Como Falar da Morte na Catequese
CREIO
NA VIDA ETERNA
Num
diálogo com catequistas as perguntas se direcionaram para questões como “vida
eterna, morte, céu, inferno”.
Um
catequista perguntou: “Eu sei que a morte é uma realidade, creio na
vida eterna, acredito no céu, mas tenho muita dificuldade de falar sobre estes
assuntos na catequese. Gostaria de receber algumas orientações”.
Estimados
catequistas, há uma tendência de evitar estas realidades nas conversas, estudos
e na catequese.
Cresce
uma mentalidade de
viver o momento presente, aproveitar bem este tempo de vida e não pensar muito
no dia de amanhã. É claro que, também, não se pode viver em tensão e medo
diante da certeza da morte e da vida futura.
MAIOR
CERTEZA: RESSURREIÇÃO
O
fundamento de nossa fé baseia-se na certeza de que nossa vida não termina com a
morte. Cremos na ressurreição e na vida eterna. Aliás, isto nós professamos ao
rezar o “Creio em Deus Pai”.
A
morte deve ser entendida em três dimensões:
a)
A morte é o fim da vida terrestre. Nossa vida é medida pelo tempo, ao
longo do qual passamos por mudanças, envelhecemos e, como acontece com todos os
seres vivos da terra, a morte aparece como fim normal da vida.
b)
A morte é conseqüência do pecado. O pecado entrou no mundo e desorganizou
os desígnios de Deus. Como conseqüência do pecado, do mal e do coração
carregado de maldade, a morte entrou no mundo.
c)
A morte é transformada por Jesus Cristo. Jesus Cristo passou pela morte, apesar
de não ter pecado. Mas não ficou na morte. Três dias após o seu sepultamento
ele ressuscitou. É na ressurreição de Jesus que a nossa vida adquire um novo
sentido. “Se Cristo não ressuscitou inútil é a nossa fé”, afirma São
Paulo (1Cor 15, 14). “Por que buscais entre os mortos aquele que está vivo? Não
está aqui, ele ressuscitou” (Lc 24, 5).
MISSÃO
DA CATEQUESE
A
catequese tem uma missão fundamental para orientar os catequizandos e a
comunidade cristã sobre o verdadeiro sentido da vida, da ressurreição e da
eternidade. Quem perde o horizonte da ressurreição debate-se no cotidiano da
vida em busca de razões e angustia-se ao pensar que um dia deverá enfrentar a
morte... E deixar tudo.
Viver
sem esperança e
certeza de vida eterna faz os sonhos serem pequenos, a vida limitada, os
trabalhos sem finalidade, o sofrimento sem sentido e a luta de cada dia sem
perspectiva.
Refletir
sobre a morte,
crer na ressurreição e na vida eterna é professar a fé na certeza de que a vida
vem de Deus e volta para Deus. Em Jesus cremos que a morte não é o fim, mas a
passagem para a vida nova em Cristo.
A
Bíblia nos diz: “Esta
é a vontade de meu Pai, que todo aquele que vê o Filho e nele crê, tenha a vida
eterna e eu o ressuscitarei no último dia. Em verdade vos digo: quem crê em mim
tem a vida eterna” (Jo 6, 40).
“Eu
sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto,
viverá” (Jo
11, 26).
“Não
queremos que ignoreis coisa alguma a respeito dos mortos, para que não vos
entristeçais com os outros homens que não têm esperança. Se cremos que Jesus
morreu e ressuscitou, cremos também que Deus levará com Jesus os que nele
morrerem” (1Tes
4, 13).
A
catequese precisa
ser anunciadora da esperança. A vida tem sentido porque cremos na ressurreição
e na vida eterna. A fé é seta que aponta para o infinito. Não nascemos para o
finito, o transitório e o perecível. Nascemos para a eternidade, para o “novo
céu e a nova terra, onde não há mais choro nem lágrimas” (Ap 21, 4).
Sem
esperança a
vida não tem rumo, nem sentido e nem respostas. A fé na ressurreição e a
certeza da vida eterna é fundamento da nossa esperança e a razão para
construirmos o Reino de Deus.
Dom
Juventino Kestering
Bispo de Rondonópolis – MT
Bispo de Rondonópolis – MT
Jornal Online “A Voz de Lourdes” – Novembro de 2019
Compilação e Edição: Sérgio Bonadiman - Revisão e Publicação: Dermeval NevesResponsabilidade: PASCOM Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Vila Hamburguesa – SP
Site da Paróquia: http://www.pnslourdes.com.br