Artigo acadêmico produzido
em 28 de Agosto de 2017.
Por João Petrônio dos Santos.
Concluinte do curso de Teologia
Unisal-Campus Pio XI.
O
mês de setembro se aproxima! Isso nos motiva a prestarmos ação de graças a
Deus. Pois como diz o salmista: “É a ti que eu suplico Iahweh! De manhã ouves
minha voz; de manhã eu me preparo para ti e fico esperando...” (Sl 5, 3b-4)
Em
setembro, muitos motivos nos fazem exultar de alegria: “O Senhor é bom e eterna
é a sua misericórdia” (Sl 136, 1). É ele quem nos faz saltar de alegria. Sabendo
que a Bíblia não é um livro de ciência e sim de fé, a Igreja tem a intenção de
estimular sua leitura para uma melhor intimidade com a Palavra Sagrada e sua
maior compreensão, para isso, contamos com a fé e a iluminação do Espírito
Santo. “Quando vier o Espírito da Verdade, ele vos guiará na verdade plena” (Jo
16, 13a).
Neste
mês, mais uma vez, será todo dedicado a Bíblia. Pois a Igreja celebra no seu
último dia São Jerônimo. Foi ele quem nos presenteou com a tradução da Sagrada
Escritura do grego e hebraico para o latim, obedecendo a tão grande e nobre
tarefa recebida do Papa Dâmaso (366-384) do qual era secretário.
Junto
a tantas motivações que temos, destacamos a chegada da primavera. Estação das
cores, das flores, dos aromas, tudo isso é sinônimo que antecede os frutos. Que
vem abundantemente sobre nossa terra, para todos os filhos de Deus.
Todo
o nono mês de cada ano, a Igreja do Brasil o consagra como: “O mês da Bíblia”.
Sendo ela a Palavra Sagrada, tem o poder de nos trazer os frutos e o conforto espiritual
que precisamos para esta nossa caminhada.
Lembramos
que o inverno já passou e com ele suas características. Chega então para nossa
alegria a renovação da natureza como um desabrochar que dá testemunho de uma
nova vida, depois de ter suportado o frio, a chuva, o cinzento e melancólico
período de hibernação.
Assim
como as flores que se manifestam e trazem vida, perfume e cores chegam
juntamente com elas a potencialidade de inspirar e estimular a existência
humana. Assim do mesmo modo é a descoberta da Palavra de Deus.
Quem
dela se aproxima com disposição e coração aberto há de sentir a jovialidade
primaveril que só ela contém. Pois a Sagrada Escritura como Palavra de Deus
ilumina, aquece, consola e orienta a todos que precisam escapar com vida do inverno
tenebroso.
Desta
coleção de textos inspirados, assim falava Santo Agostinho: “nela está exposto
a genuína doutrina acerca da Revelação Divina e de sua transmissão a fim de que
pelo anúncio da salvação, o mundo inteiro ouvindo creia, crendo espere,
esperando ame”. [1]
A
Bíblia é o conjunto de 73 livros sagrados que conta a história e narra as
experiências vividas do povo de Deus. Fala do relacionamento entre Deus que se
revela (cf. Ef. 1,9) e de um povo que abandonando crenças antigas se deixa
cativar, conduzir e amar por um único e verdadeiro Deus. Nesta coleção de livros sempre será
encontrada a luz que precisamos para iluminar e guiar nossos passos, enquanto
caminharmos neste mundo. Como falou o
próprio Cristo, Filho de Deus: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém
vem ao Pai a não ser por mim” (Jo 14,7).
A
primeira grande divisão entre estes livros é a chegada de Jesus Cristo. Antes
do seu nascimento, chamamos de Antigo ou Primeiro testamento. Vai do livro do
Gênesis ao livro de Malaquias contendo 46 livros. Com seu nascimento,
consideramos a era cristã, chamamos de Novo ou Segundo testamento, que vai do
evangelho de Mateus ao Apocalipse e contém 27 livros.
Para
a Igreja Católica, a Bíblia não é a única fonte de revelação doutrinal. Além
dela, acreditamos na Sagrada Tradição, como fonte digna de fé. A Tradição são
os ensinamentos (escritos) dos primeiros cristãos que conviveram e beberam
diretamente da fonte apostólica ou até mesmo seus seguidores imediatos. A
Igreja que conduzida pelo Espírito Santo, ensina, cuida e conduz seu rebanho
sob a orientação destas duas fontes seguras de fé. Hoje este rebanho, que somos
todos nós, é guiado e orientado por Pedro (Mt 16, 18) que nos conduz para Deus
na atual presença do Papa Francisco. Foi pela pessoa de Cristo que toda
plenitude da revelação chegou até a humanidade (DV n. 162).
Pelo
Espírito Santo que é a alma da Igreja, que nos foi enviado por Jesus Cristo no
dia de Pentecostes, nós cremos na interpretação da Bíblia feita pelo magistério
da Igreja. Pois esta ação do ministério eclesial é dogma de fé.
[1]
Const. Dogmatica Dei Verbum, n.161.
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Setembro de 2017
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval NevesResponsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa – SP
Site da Paróquia: http://www.pnslourdes.com.br