1. Família e parentes
A
família de Agostinho residia em Tagaste, uma pequena cidade da Numídia, no
norte da Àfrica (atualmente, chama-se Souk-Ahras, na parte oriental da
Argélia). Os especialistas estão de acordo que os antecedentes raciais de
Agostinho eram, provavelmente uma mistura das raças predominantes no norte da
África: bárbara, fenícia e latina. A família de seu pai, Patrício,
possuía, provavelmente, desde o ano de 212 a.C a condição de cidadão.
Anteriormente, os familiares, provavelmente, tinham sido libertados da gens Aurelia.
O nome Monica (Mônica), a mãe de Agostinho, indica que era de origem
bárbara. A família gozava de um bom nível social – eram honestiores, não
humiliores (Possídio, vitaAugustini 1). Embora suas origens
genéticas fossem norte-africanas, a cultura de sua família vinha sendo romana
fazia muito tempo e sua língua materna foi, provavelmente, o latim.

As
referências de Agostinho para com seus pais na comunidade doméstica dizem
respeito aos avós que viviam com ele (Conf. 1.6.8;
1.7.11;1.8-13;1.9.15); ele nunca chegou a ver um dos avós (mus. 6.11.32).
Patrício chegou a ser pater familias,enquanto sua mãe seguiu sendo matrona
da domus (conf. 9.9.20). Mônica, provavelmente era ainda
muito jovem por aquele tempo então, visto que Agostinho indica que ela se casou
quando alcançou a idade apta para contrair matrimônio (conf. 9.9.19).
Supõe-se que Patrício era mais velho que Mônica, como era costume nos casamentos de
então.
A
família de Patrício era pagã; a de Mônica, cristã (Conf. 1.11.17). Todos
seus irmãos e irmãs que conhecemos, eram também cristãos, como o eram também
seus sobrinhos e sobrinhas. O próprio Patrício chegou a ser catecúmeno cristão,
quando Agostinho tinha dezesseis anos de idade (conf. 2.3.6) e foi batizado durante sua última enfermidade
no ano de 372 (Conf. 3.4.7;9.9.22).

Agostinho
nunca se casou legalmente, mas a que foi de fato sua mulher, lhe deu um filho,
Adeodato. Era uma criança inteligente, o encanto de seu pai. Depois da
separação de seus pais, Adeodato ficou com seu pai e foi batizado juntamente
com ele em Milão no ano de 387. Adeodato ia seguindo as pegadas intelectuais de
seu pai, porém, morreu um ano depois que ele e seu pai regressaram de Tagaste
no ano 389. Contava dezesseis anos de idade (Conf. 9.6.14).
Agostinho
manteve estreitos laços com seus parentes homens durante toda sua vida. Seu
irmão Navígio esteve com ele na Itália; com ele estiveram também seus primos
Lastidiano e Rústico (b. vita 1.6). isto não nos surpreende, visto que a
elevação de Agostinho à fama e à fortuna o tinha colocado em condição de chegar
a ser, ao mesmo tempo, um benfeitor para seus próprios parentes e achegados.
Quando
Agostinho tornou-se bispo em 395-396,
dotou à Igreja de Tagaste com toda a parte que lhe correspondia de seu
patrimônio familiar. Depois da sua consagração, distanciou-se de suas
sobrinhas, por temor de suscitar escândalo na comunidade monástica (Possídio, v.
Aug. 26), mas manteve laços mais estreitos com seus sobrinhos. Um deles,
chamado também Patrício, ingressou na comunidade monástica de Agostinho; outro
foi sub-diácono do bispo de Milevus. (Serm. 356.3).
2.
Sua mãe, Mônica

Quando vivia em Tagaste, evitou as piadas e as insinuações contra outras
pessoas e tão somente prestava atenção ao que pudesse originar reconciliação (9.9.21); embora fosse capaz também de ter refinadas ironias (9.9.19). Agostinho
nasceu, quando ela tinha 23 anos de idade (354), e foi talvez seu primeiro
filho. Mônica deu a luz também a Navígio (b.vita12) e a uma filha. A
irmã de Agostinho, cujo nome não conhecemos, casou e depois ficou viúva; depois
entrou num mosteiro, chegando a ser superiora de um mosteiro para mulheres (ep.
211.4; Possídio, v. Aug. 26.1). Navígio também se casou e teve
filhos (Possídio, v. Aug. 26.1).
Mônica
era dedicada à educação cristã de seus filhos (Conf. 9.9.22; 1.11.17).
Iniciou Agostinho no catecumenato (“Fui marcado com o sinal da cruz e com o sal
na boca”), mas não foi batizado (1.11.17-18; c. Acad. 6.16.26).
Agostinho reteve os ensinamentos cristãos que tinha aprendido de sua mãe (Conf.
5.14.25; 6,5.8; 6.16.26).

Acusou
seu filho de engano e crueldade (5.8.15) por ter fugido para Roma no ano de
383, deixando-a numa capelinha dedicada a São Cipriano e situada no porto de
Cartago. Mas Mônica “seguiu por terra e por mar para estar com ele” (cura
mort. 13.16) e reuniu-se com ele em Milão no ano de 385 (Conf. 6.1.1).
Ali participou na defesa das Igrejas contra os arianos e na defesa de Ambrósio
e, para obedecer a Ambrósio, abandonou as práticas religiosas africanas que até
então se dedicava (epp. 36.14.32; 54.2.3; Conf. 6.2.2). Chegou
assim a ter em grande estima a Ambrósio (6.2.2).
Mônica
retirou-se a Cassicíaco com seu filho e com os amigos deste durante o inverno
de 386/387 e participou nos diálogos: “O poder da mente dela regressou a mim e,
me dei conta de que aquilo era o mais adequado
e o genuíno filosofar. Decidi, portanto, que quando ela tivesse tempo,
participasse em nossas conversações” (Ord. 2.1.1). “Minha mãe não nos
deixava: com sua maneira feminina de ser, sua fé varonil, a paz de sua idade
alcançada, seu amor materno e toda sua devoção cristã” (Conf. 9.4.8).
Depois do batismo de Agostinho, mãe e filho decidiram regressar à África,
porém, quando os dois estavam aguardando para embarcar em Óstia, ela teve uma
visão (9.1023-25); com a idade de 56 caiu enferma e morreu (9.8.17;
9.11.27-28). Embora já estisse preparada uma tumba em Tagaste junto a seu
marido (9.11.28), ela pediu que fosse enterrada na Itália.
Fonte: DICCIONARIO DE SAN AGUSTIN. SAN AGUSTÍN A TRAVÉS
DEL TIEMPO. Dir.: Allan FITZGERALD, O.S.A. Burgos(ES): Monte Carmelo, 2001, p.
556-558; 911-912..
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Agosto 2014
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
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