VIAGEM DO PAPA À TAILÂNDIA E AO JAPÃO
O Papa às autoridades do Japão: Casa Comum delicada como a flor da cerejeira
O
nível da civilização de uma nação não se mede pelo seu poder econômico".
Palavras do Papa Francisco no encontro com as Autoridades e o Corpo diplomático
em Tóquio. Foi seu último compromisso nesta segunda-feira (25)
Manuel Tavares - Cidade do Vaticano
O Santo Padre concluiu seu penúltimo
dia de atividades, no Japão, encontrando, em Kantei, as Autoridades e o Corpo
Diplomático.
Após saudar o Primeiro Ministro e as
Autoridades do Governo e do Corpo Diplomático em seu discurso, o Papa
disse:
“ Todos vocês, segundo as suas
competências, dedicam-se à construção da paz e do progresso do povo desta nobre
nação e dos países que representam. Fico muito agradecido ao imperador
Naruhito, que encontrei nesta manhã. Desejo felicidades a todos e invoco as
bênçãos de Deus sobre a Família Imperial e, sobretudo, o povo japonês no início
desta nova era ”
Proteger toda a vida
A seguir, Francisco ressaltou que “as
relações amistosas entre a Santa Sé e o Japão são muito antigas, enraizadas no
reconhecimento e admiração que os primeiros missionários sentiram por estas
terras”. E, recordando o objetivo da sua visita ao Japão, disse:
“ Vim confirmar os católicos japoneses
na fé, em seus esforços de caridade para com os necessitados e em seu serviço
ao país, do qual se sentem cidadãos orgulhosos. Como nação, o Japão é
particularmente sensível ao sofrimento dos desfavorecidos e das pessoas com
deficiência. O lema da minha visita é: "Proteger toda a vida",
reconhecendo a sua dignidade inviolável e a importância da solidariedade e
apoio aos nossos irmãos e irmãs mais necessitados ”
Paz duradoura
Na senda dos seus predecessores, o
Pontífice pediu a Deus e todas as pessoas de boa vontade para continuar a
encorajar e favorecer todos os meios dissuasivos necessários para que jamais,
na história da humanidade, aconteça uma destruição como a provocada pelas
bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki. E continuou:
“A história ensina-nos que os
conflitos entre povos e nações, até os mais graves, podem encontrar soluções
válidas através do diálogo, única arma digna do ser humano e capaz de garantir
uma paz duradoura. Estou convencido da necessidade de se tratar da questão
nuclear em nível multilateral, promovendo um processo político e institucional,
capaz de criar um consenso e uma ação internacional mais amplos”
Uma cultura de encontro e de diálogo,
afirmou Francisco, é essencial para construir um mundo mais justo e fraterno. O
Japão reconheceu a importância de promover os setores da instrução, cultura,
esporte e turismo, sabendo que podem contribuir muito para a harmonia, a
justiça, a solidariedade e a reconciliação, que são os pilares da paz. E o Papa
ponderou:
“ Nestes dias, pude admirar o precioso
patrimônio cultural, que o Japão conseguiu desenvolver e preservar ao longo de
muitos séculos de história, e os profundos valores religiosos e morais que
caracterizam esta cultura antiga. Uma boa relação entre as várias religiões é
essencial, não só para o futuro da paz, mas também para preparar as novas
gerações em vista de uma sociedade mais justa e humana ”
Casa Comum: delicada como a cerejeira
Nenhum visitante do Japão pode deixar
de admirar a beleza natural deste país, simbolizada, sobretudo, pela imagem das
cerejeiras em flor. No entanto, a delicadeza desta flor lembra a fragilidade da
nossa Casa comum, sujeita a desastres naturais, ganância, exploração e
devastação pelas mãos do homem.
A proteção da nossa Casa comum deve
levar em consideração também a “ecologia humana".
“A dignidade humana deve ocupar o
centro de toda a atividade social, econômica e política; é preciso promover a
solidariedade entre gerações e nunca se esquecer dos excluídos. Penso, de modo
particular, nos jovens, idosos e pessoas abandonadas, que sofrem pelo
isolamento. O nível da civilização de uma nação ou de um povo mede-se, não pelo
seu poder econômico, mas pela atenção aos necessitados e a promoção da vida ”
O Papa concluiu seu discurso
expressando sua gratidão pelo convite de visitar o Japão e pela cordial
hospitalidade. Por fim, encorajou os esforços por uma ordem social, capaz de
proteger a vida, a dignidade e os direitos da família humana.
Uma viagem que começou em 19 de novembro com a
partida de Roma: o Papa Francisco visitou a Tailândia e o Japão e recebeu um
abraço afetuoso nos dois países asiáticos de minoria católica.
Em Bangcoc, destaque para o encontro com o
Patriarca Supremo dos Budistas no Templo Real de Wat Ratchabophit, onde
foi enaltecido o empenho das religiões na promoção da paz e da fraternidade. No
Japão, mais uma visita direcionada à paz e pela proteção à vida. Importante os
encontros com os sobreviventes da bomba atônica em Hiroshima e Nagasaki, além
daquele com as vítimas dos três desastres de 2011: o terremoto, o tsunami e o
acidente nuclear de Fukushima. Forte as palavras do Papa: "imorais o uso e
a posse de armas nucleares".
Papa anuncia carta aos fiéis sobre o presépio
Aos fiéis
reunidos para a Audiência Geral, Francisco anunciou que irá a Greccio para
rezar no lugar do primeiro presépio de São Francisco de Assis.
Cidade do
Vaticano
Na Praça
São Pedro, o Papa Francisco recordou aos fiéis que no próximo domingo tem
início o tempo litúrgico do Advento e fez um anúncio:
“Irei a
Greccio para rezar no lugar do primeiro presépio que fez São Francisco de Assis
e enviar a todo o povo fiel uma carta para entender o significado do presépio.
Faço votos a todos vocês que, no Advento, a espera do Salvador preencha os seus
corações de esperança e os encontre alegres no serviço aos mais necessitados.”
O desejo
de recordar o nascimento de Jesus veio a Francisco durante uma viagem à
Palestina e ali teve o desejo de reproduzir a cena do nascimento de Jesus.
Quando, no outono de 1223, foi a Roma para ver o Papa Honório III, pediu ao
Santo Padre a permissão para que o realizasse.
Tendo
obtido permissão, São Francisco voltou a Greccio, que havia conhecido antes e
que lhe lembrava Belém. Disse ao jovem Giovanni Velita, um morador da Região de
Rieti e que se tornou seu amigo anos atrás: "Quero celebrar aqui a noite
de Natal. Escolha uma caverna onde se construirá uma manjedoura e se conduzirá
um boi e um burro até lá, e tentaremos reproduzir, na medida do possível, a
caverna de Belém! Este é o meu desejo, porque quero ver, pelo menos uma vez,
com meus próprios olhos, o nascimento do Divino Infante".
E assim,
em 24 de dezembro de 1223, o nascimento do Menino Jesus foi encenado. Havia a
gruta, o boi e o burro. Nenhum dos presentes assumiu o papel de José e Maria,
porque Francisco não queria que o nascimento de Jesus fosse um
"espetáculo". Só mais tarde, nos presépios do mundo, os outros
personagens foram acrescentados.
Em
Greccio, todos os anos, a memória deste evento é encenada. Não apenas um
presépio vivo, mas uma reconstituição dos momentos que levaram São Francisco a
realizar o presépio de Jesus.
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Dezembro de 2019
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval NevesResponsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa – SP
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