente, ligada à sua missão de Jesus Cristo e da Mãe de Deus.

Para estudar a pessoa e o papel de São José, nós precisamos levar em conta a Bíblia, os textos da época, os apócrifos, as reflexões dos Padres da Igreja, a tradição eclesial, o magistério eclesiástico e as ciências humanas e teológicas.

Dispomos de muitos livros e textos publicados, que nos ajudam compreender melhor a missão deste homem de Deus na história da salvação.

JOSÉ NAS SAGRADAS ESCRITURAS

Na história e vida do povo de Deus, havia muitas pessoas cujo nome era "José". É um nome que já fazia parte da cultura judaica. "José" provém do termo hebraico "Iodzet", que significa "Que Deus acrescenta".

Nas Sagradas Escrituras, encontramos três personagens conhecidos, os quais tiveram um papel relevante na história do povo de Deus: o patriarca José, José de Arimatéia e São José. O testemunho bíblico fornece-nos dados interessantes sobre a vida de cada um deles.

No Antigo Testamento, há o patriarca José, filho de Jacó e de Raquel (Gn 37,1-50,26). Era o primeiro filho dela e preferido pelo pai, que nasceu em Harã. Invejado e odiado pelos irmãos, foi lançado por eles numa cisterna. Vendido para mercadores, foi levado, como escravo, para o Egito. Eles o revenderam para Putifar, comandante da guarda do faraó.

Injustamente acusado pela esposa de Putifar de ter tentado seduzi-la, foi encarcerado. Sua capacidade de interpretar sonhos o permitiu ser liberto da prisão, e se tornou vice-rei do Egito. Casou-se com a filha de um sacerdote egípcio, com a qual teve dois filhos, Efraim e Manasses.

Preparando-se para a fome anunciada pelos sonhos do Faraó, José fez reservas de alimentos no Egito. Quando a escassez de alimentos atingiu seus irmãos e os obrigou a se abastecerem no Egito, José, reconhecendo-os, perdoou-os e se reconciliou com eles. Mandou que toda a família fosse morar com ele. Faleceu aos 110 anos, idade ideal conforme a sabedoria egípcia. Sua história mostra a vida do justo que sofre, mas triunfa com sabedoria, persistência, fé e vivência de fraternidade. Apresenta José como instrumento de Deus para salvar a própria família.

O Novo Testamento mostra-nos a presença de José de Arimatéia nos inícios da Igreja (Mt 27,57-61Mc 15,42-47Lc 23,50-56Jo 19,38-42). Piedoso e rico judeu de Jerusalém, era membro do Sinédrio, tribunal judaico. Tinha simpatia por Jesus Cristo e era seu discípulo, embora ocultamente.

José de Arimatéia exerceu um papel importante na paixão e morte de Jesus. Não concordou com a condenação de Cristo. Depois que Jesus morreu na cruz, ele pediu a Pilatos, procurador romano, seu cadáver e, junto com Nicodemos, enterrou-o num sepulcro novo, que tinha sido preparado.

Os textos do Novo Testamento registram a presença de São José na vida da Virgem Maria e de Jesus Cristo (Mc 6,3Lc 1-2;3;23;4,22Jo 1,45;6,42). Embora os evangelhos sejam muito discretos a seu respeito, não deixam de evidenciar sua relevante missão dentro da história da salvação. Ocupou um lugar importante nos relatos da infância de Jesus. Durante o ministério público de Jesus, ele é apenas nomeado.

ESPOSO DE MARIA

A vida de São José transcorreu na história do povo de Deus, eivada de desafios do tempo. Ele teve uma participação especial no projeto de salvação, recebendo de Deus uma missão toda particular. Com docilidade e fé, seguiu os apelos do Senhor durante o trajeto de sua existência. A vida dele constitui “uma vida que segue o ritmo de Deus” (Stefano de Fiores, teólogo e escritor).

José teve uma vida simples e marcada pelo trabalho. Era originário de Belém, da estirpe de Davi, mas nunca invocou privilégios, cargos honoríficos, rendas vitalícias e tratamento especial. Era homem humilde e modesto, dedicado aos seus afazeres e responsabilidades.

Sua profissão era de carpinteiro. Trabalhava a madeira, dedicando-se a abater cedros e ciprestes nos bosques e florestas, a reparar os vigamentos das habitações e a construir portas, janelas, mesas, instrumentos agrícolas e outros manufaturados. Vivia do sustento de seu trabalho.

José era esposo de Maria, vivendo com ela um matrimônio de maneira santa e com muito amor e respeito. Pai adotivo de Jesus, deu-lhe um nome, fê-lo descendente da linhagem de Davi, esteve ao seu lado e colaborou no seu cuidado, proteção e educação. Soube aceitar Jesus como Filho de Deus, concebido no seio de Maria por obra do Espírito Santo.

O CULTO DE SÃO JOSÉ

Ao longo da tradição cristã, o magistério eclesiástico sempre destacou o valor de São José na vida da Igreja e no culto católico. O Papa Pio IX declarou-o Padroeiro da Igreja Católica em todo o mundo. Leão XIII o propôs como advogado dos lares cristãos. O Papa também estabeleceu a festa da Sagrada Família.

Pio XII instituiu a festa de São José Operário, celebrada em 1o. de maio. João XXIII acrescentou o seu nome no Cânon da Missa. No dia 19 de março, a Igreja celebra a solenidade de São José, esposo da Virgem Maria. Essa festa foi estabelecida pelo Papa Sixto IV, em 1479.

São José é muito venerado pelo povo. Muitas pessoas foram registradas com o nome dele. Encontramos seu nome em diversas ladainhas, como, por exemplo, na ladainha de “Todos os Santos” e na “Dos Agonizantes”. Há a “Ladainha de São José”, aprovada por Pio X. Existe um número enorme de grandes santos da Igreja que, em muitas ocasiões, recorreram à ajuda do esposo de Maria. Nós também somos convidados a honrá-lo e a imitar suas virtudes, de maneira que possamos ser também homens justos, íntegros e fiéis aos planos de Deus em nossa história concreta.

Pe. Eugênio Bisinoto, C.Ss.R.
Redentorista da Província de São Paulo, formado em filosofia e teologia. Atuou como formador, trabalhou no Santuário Nacional, onde foi diretor da Academia Marial.




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