sexta-feira, 1 de março de 2019

NOTÍCIAS DA IGREJA: CNBB

POLÍTICAS PÚBLICAS E FRATERNIDADE

Campanha da CNBB é um convite à ação dos cristãos em prol da justiça e paz social

*Dom Odilo P. Scherer, O Estado de São Paulo

Em geral, as grandes festas das religiões são precedidas por um tempo de preparação com jejuns, peregrinações, ritos de purificação, ações solidárias e caritativas. Para a Igreja Católica e as demais igrejas de origem cristã, em geral, esse tempo corresponde à Quaresma, celebrada como preparação para a Páscoa dos cristãos, que é a mais importante das festas cristãs.

No nosso país, junto com o chamado à oração intensa, o jejum e a penitência para a conversão a Deus, e junto com o incentivo às obras de misericórdia e caridade, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove todos os anos a Campanha da Fraternidade (CF), na forma de uma chamada à responsabilidade social e pública dos cristãos. Os temas da CF, em geral, são de cunho social e lembram que a religiosidade cristã verdadeira não deve desvincular o amor a Deus do amor ao próximo. A vivência da fraternidade e o reconhecimento concreto de que o próximo, sem discriminação alguma, é alguém semelhante a nós e partilha conosco a mesma dignidade humana. No cristianismo, o próximo é um filho de Deus e um irmão, membro da mesma família humana que também nos abriga.

Jesus Cristo ensinou que a fé religiosa e o amor a Deus são autênticos somente quando têm como consequência o amor ao próximo, o respeito pela sua dignidade e o justo apreço por toda a obra de Deus. A fé cristã leva necessariamente ao envolvimento com os acontecimentos existenciais da história humana e as situações sociais, econômicas e políticas da comunidade em que vivemos. Longe, portanto, de confirmar a tese marxista de que a religião leva à alienação do mundo e de seus problemas cotidianos, a fé cristã católica requer a participação na edificação de um mundo justo e solidário, bom para todos.

Compreendemos, assim, as frequentes orientações da Doutrina Social da Igreja, explicitadas em numerosas encíclicas pontifícias e em outros documentos, bem como os apelos do Magistério da Igreja em favor da paz, da justiça social e econômica, do respeito à dignidade da pessoa, em favor das populações mais excluídas dos bens da civilização e expostas a todo tipo de riscos e violências. A instituição eclesial, embora sem a pretensão de assumir o exercício do poder político de governo, tem como parte de sua missão encorajar os católicos e quantos queiram ouvir suas diretrizes a abraçarem suas responsabilidades na promoção do bem comum e da ordem social justa e pacífica. O papa Francisco tem repetido com frequência que os católicos, como cidadãos de seus países, devem ser participativos nas responsabilidades sociais e públicas, em benefício da vida dos seus povos e de outros povos também.

O tema da Campanha da Fraternidade deste ano, Políticas públicas e fraternidade, à primeira vista pareceria desvinculado da religiosidade das pessoas. Engana-se quem acha que esse tema nada tem que ver com a fé e a moral religiosas, nem com a missão da Igreja. A vida social, política e econômica oferece o contexto em que a fé deve ser inserida na história, para tornar concreto o nosso amor a Deus e ao próximo. É nesses contextos, entre outros, que devem ser promovidos o respeito pela dignidade humana e a fraternidade entre todas as pessoas.

Políticas públicas voltam-se para a promoção do bem comum, em favor de todos os membros da sociedade, sem distinção, e devem assegurar, por exemplo, o acesso aos bens da saúde, da educação e da segurança para todos. Ao mesmo tempo, devem assegurar oportunidades de trabalho e uma ordem econômica equilibrada e justa, com condições dignas de vida para todos e respeito aos direitos fundamentais dos cidadãos, previstos na Constituição. Por meio de políticas públicas sábias e bem conduzidas se promoverão a equidade social e econômica e as condições para que os mais pobres superem sua vulnerabilidade social e econômica.

A promoção de políticas públicas é da responsabilidade dos governos, em todos os níveis. Mas seria um erro pensar que isso depende apenas dos governos, como pode acontecer em sociedades pouco democráticas e com poderes muito centralizados. Também a sociedade civil organizada precisa participar da elaboração e implementação de políticas públicas. Estas tampouco devem ser ditadas simplesmente pelo mercado, que por si só não consegue estabelecer a ordem social justa e a paz. A promoção adequada de políticas públicas é feita mediante a interação fecunda do Estado com o mercado e a variedade das organizações e expressões da sociedade civil. Isso é possível apenas em regimes democráticos, em que a sociedade civil organizada participa ativamente da vida política com propostas e controles, segundo as necessidades da população.

E aqui reencontramos o significado do tema da CF deste ano. O envolvimento na definição e promoção de políticas públicas também decorre dos ditames da fé em Deus e da moral cristã. Os cristãos devem empenhar-se na promoção de políticas públicas que não estejam atreladas apenas aos interesses de grupos restritos, muitas vezes já favorecidos e poderosos. A justiça e a paz social requerem a definição e a promoção de políticas públicas que não estejam orientadas pela afirmação das vantagens de quem já possui mais do que o necessário. Não devem ser esquecidos os descartados do sistema, os pobres, os idosos, os enfermos e os grupos sociais mais vulneráveis.

É isso que está implicado no tema Políticas públicas e fraternidade. A Campanha da Fraternidade da CNBB é um convite a refletir e a promover, com medidas eficazes, uma sociedade mais justa e equânime no Brasil. Para concretizar a fraternidade e a paz social requerem-se políticas públicas sábias e eficazes, construídas e promovidas mediante um esforço conjugado entre Estado e sociedade civil, em que os cristãos têm muito a contribuir.
*CARDEAL-ARCEBISPO DE SÃO PAULO


Congresso Catequistas Brasil reúne cerca de 2 mil catequistas em Aparecida

Ocorreu entre os dias 8 e 10 de fevereiro, no Centro de Eventos Pe. Vitor Coelho de Almeida, em Aparecida (SP), o primeiro Congresso Catequistas Brasil. O evento promovido pela revista Paróquias, reuniu cerca de 2 mil catequistas vindos de diversas partes do Brasil e contou com a presença das principais editoras católicas.


Com o objetivo de contribuir para a missão de evangelização e união dos catequistas de todas as regiões do Brasil, o congresso promoveu uma variedade de palestras e oficinas. Para isso, a PAULUS levou alguns de seus principais autores – Pe. Vanildo de Paiva, Pe. Humberto Robson, Marlene Silva, Deivid Tavares, ssp, Ramires Henrique de Andrade e Rogério Bellini – para falar sobre temas como: Iniciação Cristã de adultos; Dinâmicas para catequese; Espiritualidade do catequista e os desafios da catequese.

Segundo Pe. Vanildo de Paiva, o congresso Catequistas Brasil é uma expressão viva de comunhão e do que é ser igreja. “Pessoas diferentes, de lugares distintos, unidas pelo mesmo propósito. Além de ser um espaço de encontro e partilha é uma experiência de fé com o Cristo”, afirmou o autor.


A PAULUS aproveitou a oportunidade para apresentar aos catequistas a nova publicação da revista Ecoando – Formação Interativa com Catequistas. Agora totalmente reformulada, com uma linguagem acessível e estilo visual moderno, a revista traz conteúdos catequéticos e formativos, buscando colaborar para o melhor desempenho das atividades de iniciação à vida cristã das comunidades e paróquias.

Ao longo dos três dias de formação, os catequistas se desdobraram para participar de encontros repletos de novos conhecimentos. Na sexta-feira (08), Pe. Zezinho deu abertura às atividades com a palestra “Catequese dos Sinais”.

Ao longo da partilha, Pe. Zezinho afirmou que os sinais existem, apesar de algumas pessoas não precisarem deles, outros necessitam: “Sim, os sinais existem. Se você pede, Deus dá. Mas se não der, Ele vai dar o consolo e a Palavra. E a Palavra salva. Os sinais devem estar junto com o conteúdo da Palavra”, disse. Na sequência, especialistas discutiram sobre os temas “Comunicação na Catequese” e “Uma catequese em vista da missão”. Também na sexta-feira, Pe. Vanildo de Paiva subiu ao palco do Ginásio para falar sobre Catequese e Liturgia em perspectiva mistagógica. O autor da PAULUS ressaltou ao longo de sua palestra que a Catequese e Liturgia jamais podem caminhar separadas, pois ambas estão a serviço do encontro, da aproximação e do discipulado. “A natureza delas é diferente, mas uma conduz a outra”, afirmou.

Na manhã de sábado, o Pe. Humberto Robson de Carvalho levou centenas de catequistas a refletirem sobre espiritualidade. Para o sacerdote, a espiritualidade é a busca do mover do Espírito Santo. Assim, os catequistas são, por excelência, aqueles que cultivam a busca pelo Sagrado nas pessoas e na sociedade.


Um dos temas mais discutidos ao longo do evento foi a Iniciação Cristã de adultos. Para falar sobre o assunto, foi convidada a catequista Marlene Silva, com mais de 50 anos de experiência na área.  Ao longo da palestra a catequista expôs os apelos da Igreja em relação ao grande número de adultos que estão com sede da palavra e que querem conhecer a Cristo. Além disso, Marlene falou sobre a importância e o motivo pelo qual a catequese de adultos vem se tornado prioridade da Igreja. “A prática com adultos era algo inicial da Igreja, depois foi se alterando ao longo dos séculos e voltou com o Vaticano II, que estabeleceu a restauração do catecumenato. O documento 107 da CNBB retificou o desejo da Igreja, pois se nós não tivermos adultos evangelizados, como vai ser feita a transmissão da fé para as crianças? O adulto pode dar uma resposta de fé mais madura e ser testemunha na sociedade”, concluiu.

O seminarista paulino Deivid Tavares, ssp, trabalhou com os participantes a importância do canto e da música dentro da catequese. Ao longo da oficina Deivid propôs dinâmicas entre os catequistas ajudando-os a descobrir elementos importantes da música, como: ritmos, melodias, gestos, expressões e danças que podem ajudar na evangelização e animação dos encontros catequéticos.

À tarde os autores da PAULUS estiveram novamente em ação. Com o tema “Catequese e Bíblia”, Ramires Henrique de Andrade apresentou aos catequistas algumas chaves de leitura para ajudar a fazer uma correta interpretação dos textos a partir dos principais métodos de estudo da Bíblia.


A última oficina do sábado foi conduzida por Rogério Bellini. Com a sala completamente cheia, o palestrante trouxe um novo olhar sobre as dinâmicas na catequese. Segundo Bellini, a maioria dos catequistas acredita que dinâmicas de catequese se resumem a jogos e brincadeiras para descontrair os encontros. “Meu objetivo foi mostrar que a partir do lúdico podemos fazer reflexões e repensar nossos comportamentos. O catequista precisa fazer a leitura do grupo de catequese por meio da aplicação do jogo”, contou.

No domingo, a Editora ficou responsável pela abertura do evento. O consultor de Catequese da PAULUS, Altierez dos Santos ministrou para os 2 mil participantes a palestra: Catequese de iniciação Cristã. O consultor considerou o evento uma demonstração do vigor da catequese na sociedade atual.  As obras da PAULUS com o tema Iniciação à vida cristã estavam em destaque no estande da editora.

 

70 MIL ROMEIROS PARTICIPAM DO TERÇO DOS HOMENS EM APARECIDA

Thiago Leon/A12

“Munidos com o Terço nas mãos ou no pescoço, vestidos com camisetas que mostravam a sua origem, 70 mil homens estiveram reunidos na Casa da Mãe Aparecida no sábado, 17, na Romaria do Terço dos Homens em Aparecida (SP). ”

A notícia foi publicada no site do Santuário de Aparecida e divulgou dados da 10º Romaria Nacional do Terço dos Homens.

Em 2018, a romaria completa dez anos, e essa data recorda o quanto o movimento do Terço dos Homens cresceu no Brasil. O Arcebispo de juiz de Fora (MG), Dom Gil Antônio Moreira, Bispo Referencial do Movimento, disse, em entrevista ao site A12, que esse crescimento mostra a força da ação dos leigos e da fé. “Na primeira romaria, nós tínhamos 600 homens e agora, depois de dez anos, nós temos essa multidão que não cabe mais dentro do Santuário. Então, esse crescimento é uma grande bênção para a Igreja no Brasil”, assinalou. 

O tema deste ano foi “Terço dos Homens, em comunhão com as vocações, resgatando Famílias”. O Arcebispo recordou, na homilia da missa, uma mensagem do Papa Francisco sobre a força criadora de Maria, Mãe de Jesus.

“Maria é aquela que sabe transformar um curral de animais em casa de Jesus, com pobres paninhos e uma montanha de ternura. Muitas vezes, nossos lares podem se parecer muito mais com um curral de animais, com materialismo e até violência, mas Maria indo a essa casa sabe transformá-la em casa de Jesus”.

Romeiros de todo o País participaram da missa campal, que começou às 7h30.

No meio da multidão, Eraldo de Souza se distinguia carregando um grande Terço, que segurou com os braços estendidos durante toda a missa. Ele foi com um grupo de 145 homens da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, da cidade de Corrente, no Piauí, distante 2 mil quilômetros do Santuário de Aparecida. 

À tarde, houve a oração do Terço no altar central do Santuário. “No dia 19 de agosto, completam-se 40 anos que a imagem de Nossa Senhora Aparecida, depois de sofrer um atentado, voltou para a sua casa restaurada, tal e qual Deus a fez pela mão do artista. No próximo dia 19 de agosto, que foi o dia que ela voltou para a Casa, faremos uma grande carreata de São Paulo a Aparecida, trazendo a imagem de Nossa Senhora Aparecida”, informou João Batista de Almeida, Reitor do Santuário. Em 2019, a 11ª Romaria do Terço dos Homens será realizada nos dias 15 e 16 de fevereiro. 

Fonte: A12




Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Março de 2019
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa – SP
Site da Paróquiahttp://www.pnslourdes.com.br