domingo, 1 de dezembro de 2019

NOTÍCIAS DA IGREJA: VATICANO E PAPA FRANCISCO

VIAGEM DO PAPA À TAILÂNDIA E AO JAPÃO


O Papa às autoridades do Japão: Casa Comum delicada como a flor da cerejeira

O nível da civilização de uma nação não se mede pelo seu poder econômico". Palavras do Papa Francisco no encontro com as Autoridades e o Corpo diplomático em Tóquio. Foi seu último compromisso nesta segunda-feira (25)

Manuel Tavares - Cidade do Vaticano

O Santo Padre concluiu seu penúltimo dia de atividades, no Japão, encontrando, em Kantei, as Autoridades e o Corpo Diplomático.

Após saudar o Primeiro Ministro e as Autoridades do Governo e do Corpo Diplomático em seu discurso, o Papa disse:

“ Todos vocês, segundo as suas competências, dedicam-se à construção da paz e do progresso do povo desta nobre nação e dos países que representam. Fico muito agradecido ao imperador Naruhito, que encontrei nesta manhã. Desejo felicidades a todos e invoco as bênçãos de Deus sobre a Família Imperial e, sobretudo, o povo japonês no início desta nova era ”

Proteger toda a vida

A seguir, Francisco ressaltou que “as relações amistosas entre a Santa Sé e o Japão são muito antigas, enraizadas no reconhecimento e admiração que os primeiros missionários sentiram por estas terras”. E, recordando o objetivo da sua visita ao Japão, disse:

“ Vim confirmar os católicos japoneses na fé, em seus esforços de caridade para com os necessitados e em seu serviço ao país, do qual se sentem cidadãos orgulhosos. Como nação, o Japão é particularmente sensível ao sofrimento dos desfavorecidos e das pessoas com deficiência. O lema da minha visita é: "Proteger toda a vida", reconhecendo a sua dignidade inviolável e a importância da solidariedade e apoio aos nossos irmãos e irmãs mais necessitados ”

Paz duradoura

Na senda dos seus predecessores, o Pontífice pediu a Deus e todas as pessoas de boa vontade para continuar a encorajar e favorecer todos os meios dissuasivos necessários para que jamais, na história da humanidade, aconteça uma destruição como a provocada pelas bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki. E continuou:

“A história ensina-nos que os conflitos entre povos e nações, até os mais graves, podem encontrar soluções válidas através do diálogo, única arma digna do ser humano e capaz de garantir uma paz duradoura. Estou convencido da necessidade de se tratar da questão nuclear em nível multilateral, promovendo um processo político e institucional, capaz de criar um consenso e uma ação internacional mais amplos”

Uma cultura de encontro e de diálogo, afirmou Francisco, é essencial para construir um mundo mais justo e fraterno. O Japão reconheceu a importância de promover os setores da instrução, cultura, esporte e turismo, sabendo que podem contribuir muito para a harmonia, a justiça, a solidariedade e a reconciliação, que são os pilares da paz. E o Papa ponderou:

“ Nestes dias, pude admirar o precioso patrimônio cultural, que o Japão conseguiu desenvolver e preservar ao longo de muitos séculos de história, e os profundos valores religiosos e morais que caracterizam esta cultura antiga. Uma boa relação entre as várias religiões é essencial, não só para o futuro da paz, mas também para preparar as novas gerações em vista de uma sociedade mais justa e humana ”

Casa Comum: delicada como a cerejeira

Nenhum visitante do Japão pode deixar de admirar a beleza natural deste país, simbolizada, sobretudo, pela imagem das cerejeiras em flor. No entanto, a delicadeza desta flor lembra a fragilidade da nossa Casa comum, sujeita a desastres naturais, ganância, exploração e devastação pelas mãos do homem.

A proteção da nossa Casa comum deve levar em consideração também a “ecologia humana".

“A dignidade humana deve ocupar o centro de toda a atividade social, econômica e política; é preciso promover a solidariedade entre gerações e nunca se esquecer dos excluídos. Penso, de modo particular, nos jovens, idosos e pessoas abandonadas, que sofrem pelo isolamento. O nível da civilização de uma nação ou de um povo mede-se, não pelo seu poder econômico, mas pela atenção aos necessitados e a promoção da vida ”

O Papa concluiu seu discurso expressando sua gratidão pelo convite de visitar o Japão e pela cordial hospitalidade. Por fim, encorajou os esforços por uma ordem social, capaz de proteger a vida, a dignidade e os direitos da família humana.



Uma viagem que começou em 19 de novembro com a partida de Roma: o Papa Francisco visitou a Tailândia e o Japão e recebeu um abraço afetuoso nos dois países asiáticos de minoria católica.

Em Bangcoc, destaque para o encontro com o Patriarca Supremo dos  Budistas no Templo Real de Wat Ratchabophit, onde foi enaltecido o empenho das religiões na promoção da paz e da fraternidade. No Japão, mais uma visita direcionada à paz e pela proteção à vida. Importante os encontros com os sobreviventes da bomba atônica em Hiroshima e Nagasaki, além daquele com as vítimas dos três desastres de 2011: o terremoto, o tsunami e o acidente nuclear de Fukushima. Forte as palavras do Papa: "imorais o uso e a posse de armas nucleares".


Papa anuncia carta aos fiéis sobre o presépio


Aos fiéis reunidos para a Audiência Geral, Francisco anunciou que irá a Greccio para rezar no lugar do primeiro presépio de São Francisco de Assis.

Cidade do Vaticano

Na Praça São Pedro, o Papa Francisco recordou aos fiéis que no próximo domingo tem início o tempo litúrgico do Advento e fez um anúncio:

“Irei a Greccio para rezar no lugar do primeiro presépio que fez São Francisco de Assis e enviar a todo o povo fiel uma carta para entender o significado do presépio. Faço votos a todos vocês que, no Advento, a espera do Salvador preencha os seus corações de esperança e os encontre alegres no serviço aos mais necessitados.”

O desejo de recordar o nascimento de Jesus  veio a Francisco durante uma viagem à Palestina e ali teve o desejo de reproduzir a cena do nascimento de Jesus. Quando, no outono de 1223, foi a Roma para ver o Papa Honório III, pediu ao Santo Padre a permissão para que o realizasse.

Tendo obtido permissão, São Francisco voltou a Greccio, que havia conhecido antes e que lhe lembrava Belém. Disse ao jovem Giovanni Velita, um morador da Região de Rieti e que se tornou seu amigo anos atrás: "Quero celebrar aqui a noite de Natal. Escolha uma caverna onde se construirá uma manjedoura e se conduzirá um boi e um burro até lá, e tentaremos reproduzir, na medida do possível, a caverna de Belém! Este é o meu desejo, porque quero ver, pelo menos uma vez, com meus próprios olhos, o nascimento do Divino Infante".

E assim, em 24 de dezembro de 1223, o nascimento do Menino Jesus foi encenado. Havia a gruta, o boi e o burro. Nenhum dos presentes assumiu o papel de José e Maria, porque Francisco não queria que o nascimento de Jesus fosse um "espetáculo". Só mais tarde, nos presépios do mundo, os outros personagens foram acrescentados. 

Em Greccio, todos os anos, a memória deste evento é encenada. Não apenas um presépio vivo, mas uma reconstituição dos momentos que levaram São Francisco a realizar o presépio de Jesus.


Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Dezembro de 2019
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval Neves
Responsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa – SP
Site da Paróquiahttp://www.pnslourdes.com.br